Lights Out || H.S || (PT)

43º Capitulo

A minha alma lateja ao som das batidas do seu coração maltratado, mesmo por entre as camadas de tecido que cobriam o nosso peito eu poderia ainda sentir o seu toque suave.

Se me fosse permitido por um segundo ultrapassar as leis da vida, eu iria sem dúvida alguma tirar toda a sua dor e magoa mesmo que isso me deteriorasse lentamente eu iria fazê-lo.

Tê-los nos meus braços e não ser capaz de lhe transmitir o conforto necessário para a sua inteira felicidade rasga cada centímetro do meu peito. Todos os altos da sua existência perante dos meus olhos, o seu coração à vista onde as barreiras caíram totalmente, apenas e somente para me mostrar o quanto se importa.

"Não existe luz, eu não consigo encontrá-la. Eu nunca consegui."

Cada palavra esconde pelo meio sentimentos entorpecidos e nada esclarecidos. Serei eu a única a vislumbrar os raios de luz providentes do seus olhos? Serei somente eu a encontrar bondade e amor em si?

"Eu consigo vê-lo nos teus olhos, e lamento que não tenhas a mesma percepção das coisas que eu mas, eu sinto e vejo mais do que tu mostras." larguei os seus caracóis encarando a sua face.

O seu choro tinha finalmente declarado  um fim e era apenas visível a vermelhidão na esclera dos seus olhos. Vi-o concentrar-se em mim da mesma forma que uma criança o faria, lábios entreabertos e olhos arregalados.

Sem saber como lidar com o seu passado o moreno limita-se a usar a força e os jogos psicológicos para afastar qualquer um que tente tocar no seu coração. Imagino um menino indefeso, sujeito ás crueldades do mundo, todos os dias submetido fisicamente e psicologicamente ás atrocidades do seu pai, crescer sem ninguém para o ajudar a tomar as decisões certas na vida.

O Harry nunca amou nem foi amado nesta vida, por culpa da sua infância ele recusa-se a sentir-se digno de amor.

"Eu não quero ajuda, eu recuso que olhes para mim com esse olhar carregado de pena. Eu não preciso de ninguém." as suas pedras preciosas terminam o contacto comigo quando o seu tom aumentou drasticamente.

"Eu não sinto pena quando olho para ti. Ao olhar para ti eu vejo que aquele menino indefeso se tornou num lindo homem, alguém que pode dar tanto ao mundo mas que tem medo de seguir em frente."

A sua voz soou como um trovão por entre as nuvens, o seu corpo hirto levantou-se quase tombando o meu sobre o chão. Prendi a respiração quando me recompus perante a sua figura.

"Não, pára! O problema é que eu sei que o meu castigo para o resto da vida será simplesmente, viver. É isso, porque todos os dias irei levantar-me da merda da minha cama para depois apenas aperceber-me vezes sem conta que a minha existência apenas provoca dor!" a voz dele fez-se ouvir mesmo por cima dos sons da floresta. O seu olhar violento em mim e a sua respiração novamente turbulenta.

Levei as mãos ao meu cabelo tirando-o novamente da minha linha de visão, inclinei a cabeça para si e proferi num tom frustrado e zangando semelhante ao seu.

"Sabes qual é o teu problema? Tu não te esforças para seguir em frente, não tentas sequer dizer a ti mesmo que vales algo! Tudo o que fizeram na tua vida foi tentar colocar-te contra ti mesmo, e olha para ele Harry, ele consegui-o! É isso, porque todos os dias de manhã tu deverias levantar-te e viver a vida no máximo porque sabes que mais? Houve quem não pudesse desfrutar dela, para uns partirem outros ficam. És assim tão egoísta que não vês que odiar-te a ti mesmo não te destrói apenas a ti? Céus se tu soubesses o quão viva me fazes sentir."
fechei os olhos e bati o pé nervosa, frustração corria pelas minhas veias quando tudo o que eu queria era fazê-lo entender a realidade.

O silêncio abateu-se sobre nós, o som do chilrear dos pássaros sobrepunha-se sobre qualquer outro ruído. Mantive os olhos fechados por uns bons minutos tentando acalmar-me, procurava pelas seguintes palavras para disparar contra si quando senti uma mão firme pousar centímetros abaixo da marca na minha cintura.

Abri os olhos rapidamente tendo a minha visão obstruída pelos seus caracóis junto a mim. De aperto na cintura e respiração perto do meu maxilar, inspirei fundo depois de ouvir o seu pedido.

"Repete aquilo, por favor." pedinchou de forma quase imperceptível.

Encaixei a minha mão no seu rosto e pressionei-o para trás ligeiramente tentando encontrar o verde lindo que procurava. Puxei os cachos rebeldes para o lado com a minha mão livre, com uma visão aberta para si acariciei a sua bochecha.

"Eu sinto-me viva quando estou contigo, é quase como se cada vez que estivesse perto de ti pudesse realmente perceber o sentido da palavra 'viver'. Nunca digas que não o queres fazer, porque quem me ensinou o significado de realmente 'viver' foste tu."

Tomei uma grande lufada de ar, ao abrir os meus lábios para poder respirar a sua boca embateu bruscamente sobre a minha, apanhando-me de surpresa.

A sua língua dançou sobre a minha numa explosão enorme de sentimentos e sensações, ambos os nossos lábios movimentavam-se sem controlo num beijo fogoso, tal como na primeira vez.

Puxei a sua camisola para mim aprofundando o nosso beijo, depositando tudo o que há de bom em mim, passando toda a minha luz e recolhendo toda a sua escuridão.

É insano como em apenas uma manhã a falta do seu beijo me possa provocar tanta saudade, tanta necessidade. Como se fosse um bem essencial algo que não pudesse abdicar por nada, é gracioso é apaixonante depender -na medida certa- da pessoa que mais amas, é fantástico estar preso a alguém de inúmeras formas. Talvez possa parecer ingénuo aos olhos de muita gente sentir que a tua felicidade depende de alguém, mas o sentimento torna-se tão forte e incompreensível que tudo parece mais intenso, é como a descoberta do mundo pela primeira vez. Cada beijo que partilhamos é o primeiro, cada olhar que trocamos é o último.

Os seus lábios separaram-se dos meus raspando levemente no seu topo. O seu dedo sobre o meu queixo enquanto soprava sobre o molhado do nosso beijo.

"Talvez esteja na hora de te levar de volta à casa." o seu nariz raspa no meu e sinto as suas pestanas longas baterem de forma adorável nas minhas.

"Neste momento é a última coisa que tinha em mente." não digo num sentido sexual mas sim em apenas estar no conforto dos seus braços.

"Acho que tiveste o suficiente de mim estes dias." ele solta uma breve risada.

"Nunca é suficiente."

LIGHTERS??? Olá estou de volta ❤️❤️❤️ acabaram os testes digam ola aos updates todas as segundas e sextas, e talvez faça um especial natal o que acham? U.u

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Anaxx