Lembrei de você! Mas qual o seu nome mesmo?

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A água do mar, antes quieta, agora estremece a cada braçada larga que nela é dada. Ele parece um peixe na água, desses velozes, que nem mesmo o anzol o fisga. Me faz lembrar de um nadador das olimpíadas. Visto daqui, até parece que ele esteve aqui, no mar, a décadas. É dado mergulhos demorados, estes que me dão agonias - vai que ele se afogue quem irá lhe salvar? Eu? Mas eu nem sei nada! A última vez que "nadei" acabei engolindo água até pelas ventas - para minha tranquilidade, depois de um minuto ele emergi.

- Você não vem não? - ele acena, me chamando para onde está.

Faço que não com a cabeça. E ele nada ao meu encontro. O que? Eu disse que não iria. Eu não o chamei.

- Não vai me dizer que está comedo, vai? - ele ergue uma das sombrancelhas e passa ligeiramente a mão sobre o cabelo, deixando cair gotas finas de água em mim.

- Não sei nadar, ok! - cruzo os bracos e faço biquinho como uma criança teimosa.

- vamos? Eu te levo! E só você me dá a mão e pronto! Tudo vai correr bem, eu fiz natação durante todo minha vida e mesmo se não tivesse tido aulas ou não soubesse nadar, não a soltava por nada - ele enfatiza e estende a mão.

- Acho bom... Acho bom... - digo já de mãos dados a dele. Ele tem uma mão áspera, com alguns vestígios de pele rala. - estou confiando em você! Não me solta!

- Só segura em mim!

Seguro em seu braço, e lá se vamos. Ele continua nadando como um ser marítimo, porém, com um pouco mais de dificuldade, pois não é nada fácil carregar uns "kilinhos"a mais.

Percebo que estamos longe do terra firme, mas a ânsia de adrenalina me cega por alguns minutos. Estou livre. Leve. Sinto o vento em meu rosto molhado e, instantemente, cócegas no mesmo, isso me faz rir. Logo, o homem a me carregar sorrir junto, sem ao menos saber o motivo do meu sorriso. Ele é louco e isso é bom!

- Sua risada é gostosa! Soa como um... Sei lá...música para meus ouvido? - ele para, certamente, esperando alguma resposta, porém me silêncio ao perceber que irá continuar- Putz que clichê cara, que clichê!

Nós rimos, e permanecemos nesse lugar, sendo apenas mais dois pontinho em meio a dimensão do mar.

Dois dias depois

- Eu não aguento mais! Definitivamente, não aguento! Já é a sétima vez que a cliente pede alteração no projeto. E sabe qual é o pior de tudo? Eu ter que aturar tudo isso porque a pricecinha é filha do João. - Alice põe as mãos na cabeça e solta o ar da respiração profunda que dara.

- Entendo... mas quem é João? - pergunta Miguel dando giros da cadeira de rodinhas.

- Miguel você não está prestando atenção?! Eu falei quem ele era agorinha mesmo!

- João é o padrinho dela, Miguel. Onde você tá com a cabeça? Em marte?- Eu o respondo antes que Alice fizesse isso, não seria nada agradável ver uma cena eu-já-te-disse-isso-porra de Alice.

Observo Alice apoiada na parede ao lado jorrando fogo-pelas-ventas, e Miguel a sua frente a ouvindo enquando, sem cessar, atravessa com a cadeira de rodinhas a sala de estar- como ele consegue deslizar de um lado para o outro em uma perfeita linha horizontal?

Estava precisando disso, vê-los. Desde que Alice começou a projetar a mansão da socialite Gabi Gonçalves sua vida virou um inferno: plantas aqui, cortes aqui, ops o CAD travou. Não nos vermos há dias, apenas trocamos mensagens um vez ou outra durante o intervalo do trabalho. Nem a falei sobre o sufista... Não quis a interromper, pois se tivesse falado um "a" sem dá continuidade, a mesma ficaria louca até eu conta-la tudo e, certamente, isso acabaria atrapalhando em seu trabalho. Já Miguel esteve em uma viagem com alguns amigos da época da faculdade, segundo ele, o Bruno não parava de perguntar por mim. Sim já ficamos! E sabe de uma coisa, não foi tão bom assim. Um beijo não é só língua! Nesse dia morri afogada, afogada em um rio-de-baba-com-gosto-de-tutti-frutti, quem, antes de ficar, devora balas de tutti frutti?

Sento na mesa de metal da casa de Miguel, dois quarteirões da praia de iracema. Sua residência é exotica, assim como ele. Suas paredes são de cimento quimado, exceto as brancas com sua coleção de contrabaixo. O mustang 1967 é exibido assim que entrara na casa. Tudo que ele gosta está contida em cada pedacinho deste lugar. Ele é autêntico até mesmo em decorar sua casa.

- Alex está calada! O que aconteceu? Teve mais uma daquelas surpresinhas? - Alice puxa um cartão qualquer de sua carteira sobre a mesa e a exibe.

- não, não... - rspondo vagamente, não dando a mínima para piadinha de Alice, que por sinal está melhor do seu ataque sou-arquiteta-e-nao-advinha

- Xiii... Alguém tem algo para falar. Vai, pode falar! Conheceu um cara "cavalheiro" ou bacaca dessa vez? - ele faz aspas com os dedos ao pronuncia cavalheiro, para ele essa minha tese não passa de um papo furado. Já que isso vem de um homem, Devo acreditar?

Como ele sabe que é sobre homens? Ele só tem duas bolas, correto? Ou tem mais uma e eu não sei? Precisamos ir ao médico, isso pode ser grave. Mas... Não é tão difícil adivinhar assim, é? No programa " fique à vontade " a apresentadora sugeriu algumas maneiras-de-saber-se-ela-está-pesando-no-cara e falta de atenção é uma delas. Eu estou aérea, em um avião imaginário, o qual o piloto é o sufista o qual não sei se nada, nem maldito nome para procurar em todas as redes sociais. O que foi? Você nunca fez isso?

Após essa pergunta, relatara o acontecimento da praia. Não preciso nem falar que Alice ficou saltitando e falando o quão lindo seria nossos filhos de cabelo cor de ouro- sim! Ele imaginou eu casada com ele! Argh.

- você deveria ter beijado ele, pelo menos não estaria com essa cara de bunda sem saberse boff beija bem- ela finalizara sua tese-roteiro-de-filme enfatizando o que eu deveria ter feito.

Por um instante, imagino como teria sido se tivesse tomado a inciativa, aliás porque eu não fiz isso? Comedo dele não me ligar no outro dia? Ou dele me achar fácil demais? Em um artigo na "revista chiclete " apontam que as mulheres temem tomar a inciativa e que os homens não valorizam esse ato vindo delas. Bem, desde que haja recíprocidade, não vejo problema a mulher ser o Dom Juan da vez, certo?

Em meio as minhas perguntas aleatórias acho a reposta: Porque não me importava se o beijo dele iria me fazer bem, pois admirar a lua adentro do mar calmo, vestindo apenas peças íntimas com um estranho-gente-boa já me era suficiente.

Enfio mais uma imensa colherada de sorvete na boca e imagino o quão gostoso poderia ter sido o beijo que a lua iria fotografia e mandar para nossos emails. Emails chamados de lembranças. Mas como eu já disse, tudo não é por acaso é nesse caso o luar já bastava.

- Bom... Você fez o certo! Viveu aquilo e pronto! Talvez se soubesse mais coisas sobre ele iria se decepcionar, sei lá, ele poderia ter herpes genital ! Ainda bem que parou no abraço de despedida, num é Alice?- ele pisca o olho para Alice que o ignora e continua a fuçar a adega de canto da casa em busca de bebidas. Ela balança a cabeça concordando com ele, e volta a procura.

Lei número 15: nada nunca é nada! E tudo sempre é mais um pouco.

Olá meus amoras, deixe seu voto e opinião, isso me ajudará bastante e, claro, me incentivará a escrever os próximos capítulos. Xero!

Este capítulo ainda passará por revisões ortográficas.

O amor não é amoraOnde histórias criam vida. Descubra agora