Deixei o sono voar do meu corpo para fora quando os meus olhos escuros finalmente foram descobertos, no meu campo de visão poderia ver um quarto vazio sem uma única mudança desde o momento em que adormeci. Rolei sobre o colchão caindo no lado frio dos dos lençóis, deixei o meu olhar seguir a dançar mística que o ramo da árvore exibia pelo meio do sol contra a janela. Deixei um sorriso rasgar as minhas bochechas quando o clima raro em Londres permitiu que um pequeno pássaro pousasse junto do ramo verdejante.
Retirei as mantas quentes do meu corpo colocando-as devidamente dispostas sobre a mesma. Caminhei descalça pelo quarto apanhando as peças de roupa caidas no chão.
Tudo o que podia sentir era o que na minha mente apenas conseguia observar, uma dor tremenda me puxa de volta a si. Não consigo afastar isto.
Passei a toalha branca pelo meu corpo húmido, esfreguei cada centímetro de pele até sentir cada gota de água desaparecer por completo.
Enverguei a roupa que usará ainda esta manhã, por mais desconfortável que possa ser não irei dormir apenas com a sua camisa branca.
Sai da casa de banho colocando a camisa cuidadosamente sobre a sua cama, apanhei o meu cabelo num coque desajeitado preparando-me para dormir.
Andei até a sala deparando-me com uma imagem um tanto tocante. O seu corpo grande encolhido no sofá, tapado por uma manta de lã. O seu braço a espreitar pelo tecido assim como os seus caracois. De ambos olhos fechados e respiração tranquila puxou mais a manta para si. Deveria ser eu a dormir no sofá não ele.
Eu poderia estar chateada com ele por eternidades mas iria sempre sentir necessidade de o sentir por perto, o sentimento não muda, ele apenas cresce por entre a teia da nossa vida.
Peguei na ponta do seu cobertor e cobri as suas costas nuas, passei os meus dedos pela sua testa livrando-as dos seus cabelos revoltos. Admirei a sua beleza inigualável querendo guarda-la apenas para mim. Por mais que ele mereça o meu lado duro para consigo eu irei cair sempre junto a si porque raios eu sinto que preciso dele mais que nunca.
O dia anterior levou o melhor de mim, ele parecia não ter fim. Cada beijo contou uma discussão e sinto que isso nos colocou ambos incrivelmente desgastados. Eu gostaria de resolver as coisas mas isso significaria ter de deixar parte de mim sobre o controlo dele e não sei se estou preparada para isso.
Abri gentilmente a porta quase como se á fosse partir ao movimento mais brusco, espreitei para a divisão ampla diante de mim e apenas encontrei mantas e almofadas espalhas de forma desorganizada pelo chão, o corpo do rapaz por quem me encontro apaixonada não está a lá. Segui mais alguns passos em frente e pude ver algum pão e compota em cima da mesa, mas o que despertou a minha atenção foi a porta que dava para o bosque ligeiramente aberta.
Mesmo sem qualquer proteção nos pés decidi explorar para além desta casa, após a minha saída encostei a porta cuidadosamente, desci os degraus e sem hesitar decidi andar pela vegetação húmida invés do caminho de terra molhada.
Inspirei o ar leve que se propagava a medida que eu andava sem rumo, sentir o caminhar sobre um chão húmido e o cortar da brisa do amanhecer com o corpo. Mais um passo e todo o chão húmido e fofo se torna em algo frio e duro.
Um caminho de pedras lascadas formou-se á frente dos meus olhos, no seu final encontrava-se um pequeno baloiço de madeira suspenso por duas cordas na pernada de uma árvore. Caminhei rapidamente até si e sem pensar duas vezes sentei-me no mesmo. As folhas da árvore envolveram todo o lugar criando um pequeno ninho, o baloiço parecia ser um pouco antigo pela madeira a estalar e a instabilidade quando se movia mas era de certo perfeito.
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Lights Out || H.S || (PT)
Teen FictionSky era uma rapariga doce e amável que mesmo depois de viver um passado difícil conseguia sorrir e ser feliz. Harry era um rapaz revoltado que mesmo acompanhado toda a sua vida se sentiu sozinho no escuro. Será a rapariga teimosa capaz de dar o bra...