· Capítulo 11 ·

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{Por XXXX}

Tenho exatamente duas horas antes que ela chegue em casa, já havia observado sua rotina à alguns dias e sei que nesse instante Alexis se encontra dentro da pequena livraria.

Consegui a chave de seu apartamento em um momento de distração do porteiro, existe uma copia por segurança de cada apartamento na portaria, eu apenas peguei a copia e deixei uma parecida em seu lugar, pretendo devolver a verdadeira.

Giro a chave na fechadura e essa se abre com um clique, foi tão fácil que quase se tornou sem graça invadir seu espaço.

Pobre Alexis...nem faz idéia do que está acontecendo.
Fecho a porta nas minhas costas e adentro o local com passos silenciosos, as luvas de plástico preto em minhas mãos impedem que eu deixe minhas impressões digitais por onde eu tocar, já aprendi faz tempo que cuidado nunca é de mais.
Molho os lábios com a língua observando o local, era pequeno mas aconchegante, tudo tão limpo e organizado suspeito que ela sofre de transtorno obsessivo por limpeza.

As paredes eram de um verde limão irritante, esperava que fosse branco ou um tom mais claro e neutro, minha teoria é que ela não pode pintar as paredes ainda.

Abro a geladeira e uno as sobrancelhas em reflexão, havia várias embalagens de congelados e iogurte, uma garrafa de vinho inacabada e uma travessa de alguma coisa que ela deve ter preparado.
Fecho a porta da geladeira e me encaminho para a dispensa, retiro a caixa de cereais dela e despejo o conteúdo que trazia em um saquinho cinza, trato de sacudir bastante pra ficar bem misturado, isso era apenas um estimulante não faria mal se ela não misturasse com álcool o que espero que não faça.

Percorro todo o apartamento até o seu quarto, a cama se encontrava desarrumada com roupas por cima dela, me ajoelho ao lado de sua cama e pego a sua camisa azul ainda humida em minha mão, cheirava a ela, sem pensar duas vezes coloco a camisa dentro de minha bolsa e me levanto olhando em volta.
Um pequeno porta retrato de cristal estava sobre a sua mesa de cabeceira ao lado do rádio despertador, seguro com cuidado o objeto e mordo meu lábio inferior com força sentindo o gosto de meu sangue na língua.

Na fotografia era ela e o seu namoradinho, um sorria para o outro feito um perfeito casal apaixonado.
Preciso usar cada fibra do meu alto controle para não lançar aquela porra contra a parede de merda.
Pouso a bosta do porta retrato no lugar que se encontrava anteriormente.

Preciso de um lugar para implantar as câmeras e as escutas, não quero nem pensar na hipótese que ela descubra.
Me apresso em retirar os pequenos objetos e coloca-los em cima da cama.
Eram cinco câmeras e três escutas apenas, creio que seja o suficiente.

Olho em volta e vejo um pequeno peluche sobre o roupeiro que seria perfeito pra colocar a câmera, caminho em direção ao objeto e apanho segurando o em frente de meu rosto, era um ridículo coelho malhado de pelúcia, implanto a câmera em seu nariz era quase que imperceptível olhando de perto, devolvo o coelho ao seu lugar e trato de implantar as outras câmeras em todo o apartamento as escutas foi um pouco mais complicado, demorei mais do que achava que seria preciso mas me lembrei de certificar-me que tudo estava funcionando perfeitamente.

Era tão engraçado a inocência dela para as coisas, tudo se passa diante de seus olhos e ela não consegue perceber nada.
Irei adorar cada minuto que observar sua rotina, pego minha bolsa me preparando para deixar o local quando ouço o barulho de chaves girarem sobre a fechadura da porta de entrada.
Porra, porra.
Olho de relance para o relógio e percebo que ela chegou cerca de vinte minutos com antecedência, a única explicação é o idiota do Noah havia trazido-a de carro.

A porta da frente se fecha e seus passos se aproximam do quarto com pressa.
Prendo minha respiração no peito e me impulsiono para o chão entrando em baixo de sua cama trazendo minha mochila comigo no mesmo instante que ela entra no quarto.
Putz, se me apanha agora a coisa fica feia.
Consigo ver enquanto ela joga a bolsa em qualquer canto e tira os sapatos, me encolhi o máximo possível tentando não produzir nenhum som.

Sua saia amarela desliza por suas pernas e observo enquanto ela se deita na cama, respiro o mais silenciosamente que consigo e ela se mexe na cama.

"Oi mãe." A voz dela se propaga pelo quarto deduzo que esteja falando ao celular.

"Não...Estou sim e você? "ela fala, tenho que esperar que ela saia ou durma, não posso ficar aqui por muito tempo, não quero nem imaginar se Alexis descobrir que estou em baixo de sua cama.

"Ah que bom...vai bem...Como ele está com isso de ser pai?"

Pai? Quem vai ser pai?
Espero que não seja ela a grávida.

"Pois sim, a senhora já não é muito nova pra ser mãe." Pausa." Não estou dizendo que seja velha...deixa disso..."
Pelo que entendi que está grávida é sua mãe, não consigo evitar sentir o alívio relaxar meu corpo.

"Ele te ligou?" Ela suspira e se mexe na cama." Achei que íamos terminar, discutimos ontem..."agora ela está falando sobre o namorado, reviro os olhos pensando em como foi inútil a briga dos dois, só me fez perceber que o casalzinho não é assim tão perfeito.

"Eu sei mãe...ele só teve um ataque se ciumes e me disse coisas horríveis...Não, não tenho nada com o vizinho." Alexis ri baixo enquanto fala com sua mãe, uma parte de mim está surpresa por ela estar falando sobre isso com sua mãe.

"É, você devia ter visto, o cara é assim todo bom..." suas palavras me fazem querer rir, confesso que é muito bom saber disso.

"Sim, e adivinha..." começo a ficar impaciente, minhas costas já doem de esperar que ela durma ou se vá.
"A Rosalina vem passar um tempo comigo aqui..." uma seguida de risinhos e papos conpletanentes inúteis sobre essa Rosalina e trabalho ela enfim decide desligar o celular após dizer eu te amo mãe, sinceramente, achei que ela iria chorar ao telefone dizendo o quanto sente a falta de sua mãe.
Olho para o relógio e vejo as horas, como ela consegue ficar quase que uma hora inteira ao telefone?
Minhas costas já estão doendo um pouco, definitivamente não posso passar a noite nessa situação.

Após uma eternidade ouço a respiração dela se acalmar espero um tempo para ter certeza que ela havia adormecido, à quase vinte minutos ela não se move.
Com cuidado guio meu corpo pra fora de sua cama e prendo a respiração, ela estava deitada de bruços com um emaranhado de cabelos loiros cobrindo seu rosto, vestia apenas a blusa branca e uma calcinha rosa que me faz quase rir, mordo meu lábio controlando meus impulsos de me deitar ao seu lado e fazer tantas coisas...

Apenas caminho pra fora de seu quarto silenciosamente, abro a porta e saio trancando a mesma em seguida, um sorriso vitorioso assume meu rosto, enquanto caminho me afastando aos poucos de onde Alexis dormia.

Poison  [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora