Cruelmente você me fez perceber
Hoje
Que todos sofrem
A própria feridaMe mostrou com palavras:
Não sou a única a buscar conforto
Nos lugares mais loucos
Em que buscoFoi em seus breves lamúrios
Meio surdos, meio mudos
Nessa relação indesejada
Que vi o quanto somos iguaisMostraste sem piedade
A dura e cruel verdade
Vivemos sempre sozinhas
Com puras ilusões mesquinhasFoi nesta conversa inesperada
Que me vi tão errada
Sem direito à resposta
E sem querer responderFoste tu amiga antiga
Que jamais me foi tão amiga
Quanto nesta manhã bendita
Entre tão banal desabafoE como tocaram em mim
As tuas meias verdades
A tua sinceridade
Ao exercer tal banalidadeNão sabes como ficou
Meu coração ao descobrir
Que não sou a única aqui
A pensar ser única, enfimNão sou única no mundo
A desejar estes desejos
Que me afligem desde sempre
VagamenteAgradeço o tempo perdido
Me desculpo pela incerteza
Sussurro em teu ouvido
Demonstrando minha friezaAgradecida, e ainda assim magoada
Calada, e mesmo assim agitada
Sem razão ou argumentos
Mas jogando sentimentos aos ventosQuerida amiga antiga,
Queria apenas lhe dizer
O quanto suas palavras
Foram importantes à mimO quanto esta conversa rápida
Em um ou outro período de aula
Fez com que você
Reconquistasse meu respeito.
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Afogada
RandomEstá quase na hora de ir. Enquanto a hora não chega, sigo afogada. E a poesia que vai me escutar, na vã tentativa de me salvar.