Ela vai voltar?

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Bel não dava mais notícias, os rumores se espalharam quando Miriã adentrou o quarto da jovem e percebeu que ela não estava mais ali, depois de muito procurar e não a encontrar, a empregada se viu executada pela sua rainha e então correu para os pés de Jezebeth dando a notícia de que seu tesouro havia desaparecido. Jezebeth não pensou duas vezes antes de ordenar que as tropas de busca partissem atrás de sua filha, a rainha buscou e em segredo recebia avisos dos soldados. Gordon não podia saber que eles foram contra suas ordens. A rainha resolveu iniciar uma guerra e adentrou a biblioteca, o local sagrado, entrou gritando e ordenando, e pela primeira vez, entrou sendo rainha e mãe.

- Gordon! - A bela abriu as portas aos berros - Anabel sumiu, eu já a procurei em todas as partes fora e dentro do castelo mas não a acho! - Disse em desespero.

Gordon se manteve em silêncio por duas horas, cerrou os punhos sobre a mesa pensando se valia a pena e então com a voz leve e calma ele exclamou contra a esposa.

- Quem você pensa que é? - A olhou, estava calmo.

- Sua mulher! - Disse, autoritária.

- Em que paraíso infeliz nós vivemos, um mundo onde nem a minha mulher me respeita. - Disse, olhando os soldados em volta da mesa - Volte para seus aposentos, Jezebeth, tenho assuntos para resolver.

- Mas sua filha, Gordon, sumiu! Faz três dias que não a vimos! - Ela disse, segurando as lágrimas

- Alguém a tirou daqui ou ela saiu com seus próprios pés? - Ele a olhou, mostrava um olhar cansado e impaciente - Se ela saiu, ela volta, assim funciona e sempre funcionará!

Jezebeth se calou, engoliu a humilhação do marido perante a outros homens e se retirou da sala clamando por Miriã que logo apareceu para acudir a sua amada, segurou a sua mão e a guiou até o seu quarto onde a deitou e a aconchegou entre as cobertas.

- Acha que estou louca, Miriã? - A rainha fungou - Anabel sumiu, minha vida acabou.

- Não acho que seja - A empregada a consolou - só está sendo uma boa mãe.

- Uma boa mãe.. - Jezebeth suspirou - Eu nunca fui uma boa mãe, quando ela estava aqui eu nunca dei a atenção que ela merecia, agora olhe para mim, Miriã...

- Não sei como te consolar, Rainha.. - Miriã suspirou.

- Me leve para o banho, querida. - Ela se levantou e retirou o vestido, permanecendo somente de roupas íntimas.

Miriã a guiou até o banheiro e logo se retirou deixando sua amada a sós com ela mesmo, pois sabia que sua rainha precisava estar com ela para martelar suas idéias perfeitamente, Jezebeth afundou a cabeça na água e pensou que se morresse talvez sentiria-se melhor diante ao caos, mas mal sabia a jovem mãe que aquilo era a saudade, o sentimento mais miserável e solitário do mundo, o sentimento que ela sempre se incapacitou sentir.

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