Capítulo 17- Breno

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Depois da aula fui ajudar o Matt com a mudança em sua nova casa. Seus pais vinheram do Reino Unido, assim como minha família por causa dos negócios.

Sua mãe é melhor amiga da minha e ambas são grandes advogadas. As minhas preferidas.

Meu pai é engenheiro e o pai do Matt, arquiteto.

Nossa família e a do Matt é unida desde sempre, pelo fato de nossas mães terem feito faculdades juntas.

No fim do dia, voltei exausto para casa. Tomei um banho, comi alguma coisa e fui fazer dever.

A professora tinha passado três temas para fazer uma redação:

Educação e disciplina no ambiente escolar
(Não)

Fim da Fome no Brasil
(Piorou)

Perigos da internet
(Podemos dar uma chance)

Bom, internet era um assunto que eu gostava então comecei logo.

Quando minha mãe chegou - 20:00h - eu ainda não tinha escrito nem o título na folha.

-Breno?- minha mãe aparece no quarto. -Aconteceu alguma coisa?

-Não mãe.- sorrio fraco.

-Vi a bagunça que fez na cozinha. Pode ir arrumar agora.- ela sai. -Ah! E chame minha nora para um jantar no sábado.- ela aparece de novo.

-Estou namorando e não fiquei sabendo?- ela ri.

-Não bobinho. É a mãe de minha Nic, lembra?

-Mãe... Não começa...

-Vai logo arrumar aquela bagunça, Breno Cavalcantti.- muda de assunto.

Reviro os olhos e vou para a cozinha.

Começo lavando as coisas que eu usei mas acabei levando um puxão de orelha - literalmente - por ser egoísta. Claro que eu resmunguei a vida toda por isso, mas nada demais.

-Olá!- meu pai e minha irmã chegam.

Thalita estuda em período integral e meu pai a busca. Chega tarde por conta do engarrafamento que toma a cidade.

-Breno lavando os pratos? Me belisca pois acho que estou sonhando!

-Para com isso pai.- reviro os olhos e finalizo a lavagem.

-Olha o que ganhei Breno!- minha irmã levanta um DVD dos Minions.

-Quem deu?

-Papai comprou.- ela observa a capa, fascinada.

-E pra mim pai?- sorrio grande e saio da cozinha.

Ele tinha comprado um vestido para minha mãe, uns DVDs para a Thalita ficar repetindo o resto da vida, uma bola oficial junto com alguns DVDs para o Xbox.

-Obrigado pai!- digo e todos nos juntamos para um abraço em grupo.

-Vocês estão me esmagando!- Thalita grita e nós rimos. -Coloca, coloca, coloca!- ela grita.

-Nada disso boneca.- minha mãe toma o DVD. -Só depois que você for tomar banho.

-Mas mãe...- ela faz bico.

-Nada disso.

-Papai...

-Você ouviu sua mãe, Thalita.- ele sorri fraco e minha mãe sai. -Eu prometo que depois do banho, vamos assistir juntos.- pisca para minha irmã e sai.

Eu volto para o quarto e escrevo a primeira palavra do enorme texto:

"O"

Pelo visto, teria que aumentar o tamanho da letra - quem nunca - para não ficar com menos de 15 linhas.

Vá por mim: quando a inspiração é grande, você passa das 15 linhas.

***

-O filme é muito bom!- meu pai diz depois de rir muito.

A mesinha no centro da sala estava com caixas de pizza e suco.

-Concordo.- minha mãe diz e arrumamos as coisas.

-Pelo visto, nós três que assistimos o filme...- digo olhando a Thalita, que dormia profundamente no sofá.

Lembrei do tempo em que dormia de propósito no sofá e acordava por acaso - ou quase isso - na cama.

***

-E então? Como foi a primeira noite na casa nova?- pergunto comendo a maçã que tinha levado para comer no intervalo.

Sim, o tempo tinha passado muito rápido.

-Muito chato.- revira os olhos. -Prefiro tua cama confortável.- eu rio.

-Você não perde a oportunidade, não é?

-Se perdesse, não seria eu.- pisca.

Ficamos um tempo em silêncio. Noto que o Matt olhava para algum lugar. Quando olho na direção, era um alguém.

-Qual teu lance com a Ammy?- pergunto e ele me olha assustado.

-Nenhum.- dá de ombros.

-Mattew... Não me engane.- ele suspira.

-Como tem tanta certeza?

-Tendo tanto quando essa: a morte.- ele sorri e volta a comer o lanche. -Eu te conheço, somos amigos desde sempre!

-Bom...- ele suspira mas não diz nada.

O sinal bate e fomos para a sala, onde foi dito que a aula seria vaga.

Me jogo na cadeira e vejo uma garota loira dos olhos azuis vindo em minha direção.

-Aqui a Nic.- coloca a boneca deitada na minha carteira. -Cuida bem dela.- faz cara de desanimada.

-O que aconteceu?- ela se senta na cadeira da frente.

-Nada.- dá de ombros.

-Talvez desabafar dê certo...

-Digamos que eu esteja sem celular.- arrisco um sorriso.

-Sinto muito.

-Não, você não sente. Na verdade, ninguém sente.- dá de ombros e revira os olhos.

-Entenda que o que sua mãe faz, é para o seu bem.- balanço os ombros.

-É, eu sei. Estou cansada de ouvir isso.- revira os olhos mais uma vez -Bom, missão dada é missão cumprida.- ela se levanta e eu lembro do convite.

-Minha mãe perguntou se você não quer jantar lá em casa no sábado à noite...- reviro os olhos.

-Eles estão levando esse trabalho mais a sério que a gente.

-Concordo.

-Pode ser, depois me diz o horário.- sorri. -Só não manda mensagem.- ela diz desanimada.

-Pode ser pombo correio?- Melissa ri e revira os olhos.

Nós ficamos uns segundos em silêncio e ela fica corada e passa a mã no cabelo de forma frenética.

-Mel!- o Eddie aparece da porta da sala e corta o clima. -Vem!

-Já vou.- ela diz mas não se vira. -É isso.- passa as mãos nas pernas. -Até logo.

-Até.- sorrio fraco e a observo andar sem graça.

Minha mãe vai estourar fogos de artifício - e eu desconfio o motivo.

O Idiota do Meu Inimigo (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora