37º Capitulo

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Senti o meu estado de sonolência voar para fora do meu corpo quando umas mãos suaves puxaram a manta de pelo que cobria o meu corpo cansado.

Levantei as pálpebras sobre uma luz morna, olhei em redor sobre a companhia de uma clareza fraca. Pude ver pela sombra um corpo sentado no fundo do colchão, algo delineado com precisão e graciosidade e não falo do seu físico mas sim da sua aura agora menos carregada.

"Vim trazer um comprimido para tomares." Harry pronuncia-se, perfurando o silêncio confortável do seu quarto.

Com ambas as mãos pressionadas nas laterais da cama, empurrei o meu corpo para cima. A minha cabeça descansava na parede de madeira enquanto as costas se recostavam sobre a cabeceira. Levei os meus dedos á boca, envolvendo a minha unha entre dentes.

"Sei que ainda estás constipada, eu ouvi-te tossir enquanto dormias." a sua figura ainda na penumbra aproximou-se.

E chegou tudo como um tornado contra mim, eu realmente contei a pior memória que eu guardo comigo. O meu coração está leve, quase como se pudesse voar do meu peito a cada segundo que pulsa, foi como se as lágrimas e as palavras fossem a cura que eu nunca pensei existir. Não existe nem um pouco de arrependimento da minha parte, é bom saber que ele sabe cada recanto do meu passado.

"Tu estavas enganado Harry." tornei o olhar na mesinha de cabeceira ao meu lado aumentando a intensidade da luz.

O seu rosto revelou-se sobre a luz, os seus olhos brilhavam mais que as próprias estrelas cadentes, lábios pressionados num linha fina enquanto eu era estudada atentamente.

"Tu disseste para usar a tua dor para me curar, mas não funciona assim. Nunca na minha vida iria pensar em algo mau que te aconteceu para desviar o meu passado. Eu era incapaz de pensar na tua dor para remediar a minha, eu sou incapaz de sentir-me melhor com a ideia de te ver sofrer."

Os seus dedos arrastaram-se pelos seus cabelos castanhos criando linhas imaginárias enquanto eu via um leve sorriso pouco centrado transparecer em si. Deixou sair um suspiro abafado, seguido de um riso nasal que eu poderia considerar extremamente adorável em todo o seu conjunto masculino.

Não era racional eu secar as minhas lágrimas ao imaginar um pequeno menino indefeso que nunca ponderou sentir algo para além de ódio desde o dia em que perdeu a mãe, o seu dia de nascença. Existem folhas rasgadas e perdidas no meio desta história, mas eu sei que nem uma delas seria usada por mim para meu benefício.

"Nunca me disseram algo assim." a sua voz era grave sobre o som dos animais lá fora.

"É uma pena, porque tu merecias ouvi-lo a toda a hora."

Ele travou, parecia algo como uma estátua enquanto mantinha a suas esmeraldas presas em um canto aleatório do quarto. Os seus formatos angelicais mudaram para uma carranca profunda numa questão de pouco tempo. Ele parecia extremamente concentrado em tudo menos em mim, era do seu hábito fazê-lo quando tentava racionar sobre ações relacionadas comigo.

"O que eu acredito que me trouxe paz foi o bater do teu coração Harry. Porque nada me faz sentir mais viva do que te sentir perto de mim, era sem sombra de dúvidas maravilhoso se o sentimento fosse retribuído. Mas nem sempre podemos ter o queremos certo?" gatinhei para perto de si ainda dentro da sua camisa amarrotada, apertei o seu ombro tenso esperando pelas suas palavras.

Fui deixada no vazio quando não obti tipo de movimento ou reação sua, os seus músculos continuavam tensos mesmo debaixo do meu aperto. Senti uma onda de desespero passar por mim quando nem o meu beijo o fez voltar para mim.

É de uma angustia indeterminável quando lanças as cartas que pensavas ser as corretas e o jogo termina sem teres sequer a mínima chance de entender o motivo. Mas ainda supera quando dás tudo a uma pessoa mas por diversos motivos não é retribuído, e quando pensas ter o teu caminho escolhido, aparecem mais dezenas de opções que distorcem a tua visão inicial.

"Não faças isto Harry, ignorar os meus sentimentos e brincar comigo." murmurei como se não fosse suposto ser ouvida.

O seu peito encheu-se de ar bruscamente, o seu tronco virou-se e dei por mim a recuar sobre si. A minha cintura foi segurada pelas suas mãos fortes impedindo o meu afastamento. Podia ver o quão furioso ele estava pelas sua testa enrugada e lábios encostados. Era uma imagem que me fazia pensar duas vezes nos meus actos.

"Não voltes a dizer essa merda outra vez, ou as imagens seguintes não vão ser bonitas Sky." seus dedos esmagaram um pedaço da minha carne, beliscando-me fortemente.

Estupefacta o meu corpo reagiu afastando-o de mim o mais depressa possível. A minha pele magoada fervia por de baixo da roupa branca, de certeza não tão magoada como a minha própria essência. Senti uma vontade enorme de deitar o conteúdo que comi no chão quando permiti a mim mesma imaginar como seria sequer se alguma vez ele me batesse. Saltei para fora da cama sem demoras na esperança de encontrar a porta por qual entrei, aquela que não me lembro devido ao estado que entrei.

"Sky, não! Tu sabes que eu não te ia magoar de maneira alguma! Eu apenas fiquei...fodasse eu apenas fui o mesmo caralho de sempre, mas por favor não tenhas medo de mim." ele seguiu os meus passos acelerados.

Pousei a mão sobre a primeira maçaneta que alcancei e rodei totalmente a mesma, apliquei pressão na porta e revelando uma casa de banho espaçosa. Entrei dentro da mesma rapidamente, tentei fechar a porta quando um pé bloqueou as minhas ações.

"Se entrares nesta casa de banho agora, eu garanto que não irei ficar, nem hoje nem nunca." ameacei.

A porta tornou-se leve sobre o meu toque e pude finalmente fecha-lá. Caminhei até ao lavatório alto, usando a água da torneira para refrescar a minha face extremamente vermelha. Tomei coragem e olhei para o meu reflexo no espelho, algo diferente e desajeitado foi por mim observado. Mas o que raio aconteceu hoje? Eu não tenho medo dele, certo?









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Anaxx

Lights Out || H.S || (PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora