Diego
Eu tinha onze anos quando tudo aconteceu, morava na Dacota do Sul com os meus pais e meu irmão mais novo. Lucca tinha dez anos e mesmo com um ano de diferença fazíamos praticamente tudo juntos. Podíamos dizer que tínhamos a família perfeita.
Mesmo que ainda fossemos crianças, vivíamos fazendo planos e sonhando com todo o futuro que tínhamos pela frente, mas como nem tudo são flores, meu irmão foi tirado de mim da pior forma possível.
Era uma manhã de sábado, meu pai tinha comprado ingresso para assistimos nosso primeiro jogo de beisebol - uma paixão que compartilhávamos - eu e Lucca brincávamos no banco de trás, enquanto meu pai dirigia calmamente pelas ruas movimentadas.
Não sei muito bem como aconteceu, só me lembro de escutar um estrondo bem alto e tudo ficou escuro. Quando eu acordei estava em uma cama de hospital, a primeira coisa que eu vi quando abri olhos foi a imagem da minha mãe no canto do quarto com o rosto inchados de tanto chorar. Assim que ela me viu acordado soltou um sorriso triste e se aproximou segurando minha mão.
Eu tinha onze anos, não estava entendendo nada. A única coisa que eu queria naquele momento era ver meu pai e meu irmão. Passou-se dois dias e sempre que eu pedia para vê-los minha mãe inventava uma desculpa diferente.
Finalmente o médico me deu alta e assim que eu cheguei em casa a primeira coisa que eu fiz foi procurado meu irmão. Mas como um soco no estômago minha mãe me deu a pior notícias que eu poderia receber. Lá no fundo eu já desconfiava, mas eu tinha esperanças de que fosse mentira, tinha esperanças de que quando eu abrisse a porta de casa meu irmão estaria lá, sentado no sofá, assistindo televisão.Aquele foi um dos piores dias da minha vida, chorei como nunca e mesmo depois de anos eu nunca superei por completo a morte do meu irmão. O jeito que ele partiu, de repente, sem dar tempo nem para uma última despedida.
Um mês já tinha passado e nada do meu pai aparecer, segundo minha mãe ele estava se sentindo culpado pela morte do filho e por isso teria viajado para tentar botar a cabeça no lugar. Tudo estava indo bem, mas depois de um ano a fixa finalmente caiu. Meu pai não voltaria, o acidente não matou só meu irmão, de alguma forma ele também levou meu pai e daquele dia em diante seria apenas eu e minha mãe.
DEZ ANOS DEPOIS - meu pai tinha sumido definitivamente, eu estava com vinte e um anos e minha mãe tinha acabado de completar cinquenta e cinco, minha vida estava nos trilhos novamente e tudo parecia está no lugar, até que de uma hora para outra minha mãe descobriu um tumor no cérebro e mais uma vez lá estava eu, sem saber o que fazer, sozinho.
Eu tentei engulir meu orgulho e ir pedir ajuda a única pessoa que podia me ajudar. Meu pai. Mas como eu não sabia onde ele estava, ficou meio que impossível. Um meses depois do meu aniversário de vinte dois anos minha mãe foi embora e eu me vi completamente sozinho, e com um ódio mortal pelo homem que dizia ser meu pai.
Alguns meses depois eu descobri onde meu pai estava morando, e sem pensar duas vezes eu juntei as poucas coisas que tinha e fui para florida. Meu plano inicial era destruir sua vida, mas quando eu cheguei e conheci sua filha - que na época tinha três anos - eu desisti. Não valia a pena se vingar, e por mais babaca que ele fosse não queria que minha irmãzinha passasse pelo que eu passei sem um pai.
Eu nunca o perdoe, na verdade nós nunca paramos para conversar sobre isso, Robert vive trabalhando e eu fazendo besteiras. As poucas vezes que trocamos palavras são insultos, normalmente isso acontece quando eu "passo dos limites".Bom, hoje tem um ano que eu moro na florida, um ano que perdi o controle da minha vida e um ano que minha mãe morreu. Tudo estava bem, eu já tinha me acostumado a viver da forma que vivia, estava acostumado a ser tachado como o "pleyboy idiota que não dá valor a vida fácil que tem". Na verdade eu estava me fodendo para o que as pessoas pensavam, até conhecer a morena dos olhos castanhos. Quando eu entrei no quarto da minha irmã e vi a Sara sentada na sua cama, mesmo sem nem saber seu nome, eu já sabia que a partir daquele dia eu estaria completamente fodido.
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A babá (COMPLETO)
RomanceDizem por aí que o amor muda as pessoas. Você acredita nisso? Sara uma órfã que tem o sonho de se formar em medicina. Um ano depois da morte dos seus pais a jovem se ver totalmente sem dinheiro. Com isso Sara arruma um emprego como Babá da filha m...