Capítulo 28 - Me sinto vazia...

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Passei a manhã inteira sozinha, e quando foi no começo da tarde o interfone tocou e o porteiro avisou que Luiz estava lá em baixo.
Eu autorizei sua entrada e cinco minutos depois a campainha tocou.

- Oi - o loiro me cumprimentou com um sorriso no rosto - como você está?

- bem obrigada - respondi lhe dando um abraço rápido e dei passagem para que ele entrasse no apartamento - a que devo a honra da sua presença? - brinquei fachada a porta e acompanhando ele até o sofá.

- vim ver como você está e pegar meu carro - respondeu.

- há, claro! - fui até o quarto e peguei a chave no criado mudo - aqui esta. - sentei do seu lado.

- obrigado - agradeceu - você está sozinha?

- sim. Diego precisava "resolver" algumas coisas - fiz aspas revirando os olhos.

- hum... Então ele está melhor?

- sim. Só a perna que ainda está engessada.

Luiz ficou um bom tempo comigo. Conversamos sobre a faculdade, sobre o tempo que fiquei no Texas. Comemos besteiras e assistimos filme. Já passava das seis quando o sol começou a ir embora e ele decidiu ir também.

- foi bom passar a tarde com você - me abraçou no corredor - só espero que dá próxima vez você consiga controlar as lágrimas e não fique chorando igual uma mulherzinha - brincou rindo por eu ter chorado o filme inteiro.

- olha que fala... Se o filme durasse mais dois minutos você chorava - retruquei.

Qual é?! Quem não chora assistindo "sempre ao seu lado"?

- se você está dizendo... - deu de ombro contendo um sorriso.

Nesse momento, como se fosse uma piada do universo, as portas do elevador se abriram e um Diego em chamas cravou os olhos no amigo que ainda estava na minha frente.
Meu namorado possessivo/ciumento, caminhou na nossa direção em uma velocidade incrível - para alguém que estava usando muletas - e assim que se aproximou o suficiente suas mãos envolveram minha cintura enquanto seus olhos estavam grudados no loiro a nossa frente.

- eu não posso dar as costas por um segundo que você já vem atrás da minha mulher, né Luiz? - perguntou em um tom mais alto do que o necessário.

- eu vim buscar meu carro - balançou a chave no ar.

- então agora pode ir embora.

- eu estou cheio desse seu ciúmes Diego - Luiz comentou sem paciência - somos amigos cara. Você acha que eu ficaria atrás da sua "mulher" sabendo o quanto você gosta dela? - perguntou e um silêncio se estendeu pelo corredor onde o clima estava péssimo - é bom saber que pensa assim - dito isso ele apenas virou e saiu deixando um Diego com cara de idiota para trás. Naquele momento eu me senti péssima. Por minha causa uma amizade de anos tinha se desfeito.

- porque é tão difícil para você entender que eu e Luiz somos apenas amigos? Desde que nos conhecemos eu deixei isso bem claro. Ele nunca tentou nada depois que começamos a namorar e mesmo hoje, depois de passar o dia inteiro sozinhos nesse apartamento ele não tentou absolutamente nada! - gritei batendo a porta com força atrás de mim.

- vai ficar defendendo o amiguinho? - resmungou.

- para com isso - suspirei - ele é seu amigo Diego!

- não sei se vamos continuar sendo amigos se ele continuar cercando você....- deu de ombro.

Diego é bem teimoso, mesmo que eu fique horas tentando convencê-lo, nada vai adiantar. O máximo que eu vou conseguir é uma briga.
Respirei fundo olhando sua cara emburrada e me aproximei do sofá onde ele estava sentado e me sentei no seu colo.

A babá (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora