Lise tomou o primeiro avião daquela noite para Londres. Estava muito atordoada pelos últimos acontecimentos, não conseguia dominar seus pensamentos.
"Josh querido...me perdoe. Eu te traí. Amei você por muito tempo, amei de verdade. Mas existia sempre Louis entre nós. Me perdoe...eu não devia ter estado tanto com ele, poderia ter evitado. Poderia ter dito que não queria estar sempre tão próxima dele, que eu não gostava dele o tempo todo na minha casa...eu poderia ter afastado Louis desde o princípio e dessa maneira estar mais com você." Chorava e mentalmente tinha com Josh a conversa que nunca tivera em vida.
Ele nunca demostrara ciúmes de sua relação com Louis. Apesar de saber que aquele era seu modo de amar , muitas vezes Lise lamentara não ter Josh ao seu lado. E a verdade que tinha que encarar é que procurava Louis toda vez que se sentia sozinha. "Isso também é trair.""- pensou. Quantas vezes resistiu aos beijos e a vontade de se entregar fisicamente. No entanto se entregara emocionalmente, não havia como negar. Assim como não havia como negar para si mesma o fato de ter usado Josh como um escudo para se proteger do medo que tinha de ter seu coração partido por Louis. Como pode fazer isso? Sabia que Louis saía com inúmeras mulheres, que tinha amigas com benefício como Irene que se entregavam a ele num estalar de dedos. Tinha tido tanto medo de que ele a traísse com alguma delas. Em compensação Josh representava a segurança. Ele nunca a trairia. A amava de todo o coração. Um coração bastante frio muitas vezes, pensou. Agora, voando de volta para ele já morto, Lise percebeu que nunca se preocupara em saber o porque daquela frieza toda. Na verdade, nunca soubera muito sobre ele. Nem mesmo conhecera sua família.
O pensamento na família de Josh fez com que Lise sentisse um frio na espinha. Não os conhecia e no entanto, estava grávida do neto deles. Como reagiriam? Em meio a todo esse devaneio a única certeza que Lise tinha é a de que deveria honrar a memória de Josh e portanto, não poderia mais estar com Louis. Criaria seu filho sozinha e falaria para ele todos os dias sobre como era seu pai. "Josh, vamos ter um bebê!" Era tarde demais para contar.
_ Ela não quer falar com você, Louis. - Ele estava sentado no escritório de Julio, no mesmo lugar onde estivera no dia em que ela e o vira chorar. Foi ali que ele soube que sua vida pertenceria a ela para sempre. O fotógrafo tentava acalmá-lo.
_ Por favor Julio. Preciso ao menos falar com ela uma vez.
_ Você entende que ela se sente culpada?
_ Mas ela não tem culpa de nada. Ela nunca o traiu. A morte dele foi um acidente.
_ Ela sabe mas acha que se estivesse em Londres, se tivesse contado sobre o bebê...
_ Ela não pode fazer isso. Está esperando um filho que precisa ter um pai. E eu vou ser esse pai.
_ Ela está esperando um filho cujo pai está morto.
_ O pai biológico.
_ Louis, eu sou amigo dela e com o tempo fiquei seu amigo também. Entendo o que você está sentindo mas tem que deixar ela se acostumar com tudo isso que está acontecendo.
_ Se você é nosso amigo, me ajude.
_ Vou te ajudar. Conte comigo.
_ Vai falar com ela?
_ Vou.
_ Diga a ela que eu a amo. Que não sei viver sem ela...
A sala da mansão dos pais de Josh era imponente. Lise estava sentada numa pequena e simples cadeira no canto, tentando se sentir confortável em meio a todo o luxo dos outros móveis. O pai se aproximara dela no enterro. Tinha sido muito educado e gentil apesar da tristeza profunda em seus olhos. Disse que gostariam de a conhecer melhor e fez o convite para esta tarde. Fazia uma semana da morte de Josh.
Uma mulher alta, com ar de superioridade entrou na sala e ela viu no mesmo momento que era a mãe de Josh.
_ Muito prazer. - dissera ela num tom de voz que não denotou a menor tristeza.
_ Como vai? - disse Lise estendendo a mão.
Em seguida o pai veio se juntar a elas o que fez com que Lise se sentisse aliviada já que ele era bem mais simpático.
Conversaram sobre a infância e juventude de Josh. Onde estudou, como tinha sido bom aluno. Bom filho, dedicado aos esportes, amigo de todos. Entre uma recordação e outra quiseram saber do relacionamento com Lise. Tinham ouvido Josh contar sobre a namorada "maravilhosamente linda". Essa teria sido a descrição dele. Ela sorriu pensando nele falando sobre ela naquela sala. Onde se sentara? Como iniciara a conversa?
_ Eu estou grávida... - a voz soou abafada...eu estou grávida do Josh.
O olhar frio da mãe fez com que Lise entendesse a maneira muitas vezes indiferente do namorado. Tinha puxado dela sem dúvida a falta de emoção.
_ Isso é uma surpresa maravilhosa! - o pai dele se aproximou e a abraçou.
_ Ele sabia disso? - a voz da mãe não poderia ser mais gelada.
_ Não. Eu pretendia contar assim que nos encontrássemos. Ele estava indo para Nova York...
_ Lise, - falou o pai num tom acolhedor - isso é uma alegria em meio a nossa dor. De certa forma traz nosso filho de volta. Ou uma parte dele.
_ Eu sei...Lise estava de cabeça baixa, chorando e pensando: "Deveria ter dado essa alegria a Josh antes que ele partisse."
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Always in My heart
Teen FictionLise se muda para Londres por causa de sua carreira de modelo. Um dia encontra seu vizinho de porta, Louis Tomlinson. É o início de uma surpreendente amizade. Dedico essa história a AGR que me ensinou tudo sobre One Direction, e a todas as direction...