Protetora dos idosos.

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Rose on ~

Lia foi direto dormir. Ela ama dormir, fazer o quê. Olhei para o relógio e eram 16:00. Fiquei mexendo no celular nesse tempo todinho, inclusive tentando compor uma música. Ela até que estava indo bem. Larguei o celular e vi que Lia estava no décimo terceiro sono. Não quis acordar ela para não levar uma chinelada na cara. Saí do quarto e fiz um chocolate quente. Ain, como eu amo. Não tinha nada para fazer então coloquei uma roupa plausível e saí de casa. Eu não fazia ideia de para onde ir, então fiquei caminhando por aí. Pensei em convidar alguém do tipo a Alli, a Lid ou até mesmo o Nic. Mas desisti. É incrível como, aparentemente, eu e a Lia finalmente estávamos tendo algo parecido com "amizades". Isso tudo é muito novo para a gente.

Uma menina andando pelas ruas, sem um namorado, sem um cachorro, um papagaio, um jacaré... Sem um balão, sem um picolé, sem... n-a-d-a. Ou seja, andando sem rumo em um lugar que você mal conhece e facilmente se perderia, já que você se mudou a muitíssimo pouco tempo pra ele. Também não exagerei e fui muito longe de casa. Parei numa pracinha onde muitas crianças brincavam e pulavam. Tinham pais acompanhando seus filhos, tinham marido e mulher se abraçando, tinham casais apaixonados trocando olhares... Vi um moço que estava vendendo churros e praticamente corri até ele. 

- Quanto tá? - falei olhando para ele.

Paguei ele e fui comendo o churros. Parei de caminhar pela praça assim que vi algo que eu não queria, de verdade, ter visto. Era uma mulher de mais ou menos 27 anos batendo num idoso de mais ou menos 83 anos. 

Senti vontade de pular no pescoço dela. Como é que ninguém fez nada? Olhei pra mulher e encarei ela, me aproximando.

- Quem você pensa que é? - falo a encarando. 

- Quem é você, garota? - ela fala e dá de ombros.

- Isso não importa. Larga esse senhor agora, ou você vai se ver na justiça. - falo séria.

Ela dá uma gargalhada.

- Na justiça? Vou ser colocada na justiça por quem? Por uma garotinha que não sabe nem o que é lavar louça? - ela fala e eu gargalho sarcasticamente. 

- Quer pagar pra ver? Então bate nele. Vai lá, boazona. - eu falo gritando e chamando a atenção de todos. - Todas essas pessoas aqui estão te vendo e são testemunhas do ser horrível que você é. Que tipo de gente bate em um velhinho que não pode se defender?

- Essa menina está doida, pessoal - ela fala olhando para todos. - Chegou do nada, sendo que eu estava aqui, cuidando do meu marido, e chegou dizendo que eu estava batendo nele? Alguém pode por favor chamar um manicômio para essa garota?

Nossa, que salafrária.

NOSSA.

Muita gente olhou pra mim pensando realmente que eu era uma louca. A mulher era boa atriz.

"Essa menina está louca" - Muitos sussurraram. 

- Mas eu vi você batendo nele, ela não está mentindo. - O menino cujo eu quase dou um troço quando vi quem era, falou, ficando ao meu lado. 

Sorri de canto.

A mulher mudou sua expressão de vítima para uma de raiva.

- Eu também vi. - Uma outra mulher falou, vendo a cena.

"Eu também" "Eu também"...

A policia chegou. Eu mal sabia que alguém tinha chamado a polícia. Como assim, cara?

Eu e o "anjo" contamos tudo para a policia e eles entenderam o ocorrido. Eles levaram a mulher e o senhor junto. Fiquei com dó de não poder ter ajudado o senhor de certa forma.

Os policiais estavam levando os dois, mas antes um dos policiais me chamaram.

- Ele quer falar com vocês dois, em especial você. - ele disse apontando para o velho e se dirigindo a mim.

Fui até o senhor de idade e o "anjo" me acompanhou.

Eu pensava que iria receber várias palavras do senhor, mas assim que cheguei, vi que ele era, na verdade, mudo. 

Fiz um gesto para ele perguntando se ele sabia falar em libras. Ele sorriu, fazendo gestos com a mão com muita dificuldade. Ele dizia que as torturas eram grandes, e que ele estava sozinho no mundo, já que os filhos dele não ligam para ele. Ele me agradeceu, e agradeceu ao menino ao meu lado, cujo eu gostava de chamar de anjo. Ele perguntou se éramos namorados e eu respondi, ou melhor, fiz o gesto que não. Confesso que corei nessa hora, mas ainda bem que o menino ao meu lado estava boiando, já que só eu sabia falar em libras ali.

Me despedi do bom senhor com um abraço, e falando que eles cuidariam bem dele. (no azilo). Fiquei triste por não poder cuidar dele.

- O que ele disse? - Ele fala me acompanhando. Estávamos indo para minha casa.

- Ham? 

- Você sabe... Com aquelas paradas. - Ele diz fazendo gestos com as mãos que imitavam libras.

Gargalhei.

- Ele agradeceu. E... Obrigada por me ajudar a não parecer que eu era uma doida. Mas, uma pergunta, como você foi parar ali?

- Provavelmente pelo mesmo motivo que você. - Ele disse sorrindo.

- Tédio. - Falamos juntos e gargalhamos.

- Oh meu Deus! - Eu falo olhando um abrigo de animais enquanto caminhávamos. 

- Você gosta? - Ele falou me olhando fixamente.

- Animais? AMO. - Falei entusiasmada.

Ele sorriu.

- Esse aqui é muito fofo. Vem cá garotão, você é lindo. Me dá a patinha, vai. - Eu falo rindo e falando necessariamente com um filhotinho de cachorro.

Anjo fica brincando com um tatu bola e eu começo a gargalhar.

"Virou uma pokébola" - Ele disse quando o tatu se encolheu e ficou no formato de uma bola.

Gargalhei. Esse menino é demente.

Sou obrigada a deixar o filhotinho, e então voltamos a caminhar em sentido a minha casa.

- Você é diferente. - Ele disse assim que chegamos.

- Isso foi um elogio? 

- Óbvio, burra.

Dou um tapa na cabeça dele e ele começa a sorrir.

- Bom, é isso. Obrigada por tudo viu An... (eu ia falar anjo).

- An...? - Ele disse, pedindo que eu completasse.

- An...nnmigggoo. - Eu falo gaguejando.

Ele gargalha engraçado.

- De nadaaaa, aaaannnnmiiiigaaa. - Ele fala me imitando.

Dou um tapa na cabeça dele - de novo - por um acaso. 

- Até amanhã, você vem né? - Falo e ele sorri.

- Claro, princesa.

PRINCESA? QUÊ?

Subi as escadas até o meu quarto. Vi Lia já acordada e fazendo algumas coisas do aniversário. O que a propósito eu achei bem intrigante, já que era apenas uma festinha no nosso novo apartamento. Mas, por fim decidi não atrapalhar ela com o meu discurso de como foi salvar um velhinho das garras de uma jararaca. (Isso no sentido metafórico). 

Fiz algo pra comer e peguei o computador e depois larguei. Orei como sempre a Deus e dormi. Amanhã seria um dia cheio... Dia de festa, aniversário... Nosso aniversário. Um dia legal, espero eu. 

Continua...

- Cap escrito por Babs - (pela primeira vez, obrigada Ems <3)

s2 s2 s2 s2 s2 s2 

Tô muito xonada nesses dois. O nome do filho deles tem que ser Rosangêla. (Rosa + anjo) TÁ, PAREI.

Espero que todos gostem. 



My life with them.Onde histórias criam vida. Descubra agora