27º Capitulo

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É eufemismo dizer que eu sinto uma pressão na minha barriga quando o meu corpo se encontra em completa confusão. Tudo se torna turvo, é quase como uma manhã de neblina, é fresco e diferente, algo que todos desejamos a certa altura da nossa vida mas é tão rápido como um relâmpago que tudo o que pedes é que em algum ponto do dia o sol eventualmente rasgue os céus cinzentos e aqueça o teu mundo. E é assim que o seu coração reage, um gelo que se quebra quando o seu sorriso nasce.

Olhava-me transportando sempre a mesma intensidade que me deixava perdida, e ainda mais transtornada quando resumo todos os momentos que passamos. Foi rápido e  nem me lembro de dar por mim a pensar o quão vazia e simples era a minha vida sem ele.

"Posso beijar-te?" ele questiona cordialmente, ele nunca me pediu permissão e eu meio que gostava disso.

"Vais ficar doente..." mordo o meu lábio inferior ligeiramente enquanto o observo a sorrir francamente.

"Eu asseguro que não me importo com isso menina Sky." ele diz de forma cortês, e neste momento tenho uma vontade enorme de rir. É estranho mas reconfortante como os assuntos mudam rapidamente.

"Mas eu não sei se gostaria de beijar o Sr.Styles." pisco os olhos várias vezes.

A próxima coisa que sinto são os seus lábios a unirem-se com os meus numa melodia singela e calma. As suas mãos emolduraram o meu rosto enquanto as minhas pousaram inconscientemente no seu quadril, ele reservou algum espaço na minha boca para emaranhar as nossas línguas. Colocou alguns limites sobre as suas ações quando os nossos corpos se tocaram sensualmente provavelmente com medo de uma repetição do tal momento avassalador.

Desde muito pequena cada vez que contraio algum tipo de vírus a febre alta é o primeiro sinal a ser notado e por consequência as alucinações. Não é como se eu não tivesse consciência que não estou perto de certa pessoa, apenas não consigo contrariar o que o meu olhar capta. Geralmente basta tomar um comprimido forte para baixar a febre e consigo ficar estável e minimamente saudável por algumas horas, eles eram exatamente como os que eu tomava quando era criança e não conseguia dormir devido aos pesadelos. As alucinações sempre foram relacionadas com a minha mãe mas desta vez foram despoletadas pelo toque dele que foi indesejado a certo ponto, não pretendido quando me apercebi que ele o fez para salvar o seu orgulho masculino.

Os seus dentes prenderam um pouco da minha carne puxando-a gentilmente para si assim como os meus pensamentos, antes de voltar a massajar os meus lábios avermelhados. Os meus pulmões pediram por ajuda enquanto eu sentia necessidade de expulsar algum ar, empurrei o seu corpo para trás desconectando-o de mim e pude finalmente tossir, aliviando as minhas vias respiratórias.

"Eu podia aguentar com um pouco de tosse, não era preciso parares de me beijar." ele sobrepõe o seu lábio inferior ao superior criando um beicinho adorável, eu adorava que ele fosse sempre assim.

"Talvez possas[...]" ele começa mas é interrompido pelo som do meu telemóvel a tocar, maldita a hora em que o retirei do silêncio, e pela cara do Harry parece que ele concorda comigo.

Estiquei o meu corpo apanhando o telemóvel que se encontrava numas das extremidades da cama de Harry e atendi a chamada rapidamente sem me preocupar em saber quem era.

"Odeio esse telemóvel!" ainda ouvi Harry praguejar antes de pressionar o botão verde.

"Sky?" Louis.

"Hum sim Louis, desculpa mas a chamada caiu." não foi totalmente mentira.

"Oh sim entendo, a que horas?"

Lights Out || H.S || (PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora