Capítulo dez

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Às cinco horas da manhã, todos já estavam prontos para partir e se encontraram na sala principal. Beth chegou por último. Arrastou-se pelas escadas puxando suas malas, sentindo seu corpo cansado por ter dormido pouco tempo. Além disso, sentia-se nervosa por estar saindo do estado e indo para um lugar tão distante, sem que soubesse se conseguiria resgatar sua irmã de um lugar que nenhum deles sabia onde era. Ou então se seus amigos encontrariam a espada de Alice e sobreviveriam mais do que algumas semanas.

Theo estava sentado no sofá, parecendo mais cansado do que ela jamais havia o visto. Suas roupas estavam um pouco amarrotadas e ele puxara a touca cinza de sua cabeça para baixo, escondendo parte de seu rosto. Ao lado, Lucas sentava na beirada do sofá, parecendo tão tenso quanto sempre estava e, Agnes, Vicente e Augusto conversavam sobre qualquer coisa em um canto.

Beth ficou incerta sobre o que fazer, então apenas sentou-se no outro sofá sabendo que provavelmente ninguém havia notado sua presença. Enquanto pensava, não percebeu que o Diretor entrava na sala, acompanhado de Treviso.

- Onde está o armamento? – perguntou ele.

- Já tomamos conta disso – disse Lucas, apontando para quatro enormes malas de viagem ao lado do sofá onde estava sentado.

- Como passaremos com espadas e facas pelos detectores do aeroporto? – perguntou Beth, assustada.

- Beth, o gerente do aeroporto é um Guardião – disse Lucas, sorrindo. – Temos tudo preparado. Não há com o que se preocupar.

- Por que ainda não estamos na Amazônia fazendo o que devemos fazer? – perguntou Theo, de mau humor, tirando a touca de sua cabeça e bagunçando os cabelos com as mãos.

O Diretor pareceu não ficar satisfeito com o comentário do garoto, e Treviso deixou escapar uma leve risada.

- Muitos já tentaram encontrar a espada sem sucesso, mas acredito que vocês conseguirão. Não se esqueçam de que passaram muitos anos de suas vidas com Alice. Vocês a conhecem. Sigam seus instintos, e tenho certeza de que venceremos – disse o Diretor. – Sentiremos falta de todos vocês.

- Pessoal - disse Treviso, sorrindo –, aproveitem que não terão aulas de biologia nesse tempo e salvem nossas vidas.

- Claro que sim – respondeu Agnes, caminhando para abraçar seu professor.

- E então - falou Theo, pondo-se de pé –, vamos?

- Ele não gosta de despedidas – sussurrou Augusto para Beth, envolvendo-a com um de seus braços.

- Legal, Augusto. Por que você não pinta um quadro sobre isso? – perguntou Theo, pegando algumas malas pesadas tão facilmente que até pareciam estar vazias.

Beth riu baixinho.

- Boa sorte – disse o Diretor, parecendo inseguro.

Ao deixar a casa, um carro tão grande, que quase parecia um ônibus, os esperava. As malas e todos os equipamentos foram colocados organizadamente no porta-malas e também nos bancos que estavam vagos. Assim, quando chegaram ao aeroporto, três funcionários os esperavam para ajudá-los. Beth os olhou, sentindo-se um pouco insegura por estar junto de pessoas que carregavam armas medievais dentro de malas de viagens, que poderiam facilmente ser detectadas.

No entanto, tudo ocorreu conforme o planejado. As máquinas de segurança do aeroporto foram alteradas, assim nada foi visto e eles puderam seguir em frente com sua viagem.

Quando todos embarcaram no avião, que iria direto a uma cidade do Amazonas consideravelmente próxima de onde se localizava o castelo Luminato, Vicente sentou no canto ao lado de Beth, um garoto parecendo ser dois ou três anos mais velho do que ela em seu lado, e na outra poltrona, Theo sentara, parecendo impaciente. Como sempre.

Confidente das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora