Ela não obedeceu ao rapaz que se identificou pela letra "G" e deitou-se do lado de fora do bar, em uma árvore confortável onde pôde dormir por umas horas imaginando qual seria o nome verdadeiro daquele rapaz, um nome que se pronunciasse como letra referente ao "G" ou qualquer outro nome derivado da mesma letra. A menina até tentou não pegar no sono, mas de tanto pensar percebeu que seria tarde e que talvez não valeria à pena voltar para o castelo naquele horário, então adormeceu até que as horas na madrugada se passassem e o grande sol viesse a brilhar em seu belo rosto novamente, percebeu então que seu corpo se movia de um lado para o outro enquanto dormia e sempre que rolava pra um lado se encontrava com uma firme parede amadeirada, Bel acordou assustada com o barulho das cavalgadas e logo lançou seu olhar para a pequena janela que havia naquela espécie de tilburi, não pôde identificar onde estava logo de cara pois ainda estava a despertar e a cada intervalo curto no tempo, onde a menina tentava encaixar as peças e se localizar, ela arregalou os olhos respirando fundo se dando conta de que estava em uma carruagem. Respirou fundo um tanto aliviada por pensar que seria uma das carruagens do reino, pensou que estaria indo para a casa - lugar de onde não deveria ter saído - mas a carruagem parou de repente e a princesa se encostou na parede mantendo-se calma, mas a tensão só aumentava.
- Oh meus cavaleiros adoráveis! - Exaltou - Trouxe comigo uma pessoa muito especial... Alguém que daqui pra frente sentirá muita saudade de casa.
Ela estranhou o modo como foi anunciada e logo percebeu que havia sido capturada, levou uma das mãos ao lábio podendo então abafar um grito de horror que rompia sua garganta, o rapaz abriu a porta da carruagem assim que acabara de falar sobre a princesa, a puxou para fora com uma certa violência e a lançou para o chão em seguida, a erguendo pelos cabelos o rapaz pode ter controle de suas mãos, podendo assim amarrá-las. A puxou por parte dos cabelos de forma que a mesma pudesse se levantar e caminhar em meio aquelas pessoas que a olhavam com desterro, a cuspiram e a agrediram, homens e mulheres, até mesmo crianças que odiavam de fato a princesa Anabel. Assim que passou pelo corredor dos agressores, Bel foi levada para um sala suja na parte inferior de um castelo antigo, um quarto imundo e de mal cheiro que habitavam ratos, baratas e outros tipos de bichos asquerosos; O rapaza jogou novamente pelo chão e trancou a porta, a deixando solitária naquele lugar frio e vazio, onde não haviam mais esperanças, a bela se pôs a deitar e pensar no que havia feito, enquanto seu trauma era confortada dentro de sua alma torturada.
Passos e mais passos podiam ser ouvidos no corredor do local mas ninguém adentrava o mesmo, e era aquilo que mais desesperava a princesa, até que o local foi invadido e Bel finalmente pôde ver uma luz naquela imensa escuridão, um homem de capa negra se aproximou dela com calma mostrando suas más intenções nos leves passos que dava até ela, ela pôde sentir a ruindade em sua respiração, um ser tão ruim quanto a associação inteira.
- Olá, Bel.. - Disse sarcástico - Como você está? Espero que esteja confortável - Disse enquanto retirava os dedos da luva - sei que aqui não é o seu castelo mas de agora em diante, será sua nova casa.
- Quem é você? - Ela perguntou.
- Sou aquele que você odiaria conhecer.. Aliás.. - Ele parou pensativo enquanto retirava do bolso um objeto pontudo - Sou aquele que você já odeia! - Sussurou.
Cravou um tipo de flecha em sua perna e riu enquanto se retirava a deixando lá, a bela urrou pela dor que sentiu naquele momento e ficou a observar o sangue marcar uma trilha em sua palidez, ele se retirou enquanto ria sadicamente com o prazer em ouvir o grito de dor da princesa, ele deixou que gritasse pois seria tudo o que ela iria fazer. A menina continuou a segurar a perna que ainda sangrava, mordendo o lábio inferior com certa força para conter os altos gemidos de dor que rompiam sua garganta, olhou para a porta e não via nada,- aliás, não via nem a porta com nitidez, pois todo o local era escuro-, então ela se deitou no chão e tentou dormir pensando que tudo aquilo não passava de um horrível pesadelo. Assim que amanheceu, logo em seguida, ela abriu lentamente seus olhos e percebeu que ainda estava vivendo aquele sonho assustador, percebeu também que não estava mais no chão e a flecha de sua perna havia desaparecido, foi quando olhou para cima e viu seus braços amarrados contra a parede junto as pernas e todo o seu corpo, abaixou a cabeça deixando que o cabelo cobrisse todo o seu rosto até que ouviu uma voz no corredor.
- Ela precisa comer, senão morrerá antes mesmo do tempo esperado! - Disseram.
Quando tentou erguer o rosto novamente ele caiu por fraqueza, a bela pressionou os olhos segurando as lágrimas mas, logo as libertou. Enquanto chorava inconformada alguém adentrou o local.
- Bel? - Alguém disse desesperado - O que faz aqui?
- G? - ela engoliu o choro.
- Sim... Mas fale baixo.. - Disse calmamente se aproximando da princesa - Olha onde você foi se meter.. Como vai sair daqui? - Disse enquanto segurava as lágrimas que insistiam em escapar de seus olhos.
Antes que pudesse se pronunciar novamente, alguém adentrou o local com um prato nas mãos e caminhou até a prisioneira, sorrindo.
- Trouxe sua comida, majestade! - Sorriu para ela levando o prato até a luz, para que ela pudesse enxergar.
Era um parto sujo feito de barro, com restos de comida e minhocas, sim, minhocas e outras larvas.
- O que é isso? - Ela perguntou.
- Suas proteínas, senhorita! - O rapaz sorriu largamente.
- Minhas proteínas estão... Vivas! - Ela arregalou os olhos.
- Volte com isso, Frank, traga algo que ela possa comer! - G disse.
- Já que está tão preocupado com a alimentação dela, acho que não se preocuparia em estar preso junto a ela também!- Frank debochou - Não queremos isso, não é? - Ele disse calmamente - Então dê isso a ela e volte quando o prato estiver limpo!
Frank deixou o local enquanto G olhava para o prato e em seguida para o rosto de Anabel, ela estava abatida e parecia faminta mas ele não permitiria que ela colocasse aquilo em sua boca, aqueles bichos se mexendo dentro do prato revirou seu estômago. G tampou o prato com a capa e disse a ela que já voltava, foi trocar aquilo por algo que pudesse ser digerido, sabia que se ele não conseguisse tirá-la dali, alguém de seu reino iria vir salvá-la ou mais cedo ou mais tarde.
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Lycanthia
FanfictionOito espadas e nenhum coração. Anjos caídos são como cães com asas, principalmente quando eles caem por amor.