Capítulo 14 - Flash Beck

39.8K 2.5K 71
                                    

UMA SEMANA DEPOIS - Hoje completa quinze dias que eu e Diego estamos juntos, ele tem sido maravilhoso, apesar da mudança constante de humor - acho que mesmo que fiquemos juntos por anos, nunca vou me acostumar com isso - fico feliz em saber que ele quer realmente mudar e apesar do pouco tempo de convivência, posso afirma que a cada dia fico mais encantada com o seu jeito carinhoso e protetor.

Hoje é Sábado e depois de muito implorar eu finalmente consegui convencer ele a ir a um psicólogo. Acho que conversar com alguém que entenda do assunto pode facilitar um pouco as coisa.
Desde o aniversário da Rosa ele tem ficado bem estranho, começa a passar mal do nada e sempre que eu tento ajudar ele recusa.

Sinto um aperto no coração sempre que o vejo tão frágil, faria qualquer coisa para tirar essa dor dele.

Nesses últimos dias as coisas têm estado bem corrida, além de conciliar meu trabalho com a faculdade eu ainda tinha que estudar e tentar separar um tempo para ficar com Diego. A melhor parte do dia tem sido quando estamos os dois sozinhos, a gente apenas conversa e tenta se conhecer melhor. Ele me conta algumas coisas da sua infância e eu conto sobre a minha. Acho que estou completamente apaixonada por ele, e sinceramente, não sei se isso é bom.

****

O sol já tinha ido embora e a lua cheia iluminava o céu repleto de estrelas, a casa estava vazia - Marta tinha saído com a filha, Sr. Collins como sempre estava na empresa, e Safira foi aproveitar a folga com a filha - Diego estava deitado do meu lado enquanto assistíamos a um filme na televisão do seu quarto. Minha cabeça estava repousada no seu peito enquanto ele passava a mão lentamente afagando meu cabelo. O clima estava ótimo, seu peito subia e descia bem devagar e seu coração batia em um ritmo despreocupado. Tudo estava perfeito.

- Sara... - ele sussurrou assim que o filme acabou. Eu levantei a cabeça e encarei seus olhos que estavam com um brilho diferente - eu te amo tanto... - completou passando o polegar na minha bochecha.

Eu sorri e depositei um selinho nos seus lábios, mas ele continuou me encarando com uma expressão seria.

- hoje na consulta com o psicólogo, ele me perguntou se tinha alguém que me inspirasse a ser melhor... - desceu seu polegar que estava na minha bochecha e contornou meus lábios - eu falei de você - completou - ele disse que seria bom dividir meus fantasmas com você, só assim você poderia me ajudar.

Eu fiquei feliz em saber que inspirava ele a ser melhor, e também gostei do fato dele está disposto a dividir seus problemas comigo, mas não queria que ele fizesse isso porque alguém mandou. Queria que partisse dele.

- olha Diego, só quero que conte se você realmente estiver confortável, não quero que faça porque alguém mandou - falei me levantando e sentando de frente para ele com a perna cruzada.

- quando eu era pequeno eu tinha um irmão mais novo... - começou - éramos muito unidos, fazíamos tudo juntos... Um dia quando estávamos a caminho de um jogo com meu pai, ele perdeu o controle do carro e bateu em um caminhão... - ele estava encarando a parede atrás de mim com seus olhos cheios de lágrimas, parecia que ele estava revivendo a dor daquele momento e ver ele nesse estado me fez sangrar por dentro - meu irmão morreu e meu pai fugiu, sem nem se despedir, ou ter certeza que eu ia sobreviver, ele simplesmente virou as costas e foi - a essa altura as lágrimas caiam descontroladamente dos seus olhos, eu podia sentir a raiva na sua voz e ao mesmo tempo o desespero. Deixe uma lágrima solitária escapar e sem saber o que dizer puxei ele para um abraço. Segurei seu rosto entre as mãos e fiz uma trilha de Beijos por onde as lágrimas desciam. - me deixa terminar - pediu respirando fundo - dez anos depois minha mãe descobriu um tumor no celebro, eu tentei ajudar de todas as formas possível, mas um ano depois ela foi embora me deixando sozinho... Enterrei minha mãe sem ninguém do meu lado Sara, perdi todo mundo que amava - completou com a voz embargada pelo choro. - depois que ela morreu, eu me vi perdido, foi aí que eu entrei nas drogas, elas me deixavam leve, me fazia esquecer o fracasso que minha vida tinha se tornado. Eu só queria acabar com a dor, preencher o vazio que se formou no meu peito... - eu estava sentada do seu lado prestando total atenção nas suas palavras, enquanto ele estava com a cabeça jogada para trás encarando o teto - parei de tomar os remédios que controlava minha bipolaridade e fechei os olhos para as consequências.

A babá (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora