Já findo o pesadelo
Vejo cá a realidade
Oh!, como cheguei tarde
As coisas estão iguais.Estou atolada nesta lama negra
De verdades e mentiras
Já não tenho sentimento algum
Roubaram-me, deixaram-me vazia.Estou à espreita todo momento
Me sinto sufocada!
Vigiada, perseguida
Está nu meu pensamento.Não há nada que me preencha
Nem tristezas, alegrias, sonhos
E o que um dia me preencheu
Agora é tão irreal que apodreceuEstá podre a alma
Que ainda anda inquieta
E clama, pede, implora
Pelo que não posso lhe darQuer paz,
Quer poder ajudar
Quer também ajuda
Que ninguém pode lhe ofertarSão rios, mares, e oceanos
Todos inundados por qualquer lágrima
E se secam as lágrimas
As dores não secam.Não tenho palavras para expressar
É simplesmente dor
Não tenho dores para rechear
As palavras que desejo falarE me encontro em um labirinto
Um labirinto que crio sem saída alguma
E lá existem saídas
Saídas que agora crieiÉ tão vago pedir abrigo
Pedir ajuda, socorro
É tão egoísta pensar em si
Ao invés de olhar os outrosPorém todos seguem suas vidas
E ninguém olha para mim
Muitos andam por aí
A pensar também assimÉ o dilema de tantos
Tantos aflitos corações
Que assim como o meu
Cansaram de falar ao arAh!, eu lhes ouviria!
Mas eu estou tão perdida
Num labirinto da vida
Que não sei onde lhes encontrar.E, se nem a mim encontro,
Quem mais eu poderia
Em algum qualquer momento
Vir a ajudar?Pois busque logo a poesia
Esta dica pode vir a calhar
Olhe bem para estes versos
Acha que não estou a chorar?Entre todos e tantos e muitos
Soluços!
Entre alguma qualquer ou nenhuma
Lágrima!Saíram tão belos versos,
Embebidos de tristeza
Que até mesmo me contentei
E esqueci de uma vez a modéstia.
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Afogada
AcakEstá quase na hora de ir. Enquanto a hora não chega, sigo afogada. E a poesia que vai me escutar, na vã tentativa de me salvar.