cartão vermelho

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As vezes me pego imaginando se o amor existe, se os filmes de romance tudo-perfeito não passam de uma ilusão para pessoas estou-com-o-coração-partido-help. Se o homem ideal é o cara que te surpreende com um abraço inesperado ou o cara que sai do carro e não abre a porta para você? O amor é tão improvável quanto um dia chuvoso no verão.

Nunca acreditei no amor, talvez por ter que dormir em casas diferentes a cada quinze dias. Me lembro como era cansativo ter que viajar duas horas para chegar na casa da família Toyama, a casa que meu pai vivia com sua esposa Raquel e suas filhas gêmeas, Mabel e Melissa.

Meu pai Hisashi é japones, veio ao Brasil a trabalho e acabou ficando depois que minha mãe, Isabel, engravidou de mim. Após o divórcio meus pais tiveram minha guarda compartilhada. No inicio não foi fácil, me sentia dividida, uma caixinha de incertezas e medos, pois meu mundo acabara de desabar e minha concepçãode para-sempre-te-amarei acabou. Entendi que nada dura eternamente, nem mesmo o casal da foto que guardo em meio as minhas bagunças, ah!! E sabe de uma coisa: ter pais divorciados tem lá suas vantagens.

Aos dezoito viajei para capital do Ceará, onde estudei jornalismo na UFC, Universidade Federal do Ceará. Após terminar a faculdade fiquei por lá mesmo, não demorou muito e consegui estágio na YA EVOLUTION, maior revista de moda do Ceará, onde me tornei efetiva e continuo trabalhando.

A minha tese sobre o amor continua sendo a mesma: Não existe! Não depois que um idiota gostoso, tatuado, barbudo e ainda por cima inteligente, engraçado e gentil, me fazer crer em algo que nunca deveria ter acreditado, afinal o amor não existe! Porquê crer na sua existência? Mas tudo muda quando se é bom, nunca entendi isso e não vou gastar energia para entender - ta, só dessa vez, depois não! - a verdade é que no fundo sei que há sentimento puro, mas certamente nao é o ai-te-amo.

Em que mundo estou? Num mundo em que certamente as amoras não são tão doces quanto deveriam ser, não mais sensíveis e frágeis como antes, pessoas transitam freneticamente, se esbarram, se conhecem e terminam, fim.

Lei numero 1: Amoras são doces, como toda relação deveria ser.

- Não vai abrir o cartão? - Alice estava mais ansiosa que eu. Alice é minha amiga, na verdade a melhor delas, certamente a única nao-quero-seu-ex.

- Alex? Alex? Você ainda ta aí? - olho o cartão vermelho cautelosamente que acabara de receber, enquando Alice resmunga na ligação telefônica.

- Oi, estou aqui! Vou desligar, retornarei o quanto antes - a interrompo quando finalmente decido abrir aquele cartão cor paixão.

Olá meus amoras, deixe seu voto e opinião, isso me ajudará bastante e, claro, me incentivará a escrever os próximos capítulos. Xero!

Plágio é crime!

O amor não é amoraOnde histórias criam vida. Descubra agora