· Capítulo 53 ·

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{Por Rosa}

"Como assim não posso ver os registros policiais?" Berrei agitando minhas mãos na frente do rosto o policial narigudo suspira e massageia as têmporas antes de falar.

"Minha senhora, são arquivos confidenciais não estou autorizado à mostra-los."
E ele continua com esse papo de burocracia e se recusa a mostrar os arquivos dos Gêmeos.

"Vamos lá, eu não vou cometer nenhum crime nem nada prejudicial, só quero a minha matéria, vamos...apenas uma olhadinha?" Sussurrei unindo meus lábios em um biquinho.

Ele revira seus olhos e permanece impassível cruzando seus braços.
"Não moça, se continuar insistindo irei ter de retira-la daqui." Ameaçou me fazendo bufar em frustração.

Eu preciso ver esses arquivos!
Vou molhar a mão desse cara, sorri com o pensamento e abri a minha bolsa procurando minha carteira.

"Quanto o senhor quer pra me deixar ver isso?" Abri minha carteira torcendo o nariz pela falta de notas aí, quem sabe ele aceita cartão?
Vai sonhando Rosa, tu vai acabar sendo presa.

"Está tentando me subornar moça?" Ele diz com a voz alterada e seu olhar duro me repreendendo.

Ok, talvez não devesse ter sugerido isso.

"Não veja como suborno...veja como uma gratificação por um favor prestado." Sussurrei tentando manter o meu tom de voz o mais simpático possível.

"Esqueça isso e vá embora antes que te tranque em uma cela." Disse ele e se vira de costas voltando ao seus afazeres anteriores.

Droga, o que eu tenho que fazer para ler os arquivos dos Malik? Onde vou encontrar as informações que preciso sem ser nos registros policiais?
Sinto que a morte de Marry tem haver com esses dois, e não vou desistir tão facilmente disso, eu vim até aqui e não vou voltar sem ter essa matéria pronta!

"Por favor! Por favor, é só uma olhadinha!" Implorei novamente agitando minhas mãos em forma de prece.

O policial narigudo apertou a ponte de seu nariz e suspirou pesado, vamos lá só uma olhada!

"Senhorita, eu gostaria de ajudar, mas não posso, os registros são extremamente confidenciais e restritos a apenas pessoas do governo, sinto muito por isso, você pode tentar obter uma autorização com o governo, não acho que seja fácil conseguir, mas você pode tentar." Respondeu demonstrando um pouquinho de condescendência para comigo.

Descarto a opção de pedir autorização ao governo, nem se quer sou formada, eles não liberam isso nem para os jornalistas profissionais.

Talvez seja melhor desistir disso...que idéia de louco, desvendar um caso sozinha sem ajuda de ninguém apenas reunindo informações...

"Tudo bem senhor...Talvez isso de ser jornalista não seja pra mim...Talvez eu devesse escolher outra profissão como secretária ou quem sabe bibliotecária...ou até algo mais perigoso como policial..." funguei as lágrimas já borrando minha visão e caindo por minhas bochechas, ele paralisou balançando sua cabeça em negação e acariciando meu ombro em uma tentativa desajeitada de me consolar.

"Não diga isso, tenho certeza que conseguirá terminar sua matéria e será uma grande jornalista." Assegurou-me retirando um lenço de seu bolso, as palavras de consolo dele só me fizeram soluçar mais em planos no meio da pequena delegacia.

"Não, nunca serei uma jornalista de verdade, essa matéria era a minha única chance e agora...Ela está perdida, nunca vou realizar meu sonho...nunca!" Resmungo no meio do choro aceitando o lenço que ele me oferecia, enxuguei minhas lágrimas mas logo volto a despejar novas, meus soluços altos pelo recinto.

"Claro que não...Não chore moça, oh Deus!" Ele afagou minhas costas e tombo meu rosto em seu peito molhando sua farda com minhas lágrimas.

"Se ao menos eu pudesse ver aqueles arquivos, poderia ter uma chance de conseguir, mas não irei conseguir agora, não irei conseguir." Choraminguei minha voz saindo abafada pelo lenço já encharcado de minhas lágrimas.

"Está tudo bem, eu deixo você ver, posso abrir uma exceção...Desde que seja em silêncio e que a senhorita pare de chorar, já!" As suas palavras me fazem sorrir e agora voltar a chorar de emoção e felicidade ainda não acreditando que finalmente irei conseguir, enxugou as lágrimas sorrindo e acenando positivamente com a cabeça.

"Ok...venha comigo, irei te mostrar tudo que quiser saber." Ele me guia até uma salinha com apenas um computador antigo.

"É aqui que estão os arquivos?" Perguntei ao que ele concorda e se senta de frente ao computador digitando qualquer coisa rapidamente.

"Os arquivos ficam em pastas, mas por questão de praticidade os colocamos no computar para melhor consulta."
Puxei uma cadeira e me sentei ao lado dele observando atentamente ao que ele fazia.

"Você disse Joseph Malik?" Questionou e logo eu concordei pegando um bloco de anotações já quase todo gasto.

"Joseph Malik e seu irmão." Acrescento observando a página carregar abrindo na frente de meus olhos com as seguintes informações.

Nome: Joseph Javadd Malik

Nascimento: 12/01/1993

Altura: 1,75

Família:

Irmãs: Doniya, Waliyha e Safaa

Irmão: Zain Javadd Malik

Pais: Yasser e Trisha

Cidade natal: West Lane Baildon, Bradford, Inglaterra

Alguma coisa soava meio familiar ali, mas resolvi continuando a observar o arquivo.
Havia algumas ocorrências na fixa dele o que denunciava que não era uma pessoa muito tranquila.

"Esse rapaz não parece ser boa coisa, várias ocorrências com brigas e relacionamento com drogas..." ele me diz e eu apenas concordo brevemente fazendo anotações em meu bloco mas paralisando assim que ele mostra uma foto dele.

"E-esse é que é o Joseph?" Questionei esbugalhado meus olhos sem acreditar no que estava vendo.
Não pode ser, tem que ter alguma coisa errada aqui!

"Sim, é a foto mais recente que temos no arquivo." Ele falou me fazendo arfar e gemer ao mesmo tempo em constatação.
As peças do quebra cabeça se encaixando na minha cabeça.
Os casos em Seattle, o caso em Nashville...Eles têm uma ligação entre si, e eu já sei qual é.

"Você pode por favor imprimir isso pra mim, Karl? " Pedi ao policial minha mente girando em suposições e em suspeitas.

Droga, Alexis, você tá tão ferrada...

"É claro, só um minuto." Ele diz ao que eu ignoro procurando meu celular feito louca na bolsa, ela disse que ia viajar hoje!

"Pronto." Me entregou a fixa impressa e o agradeço sorrindo mas me despeço as pressas discando o número de Alexis rapidamente.

"Não tenha viajado, por favor, esteja em casa..." orei enquanto o bipe do outro lado me faz bufar com a voz de Alexis gravada na caixa postal.

"Oi não posso atender agora, deixe o seu recado que eu te ligo mais tarde..." atravessei a rua guardando o arquivo em minha bolsa e correndo até a pensão onde estava hospedada.

"Alexis, atende a droga do celular, eu descobri uma coisa sobre o Zayn, escute...ele não é quem você pensa que ele é, eu te explico melhor depois, SÓ FICA LONGE DELE E ME LIGA!" Deixo a mensagem e corro escada acima discando o número dela novamente.

Vamos Alexis, me atende esse telefone!

Poison  [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora