Capítulo vinte e cinco

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Aviso: não me responsabilizo por possíveis danos emocionais causados pelo capítulo. bjs.

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- Faça logo o que eu mandei! – Raziel ordenou. – Não tenho a noite inteira.

Theo baixou a cabeça. Beth sabia que ele estava esperando que ela fizesse o que estava sendo mandada fazer.

- Não posso matar meu próprio Guardião – respondeu secamente, estranhando sua própria voz.

- Por que não? Não é como se você fosse ter uma próxima geração de descendentes para deixar a maldição. Sabe que vou acabar com você assim que você destruir seu amiguinho, não sabe?

- Elizabeth, apenas faça logo o que ele está mandando – Theo disse amargamente.

Beth o olhou, incrédula.

Raziel chutou as costas do garoto, que foi jogado para frente, com o rosto no chão.

- Não lhe dei permissão para falar. Fique quieto, insolente!

- Eu não me importo – respondeu, levantando a cabeça, exibindo o sorriso coberto de sangue.

Raziel arrancou a adaga envenenada da mão de um dos guerreiros que assistia à cena e a cravou na perna de Theo. Beth nunca havia o escutado se render aos impulsos da dor, mas ali, derrubado e sem forças, Beth o ouviu gritar de agonia pela primeira vez. Ela tentou se mover e correr em direção a ele, mas os Guardiões a seguraram.

- Isso é tudo o que você tem? – provocou Theo, mal conseguindo formar as palavras. Parecia que ele fecharia os olhos e morreria a qualquer momento.

Raziel, furioso, estapeou forte o rosto do garoto, fazendo-o cair para trás, deitando com as costas contra o chão. E então Beth entendeu o que ele estava tentando fazer: Theo estava provocando Raziel para que ele mesmo o matasse e Beth não precisasse fazer o trabalho.

- Pare! – ela gritou. – Alice saberá se você o matar.

- Não vou mata-lo. – respondeu – Você vai.

- Ele já está morrendo. Por que não o deixamos aqui? Ele não sobreviverá mais do que uma hora na condição em que está.

- Você está tentando me enganar, garota?

- Não.

- Pegue o punhal – Raziel ordenou.

Ela hesitou. Olhou para Theo, que estava curvado no chão, tão fraco quanto ela jamais o vira, e então, segurou o punhal em suas mãos.

- Se eu vou fazer isso - ela começou dizendo, sua voz tremia –, não quero esses dois caras do meu lado.

Imediatamente, os Guardiões que a cercavam se dirigiram até onde Raziel estava. Eles a olhavam com um brilho no ar, tomados pela curiosidade e pela ânsia do que estava prestes a acontecer.

Os olhos de Theo, que a encaravam sem pestanejar, arregalaram-se de repente. Ela soube, então, que ele se deu conta do que ela estava pensando em fazer.

- Elizabeth - falou roucamente, esforçando-se para se sentar.

- Você prometeu que eu não precisaria usar esse punhal contra outra pessoa se eu ficasse perto de você! – ela disse, sentindo as lágrimas começarem a brotar em seu rosto.

Parecia patético chorar diante de uma situação daquela. Parecia patético cobra-lo por uma promessa que estava além de seu alcance.

- Eu sei - respondeu tristemente –, mas você precisa usa-la em mim. Por favor.

Confidente das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora