3-O fim da viagem

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Ao cair no chão, meu celular caiu de um lado e o taco de baseball no outro, consegui ver que quem me deu aquele baque foi um homem, não vi o rosto dele pois estava escuro e eu ainda estava tonto com o baque que eu havia acabado de levar, ele estava com algo que me parecia com um pedaço de madeira, ele veio se aproximando devagar com o pedaço de madeira ao alto pronto para me atacar caso eu fizesse algo, mesmo tonto eu olhei para um lado e vi meu celular, olhei para o outro e vi o taco de baseball, mas eu não sabia o que fazer e nem por que esse homem havia batido em mim.

- Você é um deles? (Disse o homem com voz grossa e firme)

- Deles quem? não sei do que está fando.

- Desses que mataram a minha familia inteira... O que foi, veio aqui para terminar o serviço foi?

Ao terminar essa frase, o homem levantou ainda mais alto a madeira para me atacar, até que eu percebi que ele estava decidido disso. Rapidamente coloquei meu braço para o lado e peguei o taco de baseball e o coloquei na minha frente para me defender segurando o taco com uma mao em cada ponta, quando ambos se chocaram, percebi que minhas pernas estavam ao lado das pernas do tal homem, logo passei uma rasteira fazendo-o cair, assim que o mesmo caiu eu peguei meu celular e corri para o carro deixando o homem para trás.

Entrei no carro rapidamente, e com a batida da porta do carro, todo mundo acabou acordando, liguei o carro e já sai assustado, todos ficaram preocupados.

- O que aconteceu Steven? (Assustada)

- Nada demais Scarlett. (Respondi ofegante)

Contei a todos sobre a tal casa e sobre o homem que acabara de me atacar.

- Mas quem são esse tal de "eles" que esse homem disse? (Perguntou rosa)

- Boa pergunta mãe, boa pergunta. (Respondi enquanto pensava na resposta.)

Continuei por mais alguns 2 ou 3 quilômetros, mas decidi parar num local que estava mais claro com a luz da lua para que todos pudessem sair do carro para esticar um pouco as pernas, já estávamos muito tempo dentro daquele carro, parei também para que fizéssemos as nossas necessidades, para comer e beber alguma coisa, Caroline havia pensado muito bem anteriormente e tinha pegado algumas panelas para fazer alguma comida, tipo um arroz, uma carne, essas coisas. Enquanto as mulheres estavam preparando algo para comer, eu estava procurando algumas pedras grandes para servirem de fogão a lenha, enquanto Jones e Michael procuravam madeiras para ser o carvão.

Senti alguem me puxando forte, ate achei que era Jones ou Michael querendo brincar mas quando me virei, fiquei espantado, era uma mulher com sua boca toda sangrando e machucada, pulando em cima de mim e me atacando, ela tinha uma força incrível, eu jamais havia visto alguém com uma força daquelas, principalmente uma mulher.

Rapidamente fiz de tudo para joga-la para o lado e levantei espantado, a mulher tornou a me atacar enquanto ela tentava, eu desviava, ela atacava, eu desviava, até que deu para perceber, ela tinha o olho todo branco, como acontece quando alguém acaba morrendo, sim, aquela mulher estava realmente morta. Peguei uma das pedra que estava ali perto e a joguei em cima da mulher, a mulher caiu no chão e se levantou como se nada tivesse acontecido e tornou a caminhar em minha direção, eu fiquei totalmente paralisado, sem saber o que fazer, totalmente aterrorizado.

Quando ela estava chegando perto, pronta para me atacar novamente, ela levou uma pancada na cabeça, era Michael com o seu taco de baseball, a pancada que ele deu foi tão forte que a cabeça da mulher quebrou em uma parte a fazendo cair no chão sem se mover. Agora sim aquela mulher estava morta, será que ela foi atacada por alguém assim como a mãe de Caroline que acabou voltando a vida? Essa era uma boa pergunta, mas sem resposta, tudo aparentava que sim. Pois ela estava sangrando, machucada, não sentia nenhuma dor, rosnava muito e queria atacar alguem, mas porque? E como ela teria voltado a vida?

Essas eram perguntas que não tinham respostas, afinal, era isso que estávamos procurando desde cedo, voltamos para o carro e vimos que todos estavam bem, eu estava bem graças a Michael, afinal foi ele quem me salvou.

- Obrigado irmão. (Disse eu tocando as costas de Michael)

- Que isso, você é meu irmão mais novo, o meu dever é lhe proteger. (Disse ele sorrindo)

- Mas mesmo assim, muito obrigado, estou lhe devendo essa.

Contamos a todos o que acabara de acontecer, sabíamos, aquele não era um lugar seguro, então combinamos que enquanto as mulheres faziam a comida, os homens ficavam olhando em volta para garantir a segurança delas.

O jantar estava pronto, as mulheres e Jonas foram comer enquanto eu e Michael conversavamos sobre o que iriamos fazer e olhavamos em volta, também tinha que ficar alguem para cuidar da área, depois que Jonas terminou de comer, trocou de lugar com Michael, e depois fui eu para comer, não tínhamos pegado pratos, então colocamos a comida em uma folha de bananeira que achamos ali por perto em um pé de bananas, por sorte haviam um cacho maduro, já pegamos para ter uma fruta no jantar é claro, era apenas um arroz com frango empanado e agora, uma bananinha que acabamos de pegar. (risadas)

Depois de jantar, entramos no carro novamente, guardamos tudo para lavar quando a gente achasse algum rio, lagoa ou algo do tipo, colocamos uma música no som do carro e dormimos ali mesmo, dentro do carro, e deixamos a música baixo obvio, para escutar caso alguem chegasse perto, e para não descarregar a bateria do carro, coloquei o som para desligar duas horas depois.

Tive um sonho ótimo, como se nada tive acontecido, na verdade sonhei com o meu dia-a-dia na escola, dando aulas, fazendo a contabilidade da empresa, entre outras que eu também trabalhava, conversando com meus amigos de trabalho, acho que era isso que eu queria que tivesse acontecendo, eu trabalhando, confesso que eu não queria ter saido de minha cidade, pois lá havia tudo que eu queria e precisava, minha casa, amigos, familia, meu trabalho na cidade ao lado, era tão cansativo mas era tudo que eu sempre quis, mas agora isso não passava de mera lembranças felizes, mas também era tudo o que eu queria fazer nesse momento, descobrir o que havia acontecido, por um fim nisso e voltar a minha "vidinha" normal, eu estava apenas a um dia longe de casa! E já sentia uma solidão imensa, mas quando mais rápido eu resolvesse esse assunto, mais rápido eu poderia voltar para casa.

O Limite da SobrevivênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora