Sem Remetente

43 8 0
                                    

Dor
É só esta palavra que resume
Sem uso de entrelinhas
A minha - quando nossa - trajetória.

Não sinto - jamais - esta dor
Por estares longe
Mas sinto - admito
Pelo tão perto que já estivestes

Sim, talvez isto lhe torture.
Não o permita!
Deixe-me explicar melhor
Pois palavras se distorcem.

O que disse - eu repito
É que tanto me desola a partida
Que antes preferia tua inexistência
Em minha dura e cruel vida

Oh!, como amo-te!
Com o mais fraterno amor
Com que alguém pode amar,
Lhe asseguro. Me confias?

Sei que não!, duvidas que amo-te
Ah!, mas se soubesses o quanto
Não estarias a me importunar
Acreditarias!, nem um ponto a mais.

Como não crês, me persegues
Persegue nos sonhos e visões
E mais, nas lembranças e memórias
Tudo por quê? Por que desacredita.

Pois, se desacredita tanto
É porque lhe dei motivos.
Novamente admito,
Sei que não sou inocente

Mas assim o é meu amor
Tão vil e tão puro
Quanto o orvalho da manhã
Que cai só por cair...

Peço teu perdão - depois de tanto!
Agora tomo coragem.
Será?
Assim o tento, percebes?

Ah, como seria eu corajosa
Se nestes versos doidos
Perdidos em minha mente
Colocasse um remetente!

Escrito em: dezembro/2014

AfogadaOnde histórias criam vida. Descubra agora