2-Desconhecidos

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Nesse trajeto da cidade até minha casa, tudo silencioso, o único barulho que dava para ouvir era do motor do carro, detalhe, o motor do carro não era barulhento pois o carro era novo, haviam cerca de 3 meses que eu havia comprado, estava tão silencioso que as vezes eu ouvia o barulho de pequenas pedras da rua batendo embaixo do carro com o vento.

Ainda haviam vários carros com seus alarmes tocando, sacolas voando com o vento pelas ruas, Caroline passou para o banco da frente com o carro ainda em movimento, deixando assim sua mãe no banco de trás. Ela ainda estava suja de sangue por ter segurado sua mãe no outro banco, eu também estava com muito sangue por toda a roupa, pelo corpo por ter carregado a mulher quando eu tinha a encontrado.

Caroline não havia falado nem uma palavra depois que eu disse que ela poderia ficar comigo, dava para ver em seu olhar que ela estava sofrendo, mesmo calada, ela estava sofrendo, e muito. Também, não era por menos, ela tinha acabado de ver sua mãe morrer, e pior, morrer em seus braços, enquanto ela apenas observava sem poder fazer nada.

- Então Carol, posso te chamar de Carol?

- Sim, é claro. Por que não, mas só se você me deixar chamá-lo de stev. (Risinhos)

- Como você mesma disse, por que não não é.

Conversamos por alguns minutos, esse foi o maior tempo que conversamos desde que nos encontramos, também nas situações que passamos, não era a melhor hora para conversar. Falamos sobre a nossa infância, sobre nossos sonhos, falamos sobre quase tudo, pelo menos foi o suficiente para que a gente tivesse uma proximidade maior, já que agora nós iriamos passar muito tempo juntos, isso já era um grande progresso.

Assim como eu, Caroline ajudava sua mãe nas tarefas de casa sempre que podia, era muito determinada no colégio, em seus cursos, acabei descobrindo que ela era minha aluna a pouco mais de duas semanas. "Hú", então foi por isso que ela me era familiar, não a reconheci de imediato pois eu tinha vários alunos e não dava para lembrar de todos assim, principalmente de alguém que eu conhecia a duas semanas. Agora, depois de saber disso, eu me senti ainda mais responsável por ela.
Ela era uma garota linda, olhos azuis, cabelos longos cacheados, de cor castanho claro, com 1,60 m de altura, com pele morena, quem dera eu tivesse uma filha assim, educada, simpática e ainda por cima, linda.

Eu não tinha filhos, mas se Caroline dissesse que queria ser minha filha, acho que eu aceitaria numa boa, pois a gente tinha tantas coisas em comum que parecia minha filha mesmo. A gente gostava do mesmo tipo de filme, das mesmas comidas, bebidas etc.

O trajeto de onde estávamos até a minha casa, era cerca de 30 a 40 minutos da minha casa andando a cerca de 60 km por hora, depois que eu e Caroline conversamos um pouco, ela logo em seguida, adormeceu. Até que eu comecei a pensar comigo mesmo,"ainda não sei exatamente o que aconteceu, mas tenho que descobrir o mais rápido possível, agora não será tão fácil pois tenho também que cuidar de Caroline, não posso apenas dizer que vou cuidar dela e deixar ela por conta própria, eu preciso ajudá-la a me ajudar. Afinal, foi o que eu havia prometido a ela, que eu não a abandonaria como uma qualquer, e depois de ver aquele sorriso em seu rosto, seria desumano se eu o fizesse."

Ao chegar em casa, acordei Caroline e saímos do carro o trancando em seguida e entrando para dentro de casa.

- Enfim chegamos, eu moro aqui, pode entrar.

- (Com um simples sorriso ela disse ) Obrigada.

Ao adentrar a casa, vi que haviam algumas malas na sala prontas e algum barulho no quarto, fui lá para conferir o que era, assustado, mas ao chegar lá vi que era Michael e minha mãe separando mais algumas roupas para poderem levar, assim que eles me viram, correram até mim e me deram um super abraço até que minha mãe disse.

O Limite da SobrevivênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora