Capítulo IV: A missa

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A escola era bem grande e tinha centenas de alunas, mas a menoria ficava ficava lá como internas. Apenas cinquenta garotas viviam lá, mas apenas vinte iriam a missa porque as outras trinta, passavam os finais de semana com seus responsáveis. Apenas as meninas que passavam finais de semana lá eram obrigadas a irem à missa regularmente.
Fomos organizadas em filas e vi Sarah de longe. Dei um tchauzinho e ela correspondeu. Jade estava logo atrás de mim na fila e me cutucou. Ariana estava na mesma fila que a minha irmã, ela olhava para o alto de uma árvore e sorria. Ela não "regula" muito bem... sorri depois desse meu pensamento...
-Espero que estejam prontas, quero que se comportem! Estaremos numa igreja e exijo silêncio e respeito.
Agora subam no ônibus!
Todas nós subimos e Jade se sentou ao meu lado e começou a falar
- Olha, a igreja é um pouco longe daqui. Não sei porque, mas eu acho que seremos boas amigas. Então vou te contar minha história.
Meus pais eram muito ricos, na verdade meu pai era muito rico. Meu pai sofreu um infarto e não resistiu. Algum tempo depois, a Polícia apareceu na nossa casa e descobriu que o infarto do papai foi provocado e que no exame de sangue que fizeram no corpo, encontraram uma substância que provoca o infarto. Ele tomava essa substância aos poucos. Eles encontraram escondido no quarto da mamãe no meio das coisas dela. Eles a levaram presa e meu irmão e eu fomos morar com meu padrinho. Ele é viúvo e advogado de uma petroquimica nos Estados Unidos e as vezes precisa viajar pra poder resolver alguns problemas da empresa. Por isso estamos aqui. Na verdade preferimos assim. Ele. Também não gostava de nos deixar a maior parte do tempo sozinhos em casa. Meu padrinho sempre vem nos buscar nas férias.
-Mas Jade, alguém poderia ter posto lá pra incriminar sua mãe.
-Bem que queríamos que fosse assim. A pessoa que vendeu a substância para ela, confirmou tudo. E no julgamento ela confessou o crime e que fez por causa de dinheiro. Agora ela não tem direito em mais nada. E já até saiu da cadeia. Não sabemos dela e nem queremos saber. Ela matou nosso pai!
-Nossa, que triste. Também perdemos nossa mãe em uma acidente. Ela estava com o papai e uma amiga. Eles bebiam champanhe e ela foi até a cozinha e escorregou batendo a cabeça no chão e se cortou com um dos cacos. Ela perdeu muito sangue e não resistiu. Mas nada tira da minha cabeça que aquilo foi provocado. Até porque amiga que estava com ela naquele dia hoje é nossa madrasta.
-Muita coincidência mesmo!
-Nossa mãe saiu da cadeia tem uns 6 anos eu acho. Mas nunca mais ela ligou pra tentar falar com a gente. Ela até insistiu por bastante tempo. Agora não sabemos dela.
A propósito, nossos irmãos devem estar lá na missa e daremos um jeito de nos vermos. Fique perto de mim
Ela cochicho a ultima frase. O ônibus já havia parado e a madre superiora já estava de pé e fizemos o mesmo nos organizando em fila e descemos do ônibus em direção a enorme igreja. Quando a madre e as outras duas freiras se distrairam Jade me puxou para o lado e nem se quer entramos na igreja.
- Você ficou maluca?!
Se uma das freiras ou a madre pegar a gente aqui fora estaremos fritas!
-Oi meninas!
Disse Ariana toda saltitante e sorridente.
- Ai que susto, Ariana! Por favor não me faça ter um treco.
-Desculpe, não queria te assustar. Sarah também veio comigo. Ela apontava pra Sarah que também sorria.
Nós nos abraçamos e Jade tirou um celular que estava escondido na cintura da saia.
Ela conversou com alguém e disse onde estávamos e quando desligou me puxou pela mão outra vez e disse:
-Anda, vamos logo! Não podemos demorar muito ou vão desconfiar.
Fomos em direção a uma escadaria. Subimos e Curt estava lá e um rapaz moreno e musculoso e lindo o acompanhava.
Ele sorriu com seus dentes perfeitos e disse segurando minha mão para beijar:
-Olá, me chamo Taylor!
E beijou minha mão.
- Oi eu sou a... eu...
-Allisson, ela se chama Allison!
Esse galanteador é meu irmão.
-É... é... Curt, você está aqui também que bom! Que saudade!
-Me dê um abraço maninha! Ei, jóia rara vem aqui você também!
Nós três nos abraçamos.
No próximo final de semana iremos nos encontrar e curtir a noite de Madrid. Meu amigo aqui e sua irmã conhecem a cidade muito bem e vamos curtir sem ninguém saber é claro. Agora temos que descer e entrar na igreja eles já devem ter dado falta de nós. Antes de irmos apresentei a Jade e a Ariana para meu irmão. Um garoto lindo subiu a escada e chamou os dois.
-Ei, esse é o Evan. Ele olhou para Ariana de um jeito que ela ficou sem graça. Quase ouvimos os "sininhos do amor" tocando depois desse olhar. Ele ficou paralisado na escada. Um quarto garoto subiu e exclamou. Ei seus idiotas as Freiras estão nos procurando, a missa já começou!
Curt deu um tapa de leve no pescoço do Evan que voltou a andar descendo as escadas correndo. Eles foram por um lado e nós fomos para o outro e quase demos de cara com uma das freiras da nossa escola quando Ariana puxou a minha irmã correndo e entrou numa porta que dava para dentro da igreja. Jade também me puxou para o banheiro e como fizemos barulho ao correr a freira veio atrás de nós e Jade me empurrou para um dos boxes. A freira entrou e Jade dizia.
-Amiga, você está bem?!
-O que houve senhorita Gardell?
-Irmã Luzia! Que bom que está aqui. Minha amiga, a senhorita Blaker estava se sentindo mal ela está com dor de barriga e viemos correndo para o banheiro ela não conhecia a igreja. Por isso eu a trouxe.
Será que tem algum remedinho pra ela tadinha?! Estava suando frio!
Ela pronunciou a última frase com um leve tom de deboche.
A freira abriu a bolsa e deu um remédio horrível para mim.
Ela nos acompanhou até a igreja, nos sentamos e eu ainda tinha que fazer cara de quem estava se sentindo mal.
-Para de de rir Jade! Você me paga por essa! Aquele remédio... Era... Horrível!
Eu falei sussurrando pra ela e franzino minha testa com raiva.
Parecia que a hora não passava e eu acabei conchilando até o final da missa. Retornamos à escola e conheci mais algumas garotas todas chatas, esnobes e metidas...

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