Ruína

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-Você consegue me ouvir? - praticamente pulo para o banco da frente - Dirige mais rápido.

-Calma, James - Tobe me empurra fazendo com que volte a me sentar no banco de trás - Estamos acima da velocidade permitida, acalme-se.

-Acalmar? - gargalho alto - Vou me acalmar só quando chegar lá.

Ninguém ousou falar nada, ninguém estava entendendo meu desespero em chegar o mais rápido possível na casa do Dom Joane. Sim, o cara tinha DOM no nome.

Assim que avistei as grades altas do portão quis pular do carro; minhas mãos suavam enquanto segurava a arma com toda força que tinha. Passamos pela entrada sem grandes dificuldades, apesar de não ter marcado hora, eu era o James, Dom Joane não teria coragem de recusar uma visita minha.

Paramos em frente a grande casa e, agora sim, pulei do carro rapidamente sem dar margens para qualquer conversa ou oposição as minhas atitudes. Assim que adentrei  o vi descer apenas com uma calça e o cabelo bastante bagunçado.

-Se veio devolver parte do meu dinheiro já estava sem hora - diz enquanto estende a mão para me cumprimentar - Nunca vi uma mulher tão arisca como essa.

Engulo o nó que forma ao imaginar qualquer situação em que os dois estejam pelados e juntos. A simples hipótese que passa em minha cabeça me faz ter vontade de estourar seus miolos.

-O que quer dizer com isso? - pergunto segurando sua mão firmemente.

-Vamos nos sentar - aponta para o sofá - Não precisava trazer tantos homens para um conversa informal.

Olho para fora vendo os três carros que me acompanham, não poderia vir sem estar totalmente preparado.

-Gosto de andar prevenido - tento o enganar enquanto sento no sofá - Já deve saber que estou sendo procurado pela polícia.

-Quem não sabe - mexe um sino me olhando - Compreendo que queira se proteger, mas peço que eles permaneçam lá fora.

- Com certeza - sorrio enquanto observo uma criada aparecer segurando uma bandeja com café e alguns biscoitos, ela sorri enquanto o serve e depois faz o mesmo comigo -Parece que ela gosta de você .

-Sou bom com minhas servas, elas sabem me recompensar - meu estômago embrulha ao pensar em Fernanda sorrindo para ele - O que veio fazer aqui? Posso apostar que não é saudade.

-Vim saber da sua nova compra...

-Estou um pouco decepcionado - deixa a xícara na mesa - Pensei que você a tivesse treinado melhor.

-O que quer dizer? - boto minha xícara na mesa também o encarando.

-Tentei fazê-la chupar meu pau, mas seu dentes acabaram cortando minha carne - sorrio internamente imaginando a cena - Não sei se é inexperiente, mas pelo modo que aconteceu pareceu querer mesmo aquilo.

-Ela é um pouco arisca; tentou mais alguma coisa?

-Claro que não, subi imediatamente para tratar dos primeiro socorros, saiu sangue - faz cara de nojo - Estava indo me encontrar quando ela quando você chegou.

Alívio... Sinto meus ombros mais leves como se um peso tivesse saído das minhas costas. Olho para a escada imaginando a hora de vê-la descer, quero sair daqui o mais rápido possível.

-Sendo assim, eu a quero novamente - o olho friamente enquanto observo sua cara de surpresa - Ainda não a teve, pode voltar a ser minha.

-A quer novamente? - sorri cruzando as pernas - Acho que não poderá acontecer.

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