Bel estava naquela casa, uma casa que encontrou na floresta quando por um milagre misterioso Frank a libertou, ela estava lá mas não fazia a menor ideia de onde estava, ela só sabia que estava lá. Bel olhou em volta e ainda haviam móveis na casa, velhos, com teias de aranha, ratos, baratas, era um local sujo e abandonado."Por Deus, aonde estou?"
Pensou consigo mesma enquanto andava pela casa, algo chamou sua atenção lá dentro, haviam dois quartos e um deles de criança, o quarto que mais parecia preservado, tinha uma cama macia e lençóis azuis e quentinhos. Bel se deitou e ficou olhando pa janela imaginando de quem poderia ser aquela casa, mas seus pensamentos já tinham um dono, Gerard. Ela pressionou os olhos levemente ao pensar nele, sabia que jamais veria ele de novo e aquilo a matava lentamente por dentro, a matava mais do que aquela criatura que vivia em seu útero agora, os sentimentos matavam mais do que o mal.
"Gerard..."
Suspirou, Bel mal sabia que aquela casa escondia um segredo terrivelmente perigoso, aliás, haviam muitas coisas que Bel não sabia. No momento em que Frank deixou o quarto de Gerard, ele mandou alguém para lá, um ser perturbador que se alimentava de medos -o que Bel tinha de sobra- mandou seu filho até ela.
Ela estava deitada na cama daquele quarto, quando algo chutou a parte de baixo da cama com muita força fazendo ela levantar pelo impacto, algo se reprimiu na barriga de Bel, alguém estava saindo do chão, alguém estava abrindo o concreto, alguém que não queria ela ali. Bel tentou olhar para de baixo da cama, mas um vulto preto correu para a porta e ficou lá a observando, com seus dentes afiados ele sorria de orelha a orelha, não tinha os olhos, sentia o medo com a língua, abriu as asas e então ela pode ver seus olhos.- Quem é você? -ela disse assustada, com a voz entrecortada.
-Eu sou a alma da sua filha. -sussurrou apontando para a barriga dela.
Assim que a criatura apontou para a barriga de Bel, algo começou a esticar a pele dela tentando abrir a mesma e escapar, ela segurou a barriga e tentou gritar para a criatura ir embora, a dor foi ficando mais forte e Bel perdeu as forças, seus olhos foram virando e ela foi caindo na cama, a criatura sumiu. Surgiu novamente atrás de Bel, apoiou as mãos sobre a sua barriga e começou a cantar uma canção de ninar em seu ouvido.
- Sussegue sua alma nas pedras deste rio, descanse o seu corpo no sereno frio, aperte seu desejo nesta doce aliança, perca seu espirito para os cavaleiros de Lycanthia! -A criatura sussurrou no ouvido dela e ela apagou.
Ele a pegou nos braço e voou de volta para o castelo dos cavaleiros, a jogou no chão e mandou os morcegos como um aviso para Frank, ele riu ao ver seus pequenos da janela, mandou Mikey a trazer de volta e a prender de novo naquele quarto, lugar de onde ela nunca deveria ter saído.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lycanthia
Hayran KurguOito espadas e nenhum coração. Anjos caídos são como cães com asas, principalmente quando eles caem por amor.