Capítulo 15

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'Se não há luta, não há progresso'.

- Frederick Douglass



CORALINE

Eu o vi pelo espelho enquanto nós dois nos preparávamos para aigreja. Como sempre, Declan estava calmo, recolhido e profundamenteem pensamentos enquanto ele mudava para as roupas que eu escolhipara ele. Ele parecia estar no piloto automático. Sinceramente, eu achoque ele tinha estado no piloto automático por um longo tempo.— Eu amo você, Declan. — eu sorri para ele, o fazendo parar eolhar para mim de forma estranha.Ele se aproximou e beijou meu rosto. — Eu também.No lado de fora eu mantive um sorriso estampado em meu rosto,mesmo sentindo vontade de gritar. Ele não disse isso de volta. Elecostumava dizer: — Eu te amo mais. — mas isso parecia anosatrás. Parte da culpa era minha - meu jeito. No entanto, ele era oculpado também. Ele parou de falar comigo. Ele parou de me fazer partede sua vida. Eu só ficava de lado agora, esperando sempre que eleestivesse bêbado o suficiente para querer ter relações sexuais.Eu escovei meus cabelos e olhei para mim, tomando umarespiração profunda antes de me levantar.— Você está pronta? — ele perguntou, tentando amarrar o nó dagravata. Mesmo com meus saltos, eu tinha que ficar na ponta dos péspara ajudá-lo.— Sim. — eu sorri para ele novamente. Eu sempre sorria para ele.~ 169 ~Balançando a cabeça, ele pegou minha mão e me levou parafora. A cada momento que se passava, se tornava cada vez mais clarodo que eu precisava, e era da ajuda de Mel.DECLANEu estava indo para o inferno. No momento que eu vi Melody sair,eu sabia que estava indo para o inferno. Eu estava cometendo tantospecados de uma vez, e em um domingo nada menos. Um, eu cobicei amulher do meu primo. Dois, eu estava com ciúmes do tipo de relaçãoque eles tinham. E três, minha doce esposa estava de pé ao meu lado otempo todo, sem saber.Eu me importava com Coraline profundamente. Olhando para ela,eu não podia deixar de me sentir como um completo idiota. Ela era tãoleal e bonita. No entanto, ela não era a mesma Coraline cheia de vidaque eu me lembrava. Ela era tão forte quando eu a conheci, ela ria tantoque ela chorava. Agora... Agora eu não sabia o que tinha acontecido,porra. Talvez ela estivesse com medo de mim. Talvez ela tivesse vistomuitas camisas sangrentas. De qualquer maneira, ela deixou de serminha Coraline há muito tempo. Agora eu olhava para Melody,desejando a Deus que eu pudesse ter uma noite, e isso me fez me odiar.Liam estava apenas começando a entender o quão sortudo eleera. Melody era apaixonada. Ela gostava do trabalho. Ela queria estarmais envolvida no trabalho. Liam não entendia. Toda vez que Neal e eutentávamos confessar à Coraline ou Olivia nossos pecados, elasolhavam para nós como se fôssemos monstros.Nós erámos monstros. Sabíamos disso. Mas as nossas esposas nãodeviam pensar em nós dessa forma. Melody era o oposto. Durante ocasamento, ela tinha felicitado Neal por passar no seu teste.Ela o viu colocar uma bala na cabeça de um filho da puta russode um helicóptero e ela veio dizer bom trabalho.— Declan?~ 170 ~Sorrindo, eu peguei a mão de Coraline, andando até a porta docarro antes de abrir para ela. Ela olhou para mim estranhamente, maseu beijei seu rosto. Ela sorriu de volta, como sempre tomando osmesmos lugares. Ela segurou minha mão quando eu olhei para fora dajanela.Eu não ia trair Coraline. Eu nunca iria trair Coraline...Fisicamente. Na minha mente, eu já tinha. Esta manhã no chuveiroenquanto eu me acariciava, eu tinha feito isso. Tudo o que eu pensavaera Melody molhada-— Declan! — Coraline riu, olhando para a ereção na minha calça.— Merda. — eu tentei me ajustar.Ela me parou e começou a me descompactar, mas eu agarrei seupulso.— Você não-— Eu quero, — disse ela, me puxando para fora da minhacalça. Eu empurrei suas mãos.— Coraline -— Shh, baby, — ela sussurrou antes de me tomar em sua boca.Instintivamente, minha cabeça foi para trás, e eu ouvi o motoristamudar a música para algo mais alto. Eu confiava em Sal. Ele nãoousaria falar uma palavra.Eu tremi quando sua língua me lambeu. Na minha mente -porque eu era um filho da puta - tudo o que eu podia ver era Melody. Naminha mente, era Melody beijando meu pau, e isso me fez querer fodersua boca. O momento que Coraline... Melody me levou em sua boca euagarrei sua cabeça. Ela chupou mais e mais rápido enquanto euempurrava meu pau em sua boca. Seus belos olhos castanhos olharampara cima me vendo revestido em luxúria. Eu fodi a boca dela, gemendoloucamente até que eu gozei profundamente na parte de trás da suagarganta.Quando Melody me liberou, eu sorri como um idiota, apreciandocomo ela parecia quando ela me lambeu.— Melhor? —a voz de Coraline perguntou, me fazendo a verclaramente outra vez.~ 171 ~Eu estava indo para o inferno. Droga.— Obrigado, querida. — eu beijei a testa dela enquanto eucolocava meu pau de volta na minha calça. Que porra havia de erradocomigo?Melody não era minha esposa. Coraline era minha esposa, eCoraline era ótima. Porra, eu estava indo para o inferno.Tomando a mão de Coraline, eu tentei não pensar. Eu tenteirealmente não pensar nela. Eu iria descobrir alguma coisa para fazer eue Coraline melhorarmos, porque ela merecia coisa melhor do queisso. Eu, como seu marido, lhe devia melhor do que isto. Queria sermelhor do que isso.Eu peguei a mão dela e a beijei.— Pronta? — eu perguntei a ela. Ela assentiu com a cabeça,saindo do carro.Eu seria melhor... Para ela.

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