Capítulo 41

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Duas semanas se passaram desde a vergonha que eu fiz Breno passar.

Claro que pelos corredores do colégio ele ainda é zoado mas esse é o preço que os homens ou garotos deveriam pagar por trair.

Parei definitivamente de falar com Eddie. Ele disse que eu estava parecida com a Bella e essas baboseiras.

Ammy insistiu tanto que eu tentei falar com o Breno nessas duas semanas. Mas em todas, ele disse que não queria falar comigo. Quando contei para Ammy, ela disse:

-Bem feito.

Mas o lado bom é que já faltam três longas semanas para o inferno acabar. Já né? Ainda ontem eu estava esbarrando o Breno sem saber quem ele era de verdade...

Nos trimestres eu já estava passada só faltava o terceiro. Acho que vou para a recuperação de alguma, mas né...

-Bom dia, bom dia, bom dia!- Tânia diz. -Vamos começar mais uma aula! Quero os bebês de vocês agorinha, ok?- ela se senta. -Alexandre e parceira. Por favor...- ela segue a ordem da chamada.

Onde estava a Nic?!

-Breno.

-O que é?

-Eu sei que você não quer falar comigo mas onde está a Nic?- ele me olha confuso.

-Com você.

-Não está não.

-Está sim. Eu não acredito que você perdeu a Nicole!- ele levanta e cruza os braços.

-Ammy e parceiro!- a professora grita. Breno seria o próximo.

-Não está comigo.

-Eu entreguei a boneca ontem Melissa! Por sua causa, vamos ficar sem ponto!- ele fica vermelho.

-Breno e parceira!- a professora chama.

Breno bufa e juntos caminhamos até a mesa da professora.

-E então...?

-A Melissa perdeu a boneca, professora.

-Eu já disse que não perdi!

-E onde ela está?- Breno ergue a sobrancelha.

Abro a boca para responder mas nada saiu. Eu não tenhob ideia de onde a boneca está.

-Crianças, eu sinto muito mas vocês não vão conseguir atingir a pontuação máxima.- Tânis diz. -Vocês estavam cuidando da...- ela olha o papel. -Nicole tão bem. Demonstraram pais de verdade. Mas hoje é o prazo final, sinto muito.- ela rabisca algo no papel.
-Podem se sentar.

Ela berra o nome da próxima dupla e eu me sento no meu lugar.

-Hey, qual foi?

-Me sinto a vilã! digo e Ammy ri.

-Dramática!- ela se senta.

-Eu esqueci a Nicole e o Breno ficou uma fera comigo.- suspiro.

-Isso não te faz a vilã.

-Faz sim Ammy, olha no que eu me tornei! Numa garota cheia de vingança... Que não cuida da filha direito.

-Da boneca.- Ammy corrige. -Coisas assim rolam.- ela dá de ombros. -Deixa a maré levar.

-Quando o sinal da última aula tocar, eu vou conversar com o Breno.

***

Respira.

Expira.

Você consegue. Você é capaz.

-Breno!- o chamo e corro em sua direção.

-Vou deixar vocês sozinhos.- Matt se retira.

-Podemos conversar?

-É pra conversar mesmo ou para sentir meu odor?- ele ergue a sobrancelha.

-Vim pedir perdão.

-Especifique-se.- cruza os braços.

-Por ter dito aquilo e por ter esquecido a Nic.

-Aquilo não tem perdão Melissa.

-Mas você estava beijando a Alexandra! E eu vi você beijandoa outra!

-E isso não dá o direito de você ter feito aquilo na frente de centenas de convidados! Sabia que até hoje tem meninas que gastam com minha cara? Não foi você quem disse que terminamos? Então?

-Só estamos nessa situação por que você beijou a lambisgóia da Bianca.

-Só estamos nessa situação porque você não quis me ouvir. Terminamos, não terminamos? Então só venha falar comigo algo relacionado ao colégio.

Ele começa a andar.

-Eu não beijei o Gustavo!- ele para. -Achei que você precisava saber disso.- passo por ele e vou embora.

***

Cheguei do colégio, tomei um banho e me joguei no sofá.

-Vai sair mãe?

-É, vou ali falar com a Laura.

-Falar o quê?

-Ê menina curiosa! Não demoro.

Almoço, faço o dever e durmo.

Como extra, tenho um pesadelo.

E nesse pesadelo eu perdia o Breno para sempre.

O jantar foi a mesma coisa. Felipe, meu pai e minha mãe contando como foi o dia de cada um.

-Esse termínio não está te fazendo bem.- meu pai começa. -Eu disse, não foi Clarice? Que a Melissa só ia começar a namorar depois dos trinta. Sabia que ela ia ficar com o coração partido desse jeito.

-Rafael, já tivemos a idade dela né? Esse tipo de coisa acontece.- minha mãe revira os olhos. -Mas temos uma novidade. Vamos viajar.

-Pra onde?- Felipe pergunta.

-Vamos para aquela fazenda da sua bisa.- meu pai responde.

Ah, a fazenda da minha bisa. Amo aquele lugar.

-Sério?- me animo.

-Sério. E vamos na próxima quinta feira.- minha mãe informa. -Não tem problema faltar dois dias de aula.- ela sorri.

-É, não tem problema tocar fogo no carro.- meu pai ironiza. -E ainda não chegou na parte "novidade".- ele usa aspas. -Eu conto ou você conta, meu amor?

-O quê?- eu e meu irmão perguntamos na mesma hora.

-Que a família Cavalcantti vai com a gente ué.- minha mãe diz.

-O quê?!- quase engasgo. -Mãe! Você sabe muito bem que Breno e eu terminamos. Ter-mi-na-mos! Significa que qualquer tipo de contato: visual, físico ou psicológico- enumero nos dedos. -é proibido.

-Proibido é a marca da cerveja.- meu pai pensa alto.

-Proibida.- corrijo.

-Como você tá sabendo nome de cerveja?!- reviro os olhos.

-Vamos sim porque seu pai fechou um negócio importante com o Guilherme. E vamos para comemorar.

-Que tipo de negócio? Você faz negócio com o tio Guilherme desde quando?- franzo o cenho. Isso sim que é verdade.

-O importante é que teve negócio.- meu pai responde rapidamente. -Vocês vão para se divertir, não para discutir vida amorosa.

-A Lua, o Duda e as gêmeas também vão.

Ah ótimo. Agora sim o circo está completo.

O Idiota do Meu Inimigo (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora