· Capítulo 26 ·

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{Por Zayn }

Acordei sentindo uma leve ardência na minha testa.
Onde estou? Me perguntei olhando em volta, estava no carro e um filete de sangue escorria da minha testa.

O que aconteceu?
Encaro meu reflexo no espelho observando o corte que se localizava na minha testa, foi apenas superficial nada de grave aparentemente.
Não sinto outras dores também.

Olho para o meu pulso encontrando o relógio.
São quase sete da manhã e não faço idéia de onde me encontro.

Tenho que estar na oficina em uma hora e preciso passar em casa pra trocar de roupa.

Meus punhos estavam cerrados e havia sangue em meus dedos, eu me meti em uma briga?

Não acredito que isso tornou a acontecer...

Ligo o carro e busco em meus bolsos um maço de cigarros, preciso relaxar e somente a nicotina agora pode me ajudar, risco o isqueiro fazendo a chama surgir e dançar de frente à meus olhos.

Coloco o cigarro entre meus lábios e o acendo relaxando quase que instantaneamente.

Como eu vim parar aqui?
Odeio quando essas coisas me acontecem simplesmente odeio.

Percebo que estou à apenas algumas quadras antes de casa.
E agradeço mentalmente, meus olhos estão pesados sinal que não dormi o bastante, será que estive no carro esse tempo todo?

Os livros da faculdade e o meu jaleco estão no banco de trás.
Repasso o dia anterior pela minha mente e sorrio quando a loira de olhos castanhos e sorriso brilhante surge em meus pensamentos.
Lexi...puts, eu me esqueci que ia até lá a noite, ela deve estar fula da vida comigo.

Por que eu não avisei bosta!
Respiro fundo estacionando na garagem ao mesmo tempo em que meu celular vibra no bolso o nome da minha mãe visível.

"Oi mãe." Comprimento sentindo meu peito doer, como eu sinto falta dela...

"Oi meu amor, como você está, espero que bem, não quero que trabalhe demais." Ela fala e ouço os risos das minhas irmãs no fundo, posso até imagina-
las amontoadas na pequena cozinha à preparar o café da manhã, sinto saudades dessas manhãs.

"Estou bem, não se preocupe a senhora sabe melhor do que ninguém que eu trabalho muito pra poder dar uma vida boa para ti e para as pequenas." Respondi saindo do carro, não vou ter tempo pra comer nada nem muito menos dormir,  preciso ir trabalhar e mais tarde resolver os reparos nesse edifício.
Eu era o encarregado para efetuar as manutenções e os consertos de todos os apartamentos, em troca não pagava aluguel o que me ajudava muito com as despesas.

"Mas não precisa se esforçar tanto assim não é? E a faculdade como esta? " posso até ver a expressão sisuda em seu rosto e sorrio pegando o elevador desejando bom dia à uma moça que já estava ali também.

Acho que estava voltando da balada pela roupa e cara de cansaço.

"Esta tudo bem mãe." Respondi ouvindo a Safaa gritar que me ama no fundo, sorri bobo com muita vontade de abraçar a minha pequena irmãzinha.

"Diga a ela que também à amo" riu ouvindo minha mãe repetindo a que eu disse.

"Zayne está comendo direitinho meu bebê?" Perguntou me fazendo rir e revirar os olhos, na verdade estou comendo quase nada mas não direi isso a ela.

"Estou comendo muito bem Mãe, e pare de se preocupar." Respiro sem graça vendo a moça ao meu lado sorrindo de uma maneira estranha pra mim quase que admirada.

"Acho bom, Eu te amo muito tá bom?" Sorrio quando as portas se abrem no meu andar.

"Também te amo mamã." Sussurrei e desliguei o celular indo até o meu apartamento, só vou poder trocar de roupa e terei que ir correndo pro trabalho.

Procuro as chaves nos bolsos quando mãos me empurram contra a parede.

De novo esse sujeitinho?

Noah me encarava segurando a gola da minha camisa, dessa vez não, no outro dia não lhe parti a cara por consideração à Lexi mas agora vou dar o que esse petulante merece.

"Solta-me" empurro seu peito com força e vejo quando ele bate com as costas na parede oposta, o cara não me deixa em paz, parece que quer morrer, será que esse riquínho não sabe fazer nada na merda da vida dele.

"Escuta aqui seu Zé ninguém, fica longe da Alexis ela é minha, minha  e sempre vai ser, é só uma questão de tempo até ela voltar pra mim." Ele tem a audácia de dizer essas besteiras na minha cara, ele acha mesmo isso?

Olha confesso que fiquei interessado na Alexis logo de cara, mas respeitava sua relação com esse patife, acontece que toda essa birra dele só me fez quer mais, agora que eu a conheço mesmo a minha vontade de estar com ela tem aumentado significativamente.
É tão interessante a maneira como ela reage ao meu toque, como se fosse atraída à mim como um imã.

Eu quero ela e vou ter, foda-se esse metido a besta engomadinho.

"Eu fico perto de quem eu quiser e ela não é sua, não mais." Fico embasbacado com o grau de estupidez desse cara, como ele pode trair a Lexi?

Ela é tudo e muito mais que um dia eu sonhei ter pra mim, de certa forma tenho que agradecer a ele, falando sério o cara praticamente me integrou ela de bandeja.

Todos os seus ataques de ciúmes desnecessários, todas as brigas, eu diria que sem a traição dele eu a teria conquistado em um mês no máximo.

Ela me deseja,  percebo isso na maneira como ela morde os lábios e olha pro chão quando me vê.

"Ela nunca transaria com você estando sóbria." Resmunga e sai andando.

O que?

Demoro uns instantes até perceber o que ele quis dizer é um sorriso vitorioso assume meu rosto, sei exatamente como fazer ele sair do sério.

"Mas ela transou, e estava muito sóbria, foram várias vezes na mesma noite." Falo alto e vejo ele congelar no meio do caminho cerrando os punhos.

Atingi um ponto sensível, ponto pra mim.

"O que disse?" Rosnou mas sua expressão demonstrava pânico, ele estava afetado, pobrezinho...

"Foi tão bom a maneira que ela estreitava as coxas envolta de mim e gemia o meu nome..." pausa, sorrio contente ao ver o maxilar dele se contrair, ele está quase em pedaços, quase lá...

"Isso é mentira." Notei que ele estava inseguro, ele acreditou só não quer admitir, preciso fazer com que esse mané entenda que agora ela me pertence.
(Bla Bla, marxista )

"Ela suspirava enquanto eu entrava dentro dela e gemia para que eu fosse mais fundo, aquelas unhas nas minhas costas..." caramba, eu sou realmente mal, o cara estava desabando na minha frente tampando os ouvidos, só mais uma pra ele sair correndo daqui.

"Ela tem aquela pintinha cor café no peito que contrasta tão bem com a sua pele branca, me lembro até agora do gosto do seu beijo...gosto de morango." Sorrio enquanto ele avançava até mim em fúria, cerro meu punho e atingo com força seu rosto ele cai pra trás em choque.

Esse cara é tão deplorável que me causa nojo.

"Ela vai voltar pra mim." Fala se levantando, observo o sangue manchar sua camiseta de marca que tenho certeza que não fará falta alguma pra ele.

"Vai nada...Vou me lembrar disso a noite quando ela estiver me chupando." Mal acabo de pronunciar e e ele avança novamente, ri da persistência dele e esmurro seu estômago fazendo com que seu corpo caia no chão igual um saco de batas.

"Vá embora, não quer que ela te veja assim tão deplorável? " tirei sarro abrindo a porta do meu apartamento.

Observo vitorioso ele rumar até o elevador e sair cabisbaixo.
Eu ganhei.

*Tá aí o de hoje, depois de amanhã tem mais :)
Obrigada vocês que estão acompanhando.

Poison  [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora