Orgulho

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Jezebeth saiu da banheira sem demora e foi vestir uma roupa, Miriã logo entrou no quarto para ajudá-la com seu espartilho e depois de tanto pensar Jezebeth perdeu para o orgulho, disse a Miriã que já voltava e foi falar com seu marido, o Rei Gordon.

- Não precisa invadir Lycanthia. -Disse adentrando a biblioteca.

- Você já ouviu falar na arte da guerra, Jezebeth? -a olhou- Não diga o que eu preciso fazer.

- Arte da guerra? Não há arte nisso! -disse se aproximando de Gordon- Não há arte no sangue.

- Como pode não haver arte em algo parecido com o vermelho? Sempre achei vermelho atraente.. -suspirou

- Se Anabel foi, Anabel volta! -sorriu- Vamos esperar um pouco mais.

- Reis não esperam! Não posso esperar a boa vontade dela de retornar ao seu reino, lugar de onde ela nunca deveria ter saído! -exaltou- e você Jezebeth, tem dedo nisso! -suspirou a olhando.

Jezebeth o olhou incrédulo e disse a ele para mudar de ideia, conseguiu convencer o rei a cessar a guerra, mas o que Jezebeth não sabia é que a carta já havia sido entregue e que sua filha já sofrera por isso. Deixou a sala e como prometido saiu com Miriã pela vila do reino enquanto Gordon organizava uma reunião com seus solados, Gordon sentia falta de Anabel mas deixou a honra ser mais forte, a filha de um rei nunca faria algo daquele nível, então Gordon substituiu a saudade por decepção. Ele era um homem justo, gostava de tomar uma taça de vinho por dia e saborear um peixe, gostava de uma boa carne branca, tanto que se casou com Jezebeth.

Quanto a Anabel, sentia seu fim próximo, G não aparecia mais por lá e ela além de tudo já havia se acostumado com as minhocas. Ainda estava nua, com sangue seco no corpo e o cheiro horrível da podridão que vegetava entre suas pernas, faziam apenas dois dias que ela estava jogada por lá, mas sem ver a luz do dia pareciam anos. Então houve luz, era um rapaz diferente que havia entrado lá, um rapaz bom mas com intenções ruins, se aproximou dela e fez um toque em sua barriga enquanto Frank vinha por trás observando tudo, até que o rapaz olhou para ele e fez um sinal positivo com a cabeça. Bel sentiu uma dor abaixo do umbigo, uma cólica fraca mas não estava na época em que seu corpo eliminava resíduos pelo sangue.

Frank sorriu largamente e então se retirou da sala com o rapaz, um rapaz que ele conhecia e era conhecido por ter uma mão mágica e prever o futuro através do toque... Um fruto futuro havia sido previsto e Frank estava satisfeito, mandou soltarem G pois ele já tinha feito e sobre o seu ato G não poderia fazer mais nada.

- G... Nunca esperei de você isso, ajudar a prisioneira? A bruxinha? -ele disse- O que ela tem que eu não tenho?

- Alma! - G disse e se retirou.

Ele foi para seu quarto chorar, foi chorar pois já tinha recebido a notícia e não se importaria se Frank entrasse e enchesse a cara dele de marca de novo. Enquanto ele chorava, uma dor estranha tomou conta de suas costas, algo negro parecia querer se abrir, foi então que lembrou das palavras de seu pai "enfrente seus demônios, pois você já nasceu com o poder para isso, só precisa querer." G não estava pronto, mas queria e querer já era um começo.

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