Poison [Z.M]

· Capítulo 2 ·

Meus olhos se abrem aos poucos ao ouvir ruídos, Noah dormia tranquilamente com seu braço envolta de minha cintura me mantendo próxima de seu corpo, viro meu olhar até o pequeno despertador que mostrava as horas eram 04:35 da madrugada, os sons se tornavam mais altos a medida do tempo agora eu podia distinguir o que eram...
Pensei que seriam ruídos estranhos, mas, não.

Havia uma mulher...a porcaria de uma mulher a gemer na porra das quatro da madrugada.
Os gemidos se tornavam mais altos, uma parte minha queria ignorar, outra estava terrivelmente incomodada.
A merda estava gemendo como se estivesse a foder com um cavalo.

Fecho os olhos tentando voltar a dormir, embora os sons não parassem.
Noah se mexe atrás de mim, me apertando suavemente.

"Amor...ta acordada?" Ele sussurra ao meu ouvido, sua voz rouca devido ao sono.

"Estou sim...você ouve estes gemidos também?" Pergunto virando meu corpo na cama, para poder encarra-lo.

"Como não ouvir?" Ele resmunga, posso ver seus lábios se pressionarem e seus músculos ficarem tensos."Alguém está realmente feliz agora."

"Feliz, parece que estão socando um tronco de árvore no meio das pernas da garota, não tem como fazer menos escândalo?" Não consigo esconder o quanto estou indignada com esta situação.

Noah apenas ri baixo ignorando o que eu acabo de falar, ao invés de me responder ele aproxima seu rosto do meu, sinto sua respiração bater contra minha pele e suas mãos descem pelo fim das minhas costas.

Queria saber onde ele quer chegar com isso, me permito apenas a observa - lo imóvel.

"Amor...vai dizer que isso não te excita nem um pouco? " ele sussurra, seus lábios quentes roçando pelos meus.

"O que me excita, esses gemidos demasiado altos? " Pergunto incrédula do rumo por onde está conversa estava indo.

" Sim...não sente nada por isso?" Ele ri deixando sua mão em minha cintura apertando a mesma levemente, tento não me encolher com o toque.

Penso sobre o que ele me acabou de perguntar, não sei o que sinto por isso, enjôo...talvez?
Só sei que o fato da mulher gemer igual a uma atriz de filme Pornô, faz com o que me estômago se revire.

"Pois sinto...Sinto nojo!" Mostro a língua fingindo um vômito enquanto Noah ri, os gemidos cessam aos poucos, e fico contente por poder enfim voltar a dormir.
-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-

Após minhas roupas estarem todas devidamente dobradas em uma pilha organizada dentro das gavetas de meu pequeno guarda roupas, me dirijo à cozinha, já se passa das dez horas da manhã e por mais que eu queira ficar aqui com Noah, preciso ir trabalhar.

Estou sentindo um pequeno desconforto no estômago, o que indica que já estava na hora de tomar o café da manhã.
Debato comigo mesma se devo preparar o café ou ir comer em algum lugar, olho rapidamente para o relógio e me decido por ir comer fora, vou até o quarto e não consigo evitar sorrir ao ver Noah deitado.

Seu cabelo caia desajeitado sobre seu rosto e pequenas gotas de suor se acumulavam em seu queixo, sua respiração era tão tranquila que eu me vi tentada em voltar para cama onde me embrenharia em seus braços, deito - me ao seu lado deixando minhas mãos acariciarem as maçãs de seu rosto, ele abre os olhos sonolento e esboça um sorriso.

"Hey, bebé." Sou voz sai rouca devido ao sono, riu do quão fofo isso é. "Bom dia!" Digo beijando a fonte do seu rosto me afastando em seguida.

"Bom..." ele resmunga enterrando seu rosto no travesseiro, sua mão vai até minha cintura me trazendo pra mais perto, um sorriso bobo fica em meu rosto ao ouvir seus protestos.

"Vamos amor...É hora de levantar." Sussurro levando meu corpo para fora da cama, ele me segue até o banheiro, me encosto contra o lavatório enquanto ele abaixa as boxes para urinar.

"Você trouxe roupas?" Pergunto já sabendo que a resposta é um não, me sinto culpada por prender Noah aqui com apenas suas roupas de ontem e o colocar pra fora pela manhã, mas ambos temos nossas obrigações não vou agir como se fôssemos casados ou coisa do tipo.

"Não, só as de ontem, vou tomar um banho e depois te levo no trabalho okay? "
Ele responde lavando as mãos enquanto eu puxo uma toalha limpa e entrego a mesma para ele, concordo com a cabeça saindo do banheiro, arrumo minhas coisas na bolsa, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo mas que ficava bem em mim.

Noah sai do chuveiro já vestido, seu cabelo estava com algumas gotículas de água ainda o que o deixava com um aspecto muito atraente, ele enxuga os fios negros que ainda estavam úmidos.

"Pronto, baby?" Pergunto e ele concorda, no caminho explico a ele que vamos parar em algum lugar para comer, pego minha bolsa e ele suas chaves antes de sairmos, tranco a porta de meu novo apartamento e caminho até o elevador com meu namorado segurando minha mão de uma maneira carinhosa, estávamos debatendo sobre o encanamento da pia da cozinha que não estava no seu melhor estado.

Eu trocava o peso do meu corpo entre as minhas pernas enquanto esperava o elevador chegar, meu cabelo cai de frente ao rosto e antes que eu possa afasta-lo Noah se antecipa com seus polegares colocando os poucos fios rebeldes atrás de minha orelha, sorrio agradecida pelo gesto de carinho dele.

Nos momentos seguintes desviei o olhar de Noah quando um som invade o espaço do corredor, de uma das portas ao lado de meu apartamento sai uma mulher em um curtíssimo "vestido" preto aquilo mais se parecia uma blusa, que deixava bem expostas suas mamas enormes.

Vaca, é tudo que eu consigo pensar enquanto a morena desfilava com seus saltos altos pelo corredor, com certeza essa é a mulher dos gemidos que ouvi de madrugada.

Antes que eu terminasse o raciocínio ouço a porta bater, por trás da morena com cara de prostituta, meu olhar viaja até a origem do som, e tudo que eu consigo ver são aqueles olhos...

Olhos do mais profundo avelã, de uma intensidade que eu jamais havia visto em outro lugar, ele caminhava até mim com seu olhar preso no meu, era como se minha respiração estivesse presa no fundo de minha garganta.

Os passos dele eram grandes mas silenciosos, sua barba por fazer em seu rosto o deixavam com um ar tão...charmoso.

Não sei se essa é a palavra adequada para descrever, mas porra minhas pernas viraram gelatina assim que me vi frente a frente com ele.

"Alexis?" Quando ouvi meu nome trato de deixar o seu olhar, Noah me encarava com as sobrancelhas arqueadas.

"S-sim..." odeio como gaguejei desta forma, a porta do elevador se abre e me apresso a entrar sabendo que Noah está bem atrás de mim, seguido pelo casal que entra também, respiro fundo e pressiono o botão do térreo.