Capítulo 45

4K 289 16
                                    

Depois de ficarmos horas olhando o céu, recolhemos nossas coisas, demos as mãos e fomos para a casa.

Na frente dela, todos - sim, todos, inclusive o caseiro e família - estavam lá e assim que nos viram de mãos dadas, aplaudiram e comemoraram.

-O que é isso?- pergunto com o cenho franzido.

-Ainda não é a melhor parte!- minha mãe diz e dá um toque pro meu pai, que corre e explode um foguete.

-É para comemorar o namoro de vocês!- tia Luana explica.

-Se vocês não voltassem, iríamos estender o passeio por alguns dias.- Guilherme fala.

-Não entendi...- Breno fala.

-É o seguinte.- meu pai se aproxima. -Foi tudo armado. Esse passeio, o aquecedor "quebrado"- ele faz aspas com os dedos. -, as tarefas, o cavalo, tudo. Foi tudo combinado!

-Lembra que eu disse que ia na casa de Laura?- minha mãe abraça meu pai de lado e eu concordo com a cabeça. -Era para confirmar esse passeio. Nunca teve acordo nenhum entre o Guilherme e seu pai.

-A Ammy, o Eddie e o Matt nos pediram para planejar isso. Não aguentavam mais essa briga de vocês dois.- tia Laura continua a explicar.

-E e outra: eu não gostei nadinha do que você fez na festa da sua colega. Se você fosse o Breno, iria gostar da humilhação?- minha mãe pergunta.

-Não.- resmungo e olho para meus pés envergonhada. -Mas isso foi uma fase já superada, estamos bem e namorando.- mudo de assunto.

-Ótimo. Mais uma vez e não iremos interferir mais!

Todos voltam a conversar e Breno escosta seus lábios no meu ouvido:

-Se não der certo, a gente tenta de novo, de novo e de novo. E se não der certo a gente fica junto errado mesmo.- o olho e sorrio. -Clarice Falcão.

-Também tenho uma.- ele me olha surpreso.

-Ah é? Qual?

-Quando duas pessoas realmente se gostam, elas sempre darão um jeito de dar certo. Não importa o quão difícil seja.- ele me beija. -Foram esses tipos de frase que me fizeram acreditar que um dia você iria voltar para mim. Essas frases e minha amiga Evangeline.- olho para o céu. -Aí, gostei.- pisco para a estrela.

***

Acordei com minha mãe me gritando mais uma vez.

Me arrasto para o banheiro e tomo um banho.

Como estava calor, faço um coque (que mais deixou meus fios pra fora) e fui me alimentar.

-Bom dia.- digo sorrindo.

-Bom dia filha.- meu pai come um pedaço do pão. -Hum... Você vai me ajudar a lavar o carro hoje viu?

-Hoje é sábado!- bufo e coloco o café na xícara.

-E daí?- ele dá de ombros.

-Lembrando que o almoço fica com vocês, rapazes.- tia Luana coloca uma bandeija com melão cortado na mesa.

E então começa a discussão de quem vai cozinhar ou não.

Acabei me encontrando com o Breno na mangueira:

-Oi.- ele me beija.

-Oi.- sorrio.

-Posso subir na sua árvore? Vou ler um pouco.- ele estende o livro O Pequeno Príncipe.

-Sério que você vai ler esse livro?- bufo. -Que bosta!

-Que bosta nada.- ele revira os olhos.

-Vou fazer melhor.

Pego uma pedra e em cima do meu nome, coloco o nome do Breno. Desenho um coração e uma fecha passando por ela.

-Pronto.- o beijo.

-Bem melhor...

-Deixa eu ir, você tem a vida ganha.- começo a andar. -Mais tarde a gente se vê!

-Te amo!- ele grita.

-Também te amo!- grito de volta.

Nosso carro é o terceiro filho de meu pai.

-Antes, vá lá ver se precisam de algo na cozinha que eu vou pegar as coisas. Nos encontramos aqui.- bufo.

Me arrasto até a cozinha.

-Que bom que está aqui Melissa.- minha mãe diz. -Vai lavar a louça.

-Posso ajudar?- Stella pergunta.

-Pode sim. Vai varrendo a cozinha.

Me aproximo da pia e começo a lavar as xícaras, colheres, facas e alguns pratos. Sabe quando você está lavando prato e vem alguém e coloca algo na pia? Odeio quando isso acontece.

-Quando acabar aí, varra a casa.

-O QUÊ?! Mas eu achei que era só lavar os pratos!- aponto para a pia

-Mas eu vou dar uma volta com a Stella. Arrume a cozinha inteira! Quero ela brilhando!- bufo.

-Joga glitter.- resmungo.

Se eu fosse fazer isso, teria que ser com música. Então corro para o quarto e pego meu celular.

A primeira música a tocar foi Watch me, de Silentó. Simplesmente amo quando o "aleatório" sorteia as músicas certas. Então, danço e ao mesmo tempo limpo a cozinha.

Guardo os ingredientes, limpo a mesa, guardo as xícaras...

Tudo isso ao som de Silentó.
Parece que quando você faz uma coisa que detesta ouvindo música, o tempo passa voando.

E foi isso que aconteceu.

Já estava tocando Burn, da Ellie Goulding quando eu acabei de limpar a cozinha.

Tinha feito minha parte e qundo fui guardar o celular, percebi que minha cama estava bagunçada junto com as minhas roupas.

É hoje que eu não aproveito esse sábado.

Meu humor estava bom. Arrumo minha cama e coloco um biquíni.

Decido tomar um banho no lago e vejo que Duda, Dudinha e tia Luana estavam lá.

-Posso me juntar a vocês?

-Mel! Senta aqui, querida!- ela aponta para um lugar ao seu lado. -E aí? Aproveitando o namoro?- rio.

-Tá sendo normal... Eu acho.- dou de ombros.

-Só isso? Sério?- ela ri.

-Como você e o tio Duda se conheceram?

-Aah, eu amo contar essa história.- ela sorri. -Foi no seu aniversário de três aninhos.

-Jura?

-Juro. Tinha acabado de terminar o meu namoro com um idiota. Foi quando seus pais me apresentaram o Eduardo.- seus olhos brilham. -Depois disso nós não nos desgrudamos mais.

-Ai, eu quero viver um romance assim!- ela ri.

-Você e o Breno vivem um romance assim. Cada um tem um namoro diferente do outro.

-Por exemplo...?

-Por exemplo...- ela pensa. -Você e o Breno não podiam compartilhar o mesmo ar. Hoje, acho que se um de vocês precisar de ar, o outro dá.- rio. -Seus pais por exemplo. Rafael mexia com a Clarice. Ele até foi para Vegas por causa de uma treta aí.

-Qual treta?

-Isso eles podem te contar.- ela pisca.

Tia Luana tem razão.

Cada um ama de uma forma diferente.

O Idiota do Meu Inimigo (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora