Tell Me The Truth

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Enquanto ele ria, só conseguia observar suas covinhas, aquelas que lhe davam um ar de menino totalmente inocente.
- Leah, porque tá olhando tanto, estou começando a ficar com medo. - ele pergunta me tirando dos devaneios.
- Não posso olhar? - rebato tentando irritar.
- Pode, se admitir que sou uma obra prima.
Reviro os olhos e me aconchegado em seus braços.
- Leah, você já parou para pensar como as coisas mudam em um instante?
Olho para Harry, incentivando para que ele fale mais.
-Eu pensei que chegaria aqui é realmente só faria estudar, não teria amigos e não me meteria em encrencas e olha para a gente...
- Tá me chamando de encrenca? - brinco.
- Talvez seja, Leah Hansen. - diz rindo comigo.
- Meu pai, disse para ficar longe de garotos, porque eles só trazem problemas.
- Ele tá certo - ele fala sério -Mas agora, já era. - me abraça mais forte e beija o topo da minha cabeça.
Estávamos sentados em um banco de frente para o campus, observávamos as pessoas enquanto seus braços me rodeavam. Conseguia sentir seu e ver suas tatuagens de perto, queria perguntar o que todas essas tatuagens significam, passaria o dia todo seu sotaque britânico e assistindo suas expressões mudarem enquanto fala.
Estou me apaixonando e não sei se isso deveria estar acontecendo, mas parece tão certo.
- Harry - chamo sua atenção -Porque tantas tatuagens?
- Eu gosto da sensação de fazê-las e cada uma tem um significado.
- Sensação? Uma agulha na sua pele?
- Eu tenho certeza que tem uma escondida.
- Absolutamente não.- nego rapidamente, nunca tive coragem de fazer e minha mãe me mataria ou deserdaria, como ameaçou várias vezes todas às vezes que comentei sobre o assunto.
- Vou te levar para fazer uma. - ele fala.
Balanço minha cabeça negativamente.
- De jeito nenhum.
- Leah, acredite, vou te levar para fazer uma tatuagem.
Reviro os olhos.
- Vou também pintar meu cabelo de verde e fazer um piercing no nariz.
- Leah Punk Hansen. - ele diz rindo.
-Quando decidiu fazer a sua primeira?
-Eu somente decidi. - ele fala cortando o assunto e parecendo distante.
Parecia que tinha um bolha envolta de  Harry e sempre que tocava em um assunto ''delicado'' essa bolha se fechava rapidamente me deixando totalmente de fora, sem entender o que eu fiz ou deveria fazer.
A cortada dele fez ficarmos em silêncio, eu não saberia dizer se ele estava chateado comigo ou eu deveria estar com ele,  observo as pessoas novamente até que observo uma loira se destacando pela velocidade em que ultrapassava as pessoas. Iz?
- Aquela loira ali é a Izzie? - Harry perguntou.
- Estou me perguntando isso nesse exato momento.
- Izzie? - Harry chama.
Ela olha em nossa direção e caminha com um sorriso amarelo no rosto.
- Oi. - ela diz sentando ao meu lado desconfortavelmente enquanto mexia no cabelo compulsivamente.
- Aconteceu alguma coisa? - pergunto desconfiada.
- Não. - ela diz rindo.
- Porque você tá rindo? - Harry pergunta com sobrancelhas arqueadas.
- Por nada.
Olho para Harry que tinha uma cara tão confusa quanto a minha.
- Então Le, o que fez o dia todo? - ela pergunta.
- Tive duas aulas, almocei e agora estou aqui...
Então surge um silêncio desconfortável, até que Izzie decide falar algo.
- Harry, você já viu Leah dançar? - Iz pergunta, mudando totalmente de assunto
- Hm, não? - ele responde confuso.
- Le, é uma ótima dançarina.
- Porque nunca mencionou isso antes? - Ele pergunta para mim mantendo sua cara confusa.
- Porque não achei que era importante.
- Dança para a gente agora. - Izzie incentiva.
- O que? - pergunto rindo.
- Harry, pega o celular coloca uma música para Leah dançar.
- Eu não vou. - balanço minha cabeça negativamente várias vezes.
"Harry..."
Então ele tira seu celular do bolso e coloca a música.
- Vai Leah, vai Leah - Iz começa a gritar e sinto minha bochechas arderem.
Ela se levanta e puxa meu braços me obrigando a ficar em pé ao seu lado, ela começa a fazer movimentos que suponho ser de líder de torcida enquanto fico parada ao seu lado.
Harry não parava de rir enquanto me observando ficar cada vez mais vermelha e eu procurava um buraco para me enfiar.
Alguns garotos passavam e assobiavam para Izzie, que continuava dançando e ignorando-os.
- Tenho que ir para a aula de álgebra. - Digo rindo tentando me retirar da situação, pego minha bolsa e dou um beijo em Harry.
- Que pesadelo - Izzie sussurra sentando-se ao lado de Harry que desliga a música - Fazer contas e mais contas pelo resto da vida.
Encaro ela juntamente com Harry.
- Fala a costureira. - Harry fala causando um olhar indignado da parte de Izzie.
- Eu vou vender as roupas da minha grife com preço dobrado para você.
Eu solto uma gargalhada e começo a caminhar deixando os dois discutindo.
Chego na minha sala que ficava no máximo a 10 minutos  e sento perto de alguns  conhecidos.
- Leah, viu que há grupo terrorista anda roubando os gabaritos das provas? -  diz Max, enquanto seus amigos Daisy e Dan aguardavam a minha resposta.
- Estão roubando provas? - pergunto tentando entender o que estava acontecendo.
- Sim, está acontecendo alguns roubos de prova, nada escandaloso até agora, mas aparentemente os professores estão começando a notar. - Daisy explica.
Ah, claro, festas e mais festas, parece que finalmente eles se tocaram que estamos em uma universidade e que as provas começaram logo, pena que invés de estudarem começaram a roubar, jovens de hoje, futuro de amanha, lindo futuro.
- Poxa, eu compraria os gabaritos. -Diz Max, fazendo todos rirem.
- Não quero nem imaginar o que irá acontecer quando esse pessoal forem descobertos. - Dan fala.
- Primeiro temos que saber quem são... - Digo e eles assentem com a cabeça e sentam-se em seus lugares assim que percebem a presença do professor.
- Olá alunos, por favor sentem-se e abram seus cadernos, hoje temos muito que aprender.-  o professor comenta assim que chega na sala.
Muito animado...
- Segura suas coisas professor, daqui a pouco elas somem. - um engraçadinho grita fazendo todos rirem.
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Já estava ficando escuro, quando encontro com Izzie andando em direção ao nosso quarto, corro para alcança-la e caminho ao seu lado. Ela tem sido tão misteriosa desde seu sumiço no domingo.
- Como foram suas aulas? - pergunto para Izzie enquanto ela abria a porta do dormitório.
- Foram muito cansativas e ainda tenho uma lista enorme de atividades.- ela fala se jogando na cama.
Me jogo na minha cama em seguida.
- Sim, onde estava ontem de madrugada?
- Leah, já te respondi isso hoje.
- Porque acho que está me escondendo alguma coisa?
- Porque você é meio maluca. - ela diz rindo.
Decido deixar esse assunto de lado e me preparo para tomar um banho e depois começar a estudar.
Saindo do banheiro quase fui atropelada pela Izzie que entrou rapidamente no banheiro.
Sento na minha escrivaninha me preparando para estudar, abro minha mochila e pego meu caderno na última folha usada na aula de álgebra, minhas bordas como sempre riscadas com desenhos e letras de músicas, todo ano prometo ser mais organizada, mas não consigo não riscar. Começo a fazer os exercícios.
- Droga – sussurro ao perceber o erro idiota que cometi.
Procuro uma borracha no meio das minhas coisas.
- Izzie, - grito para ela que continuava no banho – Posso pegar uma borracha na sua mochila?
- Espera, eu pego. - ela grita de volta.
Espero por alguns segundo ouvindo o barulho do chuveiro ligado, mas, eu não sou conhecida como paciente e vou em direção a bolsa, abro o zíper e procuro o seu estojo, a sua bolsa estava cheia de papeis e soltos o que é estranho, a bolsa de Iz sempre é uma limpeza total, ela sempre cuida muito bem das suas coisas, acho o estojo do fundo de sua bolsa e ao tentar tira-lo vários papeis caem no chão.
- Droga! - exclamo para mim mesma
Desço até o chão pegando os papeis derrubados quando escuto a porta sendo aberta.
- Solte esses papeis – ela fala firmemente - Você está tentando inspecionar minhas coisas?
- Só estava procurando uma borracha...
- Eu disse que pegaria para você, não precisa pegar minhas coisas. - ela puxa a bolsa e todos os papeis da minha mão com força, abre seu estojo e me dá a borracha.
- Obrigada. - digo, recebendo um sorriso irônico dela enquanto enfiava os papeis sem nenhum cuidado de volta a bolsa.
Que merda tem naquela bolsa?
E porque aquele chilique?
Volto para minha escrivaninhas, mas não consigo me concentrar completamente, mas me esforço, afinal a vida não é um conto de fadas em que você consegue tudo sem esforço e com esforço quero dizer estudar, não correr risco de ser expulso por roubar provas.
Sinto meu celular vibrando.
''As coisas não precisam ficar estranhas.
Senti sua falta hoje.
Niall''
Ao ler a mensagem um sorriso veio ao meu rosto, tinha sentido sua falta também, achei que tinha perdido meu amigo, mas acho que não e estou feliz por isso.
''Senti sua falta também, irlandês.
-Leah''
- Le, diz para o Harry que te deixar em paz pelo menos na hora do estudo...
Olho para ela e não vejo uma Izzie pronta para estudar ou para dormir.
- Para onde você vai? 
- Lideres de torcida. - ela fala como se fosse obvio.
- Você vai falar a verdade para mim? Ou vai continuar mentindo e agindo estranhamente?
- Leah, - ela puxa fôlego – Porque você nunca acredita em mim?
Eu sorrio ironicamente.
- Bom, deve ser porque são sete horas da noite de uma segunda feira, você deveria estar estudando, as provas estão chegando.
- Eu não tenho o que estudar! - ela diz alterando o tom de voz.
- Você mesma disse que tinha uma lista cheia de atividade.
- Leah, cuida da sua vida e não se mete na minha, quantas vezes eu terei que te falar isso?
Então ela agarra a bolsa e sai pela porta do quarto, me deixando com a boca aberta.
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Acordo cedo e me preparo para o dia, não queria ter que encarar Izzie, então simplesmente acordei muito mais cedo que o normal e sai do quarto e a deixei dormindo. Caminhava para minha aula de dança mas que percebo que ainda tenho tempo de sobra, então decidi parar e comprar um café em uma das barracas, acabo encontrando com o garoto de cabelo castanhos que tinha me ajudado domingo.
-Liam? - chamo fazendo ele sorrir ao perceber minha presença. 
-Olá Leah.
-Ainda te devo uma por domingo.
-Relaxa, mas fica o aviso, sempre entre acompanhada pelo dormitório masculino.
-Você quer dizer, acompanhada por um objeto cortante, certo? - digo fazendo ele rir.
-Não acho que precise de tanta violência assim.
-Tem certeza?
-Na verdade, não - nós dois rimos - Aliás, você ficou sabendo dos roubos?
-Sim... A universidade deveria começar a tomar providência, eu praticamente me mato estudando, esses meliantes não podem conseguir tirar notas maiores que a minha.
-A diretoria já está analisando os vídeos de segurança - ele fala sério - Parecem que já tem alguns suspeitos, eles roubaram de novo ontem de noite.
Ontem de noite. 
-Liam, preciso ir para minha aula. - digo e lhe dou um abraço.
Começo novamente o caminho para minha aula, tentando esquecer todos os pensamentos acusatórios da minha cabeça, mas claro não obtenho sucesso.
Izzie não faria isso.
Chegando na sala vou direto para o vestiário colocando um short saia e blusa, essa semana iriamos trabalhar o contemporâneo, esse era o meu estilo favorito, você mexe cada parte do seu corpo com o objetivo de seguir a emoção da música e seu rosto também participa da dança.
-Tá pessoal, eu quero que cada um de vocês traga uma música que acha que merece uma coreografia – a professora Rachel começa a falar após a aula – Agora, para incentivar vocês, irei dar o papel de destaque para a pessoa que trouxer a melhor música, mas lembrem-se é uma música lenta, que faz você se arrepiar e sentir várias emoções ao mesmo tempo, chorar, sorrir, tá valendo tudo e que vença o melhor. 
Vou em direção ao vestiário novamente e já tenho várias músicas na minha cabeça, mas não é nada surpreendente, como Rachel quer, eu realmente quero o papel de destaque, mas para isso tenho que encontrar a música perfeita.
Pego minha bolsa e saiu da sala me preparando para algum tempo de descanso, pego meu celular e me preparo para mandar uma mensagem para Harry para que possamos nos encontrar até que ele começa a anunciar uma ligação de Izzie.
''Acho que me meti em problemas'' - ouço sua voz abafada assim que atendo.
- O que você fez?' - pergunto.
''Eu não fiz nada, eu juro''
- Então porque está em problemas?
''Eu não sei, não estou entendendo direito'' - ela estava começando a chorar?
- Iz, calma, eu não posso te ajudar sem saber o que aconteceu.
"Não posso explicar agora, você tem que acreditar em mim...'' Ela é interrompida e escuto uma voz estranha do outro lado da linha.
''Senhorita McQueen, sugiro que desligue seu celular agora se não quer mais complicações''
E a linha é cortada.
Percebo que estou parada no caminho e começo a ouvir insultos, que são ignorados.
- Oi Leah - ouço um voz rouca inconfundível atrás de mim  e olho para ele com uma cara assustada – O que está acontecendo?
- Eu não tenho ideia.

Blame Me // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora