CAPÍTULO 6: Chamas

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Alexia é levitada por uma força invisível e seu corpo é "colado" no teto da pouco antes das luzes se apagarem e a escuridão predominar sobre todo o imóvel.

Hideke solta alguns gritos evocando o nome de sua namorada. O jovem fica aflito ao perceber que sua amada corre perigo.

-Alex? - Ele grita.

-Hik! - Ela responde.

-Você está bem?

-Me tira daqui, estou presa, me desça daqui... eu quero descer. - A jovem desabafa com uma voz torturada pelo medo.

*Brum! - Uma forte batida na porta do quarto.

-Seu filho da puta! O que fez com ela? Deixa ela em paz! - Hideke perde a calma.

-HI-DE-KE! - a voz tenebrosa volta a proferir o nome do rapaz por sílaba.

-O que quer conosco, porra? - O jovem mantém o tom.

*Brum! - Mais uma forte batida na porta do quarto.

-Hik, me tire daqui! - Alex torna a suplicar.

Infelizmente, não há como Hideke tirá-la de lá, pois a escuridão na casa é densa demais e ele não enxerga mais do que dois dedos a sua frente.

Caminhando na escuridão, Hik se direciona pelas batidas na porta até alcançar a maçaneta da porta. O jovem parece obstinado a abrir e encarar o seu malfeitor de frente, o que não é nada recomendável.

Alcançando a porta, Matsumoto agarra a maçaneta, destrava a tranca e puxa a porta de uma vez dando de cara com dois grandes olhos de fogo em meio a uma total escuridão. Como era de se esperar, Hik fica totalmente paralisado com o que vira. Os dois grandes olhos brilhavam no escuro e pareciam flutuar já que o corpo e a cabeça da criatura estavam camuflados na escuridão.

De repente, uma mão forte agarra o Hikede pelo pescoço e o ergue sufocando-o pouco a pouco.

Hik começa a se debater na tentativa de escapar de sua possível morte, mais seus movimentos são em vão, a criatura é forte demais. Quando os últimos segundos de vida do jovem começam a se esgotarem, um forte relâmpago ilumina a casa e uma colossal figura pode ser vista em relance. Hideke conseguiu ver o corpo podre da criatura, com ossos à amostra e pedaços de carnes penduras, peles soltas, pedaços de roupas e u par de botas de couro velhas. A coisa mais horrível já vista por olhos humanos.

Mesmo descobrindo o formato da criatura, Hideke não tinha mais força vital para reagir. Morrer parecia ser o seu único destino.

Antes de fechar os olhos, o jovem ver um clarão adentrar a casa e chamar pelo seu nome. Parece ser alguém carregando uma lamparina.

-Hideke? - O visitante gritava enquanto adentrava a casa.

A criatura bufou e afrouxou a mão que sufocava Hik.

-Não venha, saia daqui, corra! - O jovem falou na primeira oportunidade que teve de falar.

Na mesma hora, a luz do visitante se apagou, mas ele o fez de propósito.

A criatura tornou a bufar como quem se sentisse incomodado com a visita inesperada.

-Hik? - Alexia chamou.

-Alex? - Ele correspondeu.

Sem nenhum aviso prévio, uma chama surgiu provinda da sala se dirigindo ao quarto do casal, era o visitante utilizando um lancha chama. A criatura berrou contra as chamas, se transformou em fumaça e desapareceu.

A luz da casa retorna.

-Caetano? - Hideke reconhece o visitante.

-Bem que eu achei estranho suas luzes terem se apagado do nada. Você não são de desligar elas.

-Alex? - Hik lembra de sua amada presa no teto.

-Não há de demorar para que ela seja liberta do feitiço e desabe. Vamos logo preparar algo para amortecer sua queda. - O visitante fala.

Alexia é aparada com segurança.

-O que diabos era aquilo? - Hideke indaga.

-Uma criatura das trevas, serviçais de demônios. - Caetano responde.

-Eles temem ao fogo?

-Não exatamente, tem que ser chamas provindas da queima de óleo sagrado.

A conversa durou mais um pouco, e por mais que tudo o que acontecera seja fora do normal, o casal passou a compreender essa nova realidade perigosa.

-Enfim, você correm grande perigo, devem visitar "o fundador" o quão antes. - Caetano fala.

-"Fundador"? - Alexia indaga.

-Ele é descendente dos fundadores deste vilarejo, se tem alguém aqui que pode livrar vocês dessa perseguição, é ele.

-Onde o encontramos? - Hideke indaga.

-Eu vou lhe guiar até lá. Iremos ao amanhecer logo que o sol surgir. Devemos ser rápido antes que o próprio demônio decida agir e uma carnificina se propague por aqui.

Não Escreva Terror! - VOL. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora