Arthur e Mia passaram na minha casa, como de costume. Me apressei para sair de casa antes que Mia surtasse. Ainda acho incrível o jeito da Mia não suportar atrasos. Oras, ela é uma mulher e deveria entender os motivos dos meus atrasos, em vez de me dar sermões.
— Olha, chegou em ponto hoje – Mia debochou, assim que entrei no carro.
— Se ficar de graça, na próxima vez eu demoro uma hora!
Falei firme, mas Mia apenas riu.
Seguimos o caminho conversando até chegar no bar.
— Preparada pra dançar e cantar Brilha La Luna? – Mia perguntou.
— Nem morta! Eu prefiro ver o Adam entrando naquele carro de novo do que dançar Brilha La Luna com você! – repondi, enquanto me sentava à mesa.
— Nossa, magoou! – falou com voz de dengo.
Eu ri.
Arthur fez o pedido e eu, como sempre, fiz o meu pedido bem calórico, mas muito delicioso. Agradeço a Deus todos os dias por não ter tendência a engordar, pois se tivesse eu teria que parar de comer desse jeito.
Mentira, eu iria comer mesmo assim!
— Arthur, você tem falado com o Adam? – perguntei, como quem não quer nada.
— Eu?... Tenho falado sim. Ele é meu primo, então sempre mantenho contato – ele respondeu. — Porquê?
— É que hoje recebi uma carta dele.
— Que ultrapassado – Mia falou baixinho, mas não o suficiente.
Ignorei Mia e segui com meu interrogatório. Eu precisava saber mais sobre a carta.
— Ele comentou alguma coisa?
— Hã... Não lembro muito bem – Arthur respondeu muito estranho.
— Como assim você não lembra? A carta chegou hoje, então ele deve ter comentado sobre ela esses dias – me aprofundei no assunto.
— Bella, a gente conversa sobre muitas coisas, eu não vou me lembrar de tudo – defendeu-se.
— Mas eu não quero que você lembre de tudo, eu só quero que lembre da bendita carta, caramba – disse, sem paciência.
— Ei! Fica calma, mocinha! – Mia interveio. — Vamos cantar um pouco para acalmar os ânimos.
— Não me venha com Brilha La Luna de novo, Mia! Isso não acalma os ânimos de ninguém. Quer dizer, só o seu. Mas você é um ser que ainda tem que ser estudado.
— Muito engraçadinha você – ela disse, enquanto se levantava.
— Olha, eu sei que cantar te acalma, então vai lá e solta a voz. O que custa? — ela me olha exatamente daquele jeito convincente.
— Custa a minha vergonha na cara – retruquei.
É isso, eu estou blindada aos olhares convincentes de Mia.
— Deixa de ser velha, Bella. Você veio aqui pra se divertir, mas você não quer fazer nada – ela bate com as mãos na perna, emburrada.
— Comer não conta, amor? – Arthur perguntou.
Mia revirou os olhos.
— Não, comer não conta!
— Eu tentei te ajudar, Bella – ele disse, com um sorrisinho no rosto.
— Mia, você fica insuportável quando quer convencer alguém a fazer alguma coisa – disse. Olhei para Arthur e ele estava balançando a cabeça de leve, concordando comigo. Eu ri e senti pena dele ao mesmo tempo. — Se eu cantar uma música você para de me perturbar?
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Simplesmente Acontece
SpiritualAquele deveria ser apenas mais um período de férias comum, como todos os anos. Isabella se progamara para passar esse tempo na companhia do casal de amigos, Arthur e Mia, como de costume - embora sempre tenha achado a ideia de segurar vela uma droga...