Capítulo treze

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Oi, pessoal! Desculpem o atraso. Eu queria ter postado ontem, mas o poste na frente da minha casa pegou fogo (sério) e eu fiquei vivendo igual uma mulher das cavernas, sem energia, internet e água quente no chuveiro por mais de 24 horas. Mas, felizmente, sobrevivi e aqui estou!

Beijinhos

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Há quem diga que situações de surpresa podem causar palpitações, um breve susto e, em alguns casos, pânico. Mas, no caso de Beth, a única coisa que sentiu foi vontade de rir. E foi isso o que fez. Riu até que ficasse sem ar – não que isso fizesse algum sentido; mas nada ali fazia sentido. Estava mesmo com um garoto que conhecera há pouco mais de uma semana há quilômetros de casa, no meio de uma floresta, perto de uma guerra, em uma cabana que jorrava fogo pela lareira, juntamente com um velhinho – supostamente Sábio – que dizia que ela conseguia ler estrelas? Que tipo de piada de mau gosto era aquela?

- Elizabeth – Theo disse friamente –, tenha respeito.

- Quer saber? Eu vou embora daqui – falou sem entender bem o motivo.

As palavras simplesmente saíram de sua boca e, quando viu, já estava saindo da casa. No lado de fora, era como estar de volta a qualquer lugar normal ao qual ela já estivera. Era reconfortante. Era bom sentir o ar puro, fechar os olhos e esquecer, nem que fosse por um mísero segundo, de que ela, sua irmã e seu melhor amigo estavam em perigo. Maldita hora em que decidiram ir para aquela escola.

Beth caminhou em linha reta, seguindo a direção que seus pés a guiassem. Foi tomada pelo vento, que bagunçou seus cabelos que já não estavam arrumados há pelo menos um dia. Sentiu um aroma doce e quente, que era como o cheiro de bolo ao passar por uma confeitaria no começo do dia. Assim, sentiu seu corpo relaxar e sua preocupação se esvair como o orvalho após o nascer do sol. De repente, tudo era nada, e suas pernas começaram a fraquejar, levando-a em direção ao chão. Seus olhos se fecharam lentamente.

- Elizabeth – uma voz rouca ecoou em som de preocupação, parecendo muito mais distante do que realmente estava.

As árvores pareciam se mover mais rápido e o brilho do céu intensificou-se. Os raios de luz começaram a machucar seus olhos, mas em seguida, tudo ficou escuro.

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Era noite e estava chovendo. No céu, a lua minguante não tinha forças o suficiente para clarear o lugar em que estava. E onde estava? Que lugar era aquele? Ao longe uma mulher de cabelos longos estava parada de costas, vestida de preto.

"Mamãe?", Beth chamou em um sussurro.

A mulher levantou a cabeça e a olhou fixamente. Seus olhos eram negros como a noite, e traziam algum tipo de emoção que a garota não conseguiu identificar.

- Elizabeth – a voz ecoou novamente. Dessa vez, era calma e trazia um quase divertimento. – Continue caminhando, não quero ter que te carregar.

Ela conseguia ouvi-lo, mas não conseguia fazer com que suas pernas lhe obedecessem. Porém, sentia que estava andando, que estava se movendo. Demorou até que conseguisse ter completo conhecimento da posição de seu corpo. Sentiu seu braço levantado, colocado em volta do pescoço de Theo, que tinha seu braço envolto da cintura dela fortemente.

- Você não deveria ter ido por aquele caminho – ele disse.

Beth não viu, porque seus olhos pareciam não estar abertos, mas sabia que ele estava rindo pelo tom de sua voz, que parecia ecoar ao longe.

– As Suavis não perdoam ninguém – falou.

Depois disso, não sentiu ou escutou mais nada.

Confidente das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora