CAPITULO 8: O CANTO DO REVERENDO
— NÃOOO!
— Sim Ariel. — Vallie afirma novamente.
— Não, eu não acredito!
— Pode acreditar.
— Ah meu deus, eu quero morrer! — exclamo.
— Foi o que eu pensei, mas não faça isso. Nós tivemos algum trabalho tentando salva-la da morte ontem.
— Você deveria ter me deixado congelar! Oh infernos, o que o seu irmão deve estar pensando de mim?
— Está tudo bem, tenho certeza que ele não se importou muito. — Vallie garante
— O que foi exatamente que eu disse? — pergunto soando desesperada.
— Nada demais. Eu apenas ouvi você perguntar se por ele ser grande, ele seria em todos os lugares.
— Eu acho que nunca mais vou olhar para o seu irmão. Oh meu deus, que merda eu fiz?
— Ah vamos, deixe de besteira, finja que nada aconteceu. Aliás, eu tenho certeza que Gabe não se importa, e você estava totalmente bêbada.
— Eu vou ficar aqui, me chame quando vocês forem embora.
— Não, não, não. Você vai lá pra fora agora, enfrentar todos juntos. Vamos, a Ariel que eu conheço enfrenta as pessoas e situações de cabeça erguida.
— Arghh! Tudo bem, eu vou.
A minha roupa ainda estava completamente molhada, e como eu não poderia sair por ai com a camisa enorme de Gabe, Vallie me emprestou algumas de suas peças. O que me fez obrigada a vestir jeans justos, e camisa xadrez amarela. Céus, eu estava indo para o fundo do poço. Para completar Liz inventou de trançar o meu cabelo, e como Maggie tinha um olhar assombroso para cima de mim, eu achei melhor não discutir e deixa-las fazerem o que quisessem. Melhor uma trança do que cabelo nenhum, certo?
Minhas botas também estavam encharcadas, e por isso eu tive de colocar um par de botas de cowgirl que Liah emprestou-me. Sai pisando firme para fora da barraca, de cabeça erguida, e bochechas tomadas por pequenas picadas vermelhas de pernilongos. Eu parecia uma garotinha de dez anos com catapora. E isso que as malditas picadas coçavam o inferno. Vallie disse que a culpa foi dela por ter se esquecido de mandar passar repelente. Mas eu não ia culpa-la, não quando eu estava bêbada a ponto de não saber da presença desses insetos insignificantes.
Para o meu azar todo mundo estava acordado, bebendo café, ou comendo os marshamallows restantes. Todas as barracas já haviam sido guardadas, as garrafas de bebidas vazias sumiram, e tudo parecia limpo outra vez. Liah e Cayden estavam namorando na traseira de uma das camionetes. Maggie e Liz estavam comendo, e conversando com Carl e Ana. Wesley tinha uma garrafa de cerveja na mão e estava bebendo na beira do lago. Sua irmã Jacqueline estava caminhando bem longe da minha vista pelo imenso pasto verde com Gabe ao seu lado. Claro, óbvio. Maldita carrapata! E por que diabos eu me importo?
Nolan parecia muito emburrado, com uma careta de desagrado, e com um olhar ao redor. Notei imediatamente o problema. Austin e Beatriz estavam conversando juntos, e quando eu digo realmente junto é por que eles estavam próximos de uma maneira bem intima. Porém não estavam se beijando, ou nada disso. Eu não sei por que eu me preocupava com isso. Eu já tenho meus próprios problemas, e meus demônios internos para lidar, mas ainda assim eu não podia ficar olhando isso, e não dá uns toques para esse cowboy burro. Não agora, não. Mas muito em breve eu vou procurar saber mais sobre esse relacionamento um tanto estranho entre esses dois. E Ariel Caldweel vai poder dar a sua opinião, como sempre.
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Sunset (Disponível até 30\12\16)
Literatura FemininaAriel Caldwell tem problemas, e não é nada comparado ao uso abusivo de álcool e drogas. Ou aos pircings e tatuagens espalhados pelo seu corpo. Seu pai acredita que um pouco de trabalho duro, e um lugar distante poderá ser a solução para livra-la de...