Dizem por aí que o amor muda as pessoas. Você acredita nisso?
Sara uma órfã que tem o sonho de se formar em medicina. Um ano depois da morte dos seus pais a jovem se ver totalmente sem dinheiro. Com isso Sara arruma um emprego como Babá da filha m...
Parecia uma piada. Uma piada de péssimo gosto, mas uma piada. Eu tinha acabado de sair do hospital, depois de um acidente horrível de carro, no entanto, um dia depois aqui estou eu novamente... Dessa vez para descobrir que perdi um filho que nem sabia que teria.
Às vezes eu acho que minha vida é uma sucessão de erros. Mesmo que eu tente as coisas nunca vão dar certo. Sempre que eu penso que estou feliz vem um furacão e devasta tudo novamente. Quando eu resolvia um problema, apareciam outros dez para serem resolvidos. Acho que estou pagando com juros todas as merdas que fiz durante meus vinte e três anos de vida.
Vinte e três anos. Às vezes eu sinto como se tivesse cinquenta.
Eu sei que o momento não é muito propício para se ter um bebê. Mas ele já estava lá. Nem tive tempo de ficar feliz com a sua chegada e já estava triste com a sua partida.
Eu estava sentado na cantina do hospital. Meus cotovelos estavam apoiados na mesa segurando minha cabeça, meus olhos fechados e meus pensamentos uma bagunça. Sei que peguei pesado com a Sara, mas estava nervoso com a notícia.
Iria pedir desculpa, mas primeiro eu precisava pensar. Botar as coisas em ordens e entender o que está acontecendo. Meu celebro não estava conseguindo processar tantas informações tão rápido.
Tinha apenas três meses que eu e Sara nos conhecemos. Nossa relação foi tão intensa que nesse curto tempo vivemos mais coisas do que qualquer casal normal viveria.
- posso? - Dr. Dereck perguntou apontando para cadeira ao meu lado. Eu apenas assenti e respirei fundo me ajeitando na cadeira de ferro - como você está se sentindo?
Eu pensei um pouco antes de responder. E decidi ser sincero. Eu precisava desabafar com alguém senão eu explodiria.
- péssimo.
- foi o que imaginei - me estudou com o olhar - você já passou por muita coisa. Tem muitas histórias para alguém com tão pouca idade - eu olhei para ele confuso - seu pai e eu tivemos uma conversa quando você estava internado - explicou - olha, eu sei que não tenho nada a ver com isso. Mas nesse momento você precisa ser forte por ela. Mulheres são muito sentimentais e a perda que ela teve vai mexer com o emocional dela.
- eu sei. Sabe, eu nunca pensei em ter filhos - sorri encarando o jarro de flor Rosa no centro da mesa - mas agora, daria qualquer coisa para ter esse bebê. Sei que é bobo, afinal nem tivemos tempo de nos apegar a ele.
- não é bobo - Dr. Dereck me olhou com um sorriso gentil - como eu disse vocês ainda são jovens. O que não vai faltar é oportunidade para fazer filhos. Nesse momento a única coisa que você tem que ter em mente é a vontade de sair das drogas. Depois, limpo e com uma vida estabilizada, você começa a providenciar as crianças - terminou a frase sorrindo divertido - olha, quando você achar que está preparado procure esse cara - me entregou um cartão preto com letras em branco - ele vai ajudá-lo.
- obrigado - agradeci enquanto ele se levantava e agitava o jaleco branco.
- espero não vê-lo tão cedo nesse hospital - sorriu batendo nas minhas costas - boa sorte - dito isso ele apenas saiu. Deixando-me sozinho com os meus pensamentos novamente.
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Entrei no quarto tentando fazer silêncio, e assim que meus olhos encontram sua figura deitada na cama no meio do quarto, senti meu coração disparar. Seus cabelos escuros estavam espalhados pelo travesseiro branco, seus lábios e suas bochechas estavam voltando ao rosa natural.
- como ela está? - perguntei a enfermeira que estava trocando o soro.
- de acordo com os exames ela está ótima. Só um pouco tonta pelos efeitos do calmante. Você pode ficar aqui, mas não a acorde. Ela vai dormir a noite toda e amanhã o médico vem dar alta - eu assenti sem olhar para ela e logo escutei a porta se fechando atrás de mim.
Eu sentei ao seu lado e segurei sua mão, enquanto afagava sua bochecha com a outra.
- desculpa princesa... Desculpa por ser um idiota e desculpa por pedir tantas Desculpas - sorri - prometo que vou ser o cara certo, prometo que nada vai separa a gente novamente e que você ainda vai ter muito orgulho de mim - sussurrei sem desviar os olhos dela que dormia tranquilamente. Abaixei devagar e depositei um beijo nos seus lábios e outro na sua testa - eu amo você...
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