55º Capitulo

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A sua respiração atingia o meu pescoço da mesma forma que o vento atinge as folhas da árvore mais frágil nas tardes de inverno, uma brisa tão necessária que provoca tantos danos.

As luzes estavam apagadas para mim e a escuridão atingiu a minha cabeça, as suas palavras tinham sido o pequeno fio que cortou qualquer movimento que eu pudesse sequer adivinhar ou pensar.

O meu coração pulsava fortemente, algo fervia em mim. A sensação da sua voz a determinar algo que eu sonhava queimava, era como um inferno. A permissão do paraíso para a minha alma sentir um pouco mais dele, e se fosse preciso eu descer dois passos para baixo eu não pensava uma segunda vez.

"Diz alguma coisa Sky, por favor." a sua voz rouca perfurou o meu bom senso restante.

Olhei para si. A sua expressão de incerteza, como se temesse que eu não o amasse de volta, ou talvez que eu não aguentasse á pressão de estar com ele por mais alguns segundos. O seu polegar a pressionar a pele da minha bochecha enquanto o seu peito se junta fortemente com o meu.

"Eu amo-te Harry, se a aflição na tua voz era o receio de eu não retribuir as palavras então era desnecessário. Porque eu já o faço há algum tempo." esbocei um sorriso levando a situação num caminho um tanto cómico.

"Se me amas como eu te amo, não me deixes."

"O pior, é que mesmo que eu quisesse não iria conseguir."

O seu sorriso foi inevitável e pude ver a forma como ele pegou no meu rosto. A sua testa suada descansou sobre a minha. As minhas costas sentiram as suas mãos ao invés da parede gelada, de corpos juntos e olhares cruzados posso dizer que me sinto em paz junto a si.

Amar. Sentir que de forma inevitável serás, enquanto o sentimento correr nas veias, para sempre de alguém. Enquanto alguns infinitos se revelam eu desejo que o nosso seja o que chegue mais longe. Guardar cada momento escasso, e contar cada sorriso e queda.

"Tu queres isto? Tu queres-me?" os seus dedos beliscaram a carne que cobria a minha cintura.

"Sim, eu quero." olhei-o.

Eram como uma pena que gentilmente se mantinha na superfície da água. Os seus pensamentos e fraquezas eram visíveis agora, desde a maneira como os seus olhos tremiam ao jeito como o seu lábio era rapidamente mordido. Uma criança com medo de dar o seu primeiro mergulho, um miúdo com receio de perder o pé e um homem que talvez tenha duvidas nas suas capacidades em atravessar a onda.

"Vou-te fazer minha sobre a nossa cama neste momento." sussurrou.

"Sempre fui tua." murmurei de volta.

Sorri quando os seus lábios chocaram fortemente contra os meus, as suas palmas apertaram as minhas coxas envolvendo-as sobre a sua cintura. Caminhou comigo no seu colo quente enquanto as minhas mãos se afundavam nos seus caracóis revoltos.

Talvez possa parecer cedo aos olhos alheios, mas neste momento depois do que passamos e do que eu sinto não há nada que me mostre que fazê-lo será um erro. E se realmente ele o for, será algo que nunca me arrependerei de cometer porque será impossível existir maldade em dois corações que ao emergirem se juntam como um só.

O colchão recebeu o meu peso e em conjunto o seu. As suas mãos percorreram todas as curvas que encontrava no seu caminho, a sua língua rodeou os meus lábios apenas para depois se encaixar sobre os pequenos pontos no meu pescoço e peito.

As minhas mãos pressionavam o seu pescoço encorajando-o para continuar os seus atos. Suspirei quando a sua boca desenhou padrões abstratos no fundo da minha barriga.

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⏰ Última atualização: Jul 11, 2016 ⏰

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