Nós não queríamos lutar

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Escuto os gritos secos das almas que ali foram abandonadas. Abandonadas como ratos e pessoas mortas na época da peste. Pensei em promessas de casamento que não seriam cumpridas, filhos e esposas abandondas que nunca mais veriam seus pais e esposos. O cheiro da morte era acre. A praia de Omaha foi palco de um banho de sangue. Túmulo de multidões. Queríamos fugir da guerra, mas ela estava alojada em nós. Por hoje ela se encerra, e o silêncio era ensurdecedor. Ao fechar meus olhos, sentia as balas rasgando a carne das multidões tombadas. Hoje eu sobrevivi, mas e amanhã? Serei eu a gritar de agonia em meio a um campo de batalha vazia? De verdade, não sei. Espero que sim. Podemos vencer essa guerra, mas perderemos nossa paz.

As confissões de um lápis surdoOnde histórias criam vida. Descubra agora