Um pequeno coração

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Tenho um coração pequeno, inquieto que é colecionador de saudades. Prefiro viver com as lembranças mas sempre me arrependo por não dar espaço as novas aventuras. Gosto das pessoas, gosto de te - las por perto, mesmo dando bem com a solidão. Admiro o medo. Gosto de sentir medo. Ele trás sensação de que ainda sou humano. Não temo o fim. Nunca quis ter a sorte de um amor tranquilo. Quero que ele chegue arrombando a porta, chutando o que vê pela frente. Não quero ter chances de escapatória. E se um dia ele tiver que partir, quero que deixe marcas profundas na minha alma. Porque o coração é assim, se entrega fácil nesse ir e vir de sentimentos. Eu sou uma mistura de tudo que vi, vivi e senti. Uma verdadeira fusão, das paisagens que eu vi, das noites que passei chorando, das manhãs em que eu vi o sol nascer, dos sorrisos que dei, dos labios que beijei e de todos os ventos que me trouxeram até aqui. Eu não tenho vocação para a inércia. Eu quero que tudo mude, se transforme, se funda tudo de uma vez. A minha alma é sedenta, livre e mora muito longe daqui. Aqui só estou de passagem. Se quiser uma boa história eu tenho centenas delas. Pra fazer rir e chorar. Porque como dizem, um barco fica mais seguro no seu porto, porém ele não foi feito para isso.

As confissões de um lápis surdoOnde histórias criam vida. Descubra agora