Mia tentou me convencer de que dar uma chance a mim mesma para um novo amor é valido, porém, tenho medo de como isso possa terminar. Há cinco anos atrás eu vivi o pior momento da minha vida. Estava em um relacionamento abusivo, completamente errado e fora do tempo de Deus. Marcus, o meu ex-namorado, era um homem totalmente ciumento, grosso, autoritário e egoísta. Características que não se encaixam nenhum pouco no sentimento mais lindo, o amor. Sofri por um ano nas mãos do Marcus, me submetendo a coisas que iam contra a minha própria vontade, caráter e pensamentos. Eu aceitava as suas exigências, que eram sempre carregadas de ciúmes e muito egoísmo.
Ele dizia: "amor, não coloca essa roupa porque vai chamar muita atenção dos caras", "você não vai sair com seus amigos porque vai ficar em casa comigo", "não quero ver você conversando com esse cara. Não me importa se ele é o seu amigo", "já te disse que os sábados são nossos, não me importa se você tem que estudar. Porque não faz isso no domingo?", "se continuar teimando, eu vou te largar e mesmo que você implore não terá volta". Poderia ficar aqui listando todas as coisas que ele falava, obrigava e mandava fazer, mas a lista é longa. BEM longa.Durante um ano eu não respirei, não olhei, não falei e não ouvi. Durante um ano eu não vivi, apenas vegetei enquanto um ser abusivo vivia a minha vida, diante dos meus olhos e eu não fiz nada, só o obedecia como um cachorrinho que é totalmente fiel ao seu dono. E eu chorava, sofria todas as vezes que ele me privava de viver como uma pessoa normal, mas a dor que sentia ao ouvi-lo dizer que me largaria era pior, parecia que eu ia morrer. Ele literalmente estava vivendo a minha vida e se ele saísse dela, eu tinha a impressão de que a minha vida acabaria. Assim como um paciente em coma que precisa de maquinas para poder sobreviver, eu precisava de Marcus para viver. Era um sentimento diabólico e doentio.
Quando Deus abriu os meus olhos, eu pude ver o quanto tinha perdido. Deus me libertou, trazendo paz e alívio ao meu coração, o que eu não sentia desde o dia que conheci Marcus. Confesso que sofri no início, foi muito difícil viver a minha vida novamente, mas Deus me deu pais e amigos maravilhosos, que me ajudaram muito nesse meu processo. Hoje em dia eu estou muito bem, mas prefiro esperar em Deus. Marcus foi fruto da minha pressa, consequência da minha desobediência, e é por isso que o desejo de esperar em Deus só aumenta. Tenho muito medo de sofrer outra vez, me ferir, me machucar novamente, mas creio que Deus tem o melhor para mim, então vou esperar o Seu tempo.
Eu já sabia que aquelas férias não seria uma das melhores. Arrisco até dizer que será a pior. Não gosto nem de imaginar como é o primo do Arthur, mas olhando o namorado da minha querida amiga, já posso deduzir que não vou gostar nem um pouquinho.
Uma das coisas que Mia e eu não temos em comum é o tipo de homens que nos atraem. A prova disso é Arthur que, até que é um cara legal e bonito, mas não faz o meu tipo de forma nenhuma. Sei que não posso julgar o indivíduo, que ainda não sei o nome, só pelo tipo físico do seu primo, mas... É família, né?! Imagino que eles sejam parecidos na aparência, ou pior, no jeito chato de ser.
MEDO dessas férias, sério!
Mia havia me chamado para ir com ela e Arthur buscar o ... Droga, ainda não sei o nome de indivíduo... Mas enfim, ir buscar o primo do Arthur no aeroporto. Já tinha recusado antes e voltei a recusar de novo, é claro. Quanto mais tempo tiver para me preparar psicologicamente, melhor!
Fiquei em casa organizando a minha vida, sabendo que a minha paz não duraria por muito tempo. O que vai durar muito tempo mesmo será essas férias. Há dez minutos atrás Mia me pediu, quase obrigou a sair com ela, Arthur e o indivíduo sem nome.
Ah, vocês sabem de quem estou falando...
Quando anoiteceu Mia me mandou uma mensagem.
"Espero que já esteja saindo de casa. Já estamos aqui no lugar de sempre."
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Simplesmente Acontece
SpiritualAquele deveria ser apenas mais um período de férias comum, como todos os anos. Isabella se progamara para passar esse tempo na companhia do casal de amigos, Arthur e Mia, como de costume - embora sempre tenha achado a ideia de segurar vela uma droga...