Capítulo 13: Surfando na onda do amor.

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Sabe aquela vontade de enroscar as mãos no pescoço de alguém, com todas as forças que há em você? Ou aquele desejo de empurrar alguém na frente de um carro que está à cem por hora? Ou aquela simples necessidade de envenenar alguém? Então, essas são apenas algumas das coisas que eu quero fazer com Mia. Tudo! Absolutamente TUDO e, se possível, ao mesmo tempo. Mas eu não penso em mata-la não, só que fazer com que ela entenda os limites dela que, sem sombras de dúvidas, ela já passou há MUITO tempo.

Ainda não consigo entender o que leva uma pessoa a fazer isso. Como ela pôde fazer isso comigo, PORQUÊ? A única explicação plausível que consigo pensar é: Mia é MALUCA! Sério, eu amo a minha amiga e sei que ela também me ama (apesar que eu estou começando a suspeitar disso), mas me colocar nessa furada me deixou irada. Jamais imaginei que Mia fosse fazer isso comigo. Chega a soar como uma brincadeira, mas os olhos de Mia estavam brilhando demais ao me dar a notícia. Infelizmente é verdade.

E é por isso que eu vou mata-la. Ou tortura-la. Ou fazer as duas coisas.

— Você está brincando, né? – indaguei, me apoiando no carro para não cair, o que era bem provável já que minhas pernas estavam moles.

— Claro que não estou brincando, Bella. Porque estaria? – ela pergunta, franzindo o cenho, como se fosse uma coisa óbvia.

— Porque... – dei uma pausa antes de continuar a falar. — Tá, realmente você não brincaria com isso, mas eu tenho esperanças que desse vez é uma brincadeira. Diz para mim que é, por favor – disse, com as mãos juntas perto da boca.

— Sinto decepciona-la, mas não é brincadeira não. Eu estou falando muito sério, Bella, seríssimo! – ela disse, realmente muito séria.

Eu vou ali morrer e já volto, tá?

— Droga, Mia!! – alterei a voz. — Como é que você faz isso sem me avisar? Tá maluca? Tá com os neurônios perfurados? Bateu com a cabeça? Tá lelé da cuca ? Você tá tomando os seus remédios pelo menos? – comecei a perguntar sem ter tempo de respirar.

— Isabella, para de falar assim! – disse Mia, séria novamente. — É só uma competição de música. Você adora cantar, não estou entendendo o seu problema – ela termina de falar, com as mãos na cintura.

As vezes eu acho que Mia precisa se tratar. Sério!

Mentira, não é as vezes, é SEMPRE!

— O meu problema é cantar na frente de pessoas desconhecidas, principalmente quando sei que sou ser julgada – retruquei. — Ah... O meu problema também está em cantar com o Adam. Não sei se você percebeu, mas nós não somos uma dupla perfeita para sair cantado musiquinhas, principalmente em competições.

— Ah, amiga, eu acho que vocês são um casal perfeito. Para de graça e começa a pensar logo nas músicas. E vê se não esquece de contar para o Adam – disse ela, como se tudo que eu acabei de falar não tivesse a mínima importância.

— E eu ainda vou ter que falar com ele? – alterei a voz de novo. — Quer saber? Eu não sou obrigada a fazer isso! – falei, baixando o tom de voz.

— Você é sim! – ela disse, calmamente. E a minha vontade de mata-la só aumentou. — Bom, o prêmio é de mil reais e, até onde eu sei, você quer muito tirar sua carteira de habilitação, então veja pelo lado bom, amiga.

Mia pensou nos mínimos detalhes. Ela sabia que dessa vez não seria tão fácil, assim como foi no dia da humilhação no karaokê, onde eu fui obrigada a cantar Brilha La Luna, dessa vez é bem pior. Bem pior MESMO! Mas tenho que admitir que a idéia não é de todo ruim. Tirar minha habilitação é uma das coisas que estão na minha lista de coisas para fazer, e Mia sabia muito bem disso. Como não trabalho, apenas faço faculdade, ela sabia que esse dinheiro poderia mudar a minha idéia, mas o que me deixa com mais raiva, é que ela me conhece o suficiente para saber que isso daria certo. Pois é, vou ter que me sacrificar mais uma vez.

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