Capitulo 2

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Mesmo na matança, observe as re- gras de conveniência'.
- Confucius

Melody
— Sra. Giovanni, estaremos pousando em meia hora, — comissário de bordo gaguejou.
Balançando a cabeça, eu simples- mente levantei o meu copo, mas o idiota es- tava tão assustado que ele não podia nem
despejar o vinho direito. Apertei os olhos para as manchas vermelhas no meu novo casaco Armani branco antes de olhar para
ele. Peguei a garrafa de suas malditas mãos. — Eu sinto m

— Não diga isso, — eu disse em um as-
sobio baixo. — Você não está nem perto de sentir muito ainda.
Seus olhos se arregalaram antes de to- mar um passo para trás e apoiar diretamente em Fedel, que já tinha uma arma apontada para a parte de trás de seu crânio.
— Tudo o que realmente precisamos é do piloto, senhora, — disse Fedel simplesmente.
Tirando o meu casaco, eu olhei para o
idiota na mira da nove milímetros. Ele era jovem, apenas alguns anos mais velho do que
eu. O que faria ele aceitar o trabalho como um mordomo no meu jato? Uma pergunta
melhor seria, quem o liberou para ser um mordomo na porra do meu jato? Coisas faladas aqui eram mais sensíveis que as malditas fitas de Watergate3.
— Fedel, como é que esse idiota chegou ao meu avião? —perguntei, apenas levemente interessada quando Monte me en- tregou outro arquivo.
— A irmã dele acumulou uma grande
dívida. Eu acredito que ele está tentando pagar isso, — disse ele, esperando que eu
desse o seu aval. Ele ficava tão feliz com o gatilho algumas vezes.
— É por isso que você está aqui? Sua irmã é uma prostituta drogada?
Ele franziu a testa, engolindo o nó na
garganta antes de falar novamente. — Metanfetamina.

É muito cedo para sangue. Eu bal- ancei a cabeça para Fedel. Ele ficou de mau
humor por um momento, mas fez o que lhe foi dito e baixou a glock4.
— Se você quer pagar a dívida de sua irmã, seria mais sensato que você ficasse vivo e não derramasse meu Romanée-Conti, ou arruinar jaquetas de novecentos dólares, — eu disse a ele antes de voltar para o arquivo na minha frente.
— Sim, S-Senhorita G-Giovanni. Isso n-nunca mais vai acontecer de novo. — sua
voz soava como um cão morrendo. Eu quase
tive pena de sua irmã. Ele era tudo o que tinha vindo em seu auxílio?
— Se considere abençoado Nelson Reed, 997-00-4279, 1705 Blue Ridge Road, — disse Fedel, se certificando que o idiota estivesse ciente de que não só sabíamos o nome dele, mas o seu número de seguro so-
cial e endereço.Só porque nós não o matamos hoje não significa que não po- demos destruir a sua vida amanhã.
Fedel suspirou antes de se sentar na
minha frente. — Era um bom casaco. Você deveria ter me deixado matá-lo.
— Meu pai não ficou satisfeito com as manchas de sangue que eu deixei no último jato. — eu sorri, levantando a foto do meu fu- turo marido.
Marido. Eu me encolhi com a palavra. Eu não negaria que ele era atraente -
altamente atraente, na verdade. Mas eu pre- cisaria de muito mais do que olhos verdes, cabelo castanho, sexo bom e um sorriso encantador. Ele não era muito muscular
também, mas ele parecia rápido e forte.
— Seu nome completo é Liam Alec
Callahan, vinte e sete anos de idade. Ele se formou no colegial, aos quinze anos, Dart- mouth aos vinte, — disse Fedel, triando at- ravés das fotos.
— Me deixe adivinhar, no topo de sua classe? — acrescentei, esperando que ele derramasse mais vinho em meu copo.
Fedel fez isso antes de concordar. — Mas, é claro, nada menos que a perfeição
para o vira-lata irlandês. Isso não se aplica apenas às escolas, mas também aos seus el- egantes ternos de meio milhão de dólares, carros de luxo, férias, festas e prostitutas.

Isso chamou a minha atenção.

— Ele usa prostitutas de alto escalão? — isso não deveria me surpreender muito, todos os homens tinham os seus brinque-
dos. Eu teria que colocar um fim nisso quando nos casássemos, mas eu enten-
dia. Os contratos de casamento que nossos pais assinaram há quinze anos declararam que nenhum dos lados iria tolerar infidelid-
ade. Isso tinha menos a ver com o romance e mais a ver com o raciocínio estratégi-
co. Prostitutas e amantes quase sempre
levavam à queda de um império. O momento em que você se torna confortável com o outro, segredos são derramados, e a inform-
ação é roubada na calada da noite. Era apen- as mais fácil fazer sem isso.
— Nada que nós poderíamos encon-
trar. Em vez disso, ele só compra muito, coisas brilhantes como pulseiras de diamantes, bolsas caras, ou sapatos de mil dólares. Todas as mulheres gostam de seus sapatos, — disse ele ironicamente, desliz- ando sobre as fotos de todas as mulheres que
tinham estado com Liam. Era uma lista
grande. Pelo menos ele seria um amante ex- periente, mas isso não significa necessaria- mente que ele era bom na cama.
— Ele está limpo? — se ele não est- ivesse, poderíamos comprar o medicamento
que fosse necessário. Noventa por cento de tudo lá fora tem uma cura... Com um cartão de débito certo.
— Como um maldito apito, — disse
Fedel, quase decepcionado. — De seus regis- tros de saúde atuais, ele é mais saudável do
que um cavalo de corrida, o que é sur- preendente com quantidade de conhaque
que ele bebe. Sua bebida da escolha - Camus Cuvee. Ele tem um maldito copo ou até mesmo uma garrafa, até os lábios em cada
foto. Ele não é deprimido ou um alcoólatra, não é?
— Apenas irlandês. — eu adi-
cionei. Eles poderiam beber todos os dias, desde o anoitecer até o amanhecer, e ainda andariam em linha reta.
— Exatamente. Pelo que tenho recol- hido, ele é o cérebro e também é altamente qualificado em combate corpo-a-corpo, o
boxe é um passatempo dele. Parece que o querido papai passou a maior parte de seu tempo forjando ele para tomar o seu lugar.
— Ele não tem um irmão mais velho?
— Sim, ele tem. Conheça Neal Aiden
Callahan, trinta e um anos de idade. Casado com Malibu Barbie, também conhecida como Olivia Ann Colemen, vinte e nove anos de idade, há três anos. — ele levantou uma foto
do casal feliz. Neal era todo músculo com ca- belo e olhos castanhos cor de avelã, en- quanto sua esposa parecia uma boneca Bar-
bie em tamanho natural. Em seu pulso es- tava uma pequena tatuagem de um nó celta na forma de uma árvore de carvalho.
— Nó celta. — eu disse a ele olhando sobre as linhas.
A sobrancelha de Fedel se elevou. — Um o quê?
Eu nunca repito, mas expliquei: —
Isso significa fortaleza interna; se manter forte, independentemente das circunstâncias
ao seu redor. Parece que Barbie não é muito apreciadora do mundo em que ela vive.
— Bem, ela certamente gosta do din- heiro que lhe traz. Ela não pode morder as mãos que lhe dão esses agradáveis Jimmy Choo5.
Deixando cair à foto, eu esperei que ele fosse em frente.
— Quanto a seu marido, Neal é tam- bém um graduado orgulhoso de Dartmouth, com a pele e dentes nos conformes, — acres-
centou Fedel. — E também é um atirador de
elite de classe mundial. Quando ele não está matando as pessoas há centenas de jardas de distância, ele está jogando baseball... Muito.
— Então, o irmão é um idiota. O nome de solteira de Olivia é Colemen? — eu repeti, me concentrando de volta em sua esposa
quando eu tomei outro gole. — Como em Senador Daniel Colemen?
Fedel acenou com a cabeça, levant- ando uma foto do homem em questão. — Sim, o senador Daniel Colemen, um conser- vador de direita pressionado por um governo
menor, e eu me pergunto por quê? Sua mãe é uma blogueira de esquerda liberal ativa,
que é por isso que eles são divorciados e a ex Sra. Colemen está agora ajudando as cri- anças carentes da África como chefe da Cal-
lahan's Global Youth Charity. Ambos sabem sobre a nova família de sua filha e aprovam.
Eu sorri para isso. — Isso é uma in- stituição de caridade de verdade?
— Infelizmente, sim. Quando eles não estão roubando carros para o mercado negro, organização vários assassinatos de aluguel, ou vendendo heroína, crack e metanfetamina para Suzy do gueto, eles es- tão frequentando balés e bailes de caridade para melhorar sua comunidade. — ele bal- ançou a cabeça.
— E quanto a este? — eu perguntei, apontando para o homem ao lado de
Liam. Ele tinha os mesmos olhos verdes como os de Liam, no entanto, o cabelo do homem era mais longo e um leve tom de
marrom. Imaginei que a mulher americana afrodescendente ao lado dele tinha que ser sua esposa.
— Ah, Declan Alvin Callahan -
— Por que diabos eles tem todos os seus nomes do meio começando com um A? — perguntei.
Fedel olhou em volta para ver se ele tinha a resposta em algum lugar em seus
papéis. Eu não precisava saber, mas observando-o se contorcer foi diver-
tido. Primeira geração italiana, como eu, somos muito parecidos - o mesmo tom de pele verde-oliva, de cabelo escuro como breu, e olhos castanhos. Ele era a minha mão direita, e, em alguns aspectos, isso o fez mais
perto de mim do que um irmão. No entanto, eu não queria que ele ficasse muito con-
fortável. Não importa o quão ridículo a minha pergunta era, ou quão inútil parecia, seu trabalho era responder a minha pergunta ou morrer tentando.
— Parece ser uma tradição iniciada nos anos quarenta, após os primeiros Calla- hans virem da Irlanda, — disse ele, por
fim. Balançando a cabeça e eu esperei que ele continuasse.
— Declan Alvin Callahan, vinte e nove anos de idade, casado com Coraline Wilson,
vinte e cinco anos de idade. Ele é o filho do irmão mais velho de Sedric, que foi criado pelos Valero há vinte anos, e morto pela polí-
cia de Chicago no fogo cruzado. Desde então, Sedric levantou Declan quase como
dele. Coraline, a esposa, é a filha de Adam Wilson, proprietário de um grande
branco. Pelo que podemos dizer, Declan foi quem cortou o sistema esta manhã e roubaram vinte e sete milhões dos russos há
alguns anos atrás. A maioria deles ainda não
sabe que ele fez isso. Aqueles que sabiam, fo- ram mortos, provavelmente por Neal.
Que família adorável.
— Coraline. Eu vi o rosto dela antes, — eu disse, olhando para a foto da esposa de Declan Callahan.
— Talvez seja porque se Robin Hood e Madre Teresa tivessem uma filha seria ela.
Eu tentei não sorrir. — Explique.
Ele espalhou fotos sobre a mesa. Em cada um Coraline esteve ou alimentando um sem-teto, doando sangue, reconstrução de
casas, e assim por diante.
— Ela passa mais tempo dando toda a sua merda do que qualquer um na
família. Só no ano passado ela passou quase nove milhões em instituições de caridade e realizou mais de duas mil horas de serviço
comunitário. É como se ela fosse-
— Culpada, — eu disse. Dar era nor-
mal. Dar para fazer você parecer como uma pessoa melhor era normal, mas isso era muito além disso.
Isso pode ser um problema. Ambas as mulheres adoram o estilo de vida e odeiam a vida... Apenas ótimo.

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