Where Is My Sanity

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Várias coisas passaram pela minha cabeça naqueles segundos que se passaram. Eu podia simplesmente me virar para o Niall e continuar o que o Harry interrompeu. Eu podia voltar para a sala de cinema e fingir que aquilo nunca aconteceu. Fingir que minha noite não foi estragada, de novo, pela mesma pessoa. Mas, lá no fundo, eu sabia que nenhuma das coisas que citei acima eram opções de verdade, eram só tentativas da minha cabeça de me iludir com uma possível melhora na minha vida.

A noite havia acabado, e eu não tinha sido a única que percebeu a falta de clima dali. O Niall perguntou se eu já iria embora e eu apenas sacudi a cabeça em afirmativa, ele até se ofereceu para me levar de volta para o campus, mas eu precisava andar um pouco, espairecer seria bom para variar. Despedi-me do Niall e comecei a voltar para a universidade.

As ruas estavam movimentadas, havia casais caminhando com seus filhos, homens correndo, universitários agitados procurando um bar para se estabelecer e beber até não aguentar mais. O fluxo de carros também estava grande, muitas pessoas dirigiam com um destino certo, ou apenas vendo até onde aquela avenida os levaria. A noite estava fria, o outono estava indo embora e o inverno já queria aparecer, apesar da baixa temperatura o céu estava estrelado, e um tom de azul escuro com a lua brilhando firme e forte, sem e afetar com nada nem ninguém.

Minha cabeça estava uma confusão, 24 horas atrás o Harry foi o cara mais imbecil que já conheci e agora ele estava magoado? Sinceramente, quando eu acho que tudo está bem a vida dá um jeito de me mostrar que não é bem assim que as coisas funcionam. Eu estava andando a uns 5 minutos, mas parecia bem menos, por mais estranho que soasse, todas aquelas pessoas, aquele movimento, a sensação de que tem vidas circulando em volta de mim, me passava tranquilidade.

Para o meu azar, o cinema era perto do campus, então eu praticamente já havia chegado, só faltavam uns 200 metros. Pensei na ideia de dar mais uma volta no quarteirão, mas talvez agora o que eu precisasse fosse só a minha cama. A repentina mudança de atitude do Harry ainda martelava na minha cabeça, eu podia estar até me acostumando com a bipolaridade dele, mas essa mutação foi tão brusca que assustaria qualquer um, o motivo dele ter explodido para cima de mim não pode ter sido só por causa do Niall.

A curiosidade invadiu meus pensamentos e ela gritava para eu ir saber mais sobre isso, mas eu tive que cala-la fazendo-a lembrar que tudo não passava de uma suposição. Passei pelo lago da universidade e segui para o prédio de dormitórios. No caminho, vi algumas cenas obscenas que eu seria impropria ao explicitá-las aqui, vi umas pessoas comendo na beira do lago, lendo e estudando (isso é, no mínimo, estranho.), nada fora do normal para um sábado à noite na Universidade de Miami. Ouvi também barulho de música alta e tinha uns universitários bêbados, do outro lado do lago, pulando na água. Ah, isso também era normal. Cheguei no dormitório e fui direto para o meu quarto, esperando ver uma Izzie irritada por eu ter chegado as 1 da manhã, mas quando entrei não havia ninguém, ou sequer vestígios de que ela havia voltado desde de que saiu.

O quarto estava do jeito eu deixei, até a toalha molhada em cima da cama da Iz. Aquilo era sim era anormal, verifiquei meu celular para ver se tinha alguma mensagem ou ligação dela, nada. Tentei ligar para ela, mas todas foram direto para a caixa postal, deixei umas mensagens para o caso dela ver e retornar. Eu estava meio preocupada, mas ela já tem 18 e sabe bem se cuidar, ela tinha me provado isso, além do mais, eu tinha outras coisas tomando o controle da minha mente.

Fui para o banheiro e tentei esquecer tudo pelo menos por uns segundos, mas era impossível, toda vez a imagem do Harry indo embora me voltava na mente e aquilo estava me sufocando aos poucos. Saí de pijama pisando descalça no chão frio, pulei na minha cama e me cobri. Apesar do horário eu não estava com sono, pelo contrário, minha cabeça estava à mil. Fechei os olhos repetidas vezes, mas não adiantou.

Blame Me // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora