Rafael - O Ultimo Nefelim - Volume I

Triangulo - Capitulo VII

Continuamos andando no carro por meio daquela via expressa que eu não sabia onde ia parar. Sabia somente que já estávamos bem longe do colorado, e eu somente queria saber como estava minha avó, porque até o exato momento não tinha recebido nenhuma ligação no celular, ela deveria estar louca. Ou talvez não, devido ao fato dela talvez souber de tudo, com quem e para onde eu estivesse indo, mesmo sem eu mesmo saber para onde estava indo.

— Ela vai ficar bem, agora ela está fora de perigo. – Falou o Gê de uma hora para outra.

— Você consegue ler pensamentos? – Perguntei.

— Quase isso. – Respondeu ele.

Foi então que fiz um teste com ele e o imaginei num quarto, somente eu e ele, tirando a roupa um do outro e então...

— No próximo posto deve ter um hotel, a gente faz isso lá. – Falou ele.

— Quem falou que estou querendo transar com você de novo, em menos de 12 horas? – Perguntei para ele.

— Seus pensamentos. – Respondeu ele.

— Foi só um teste.

— Então quer dizer que você não quer? - ele perguntou.

Eu não ia responder que não queria, porque, por mais que a noite passada foi a minha primeira vez e ainda estava meio desconfortável devido as dores que sentir. Eu faria de novo e de novo com ele, porque ele era um deus grego. Talvez ele não entendesse essa expressão, mas eu o achava isso.

— Nós iremos até onde? – Perguntei para ele.

— Ainda não sei. Estou tentando rastrear um lugar que seja seguro por enquanto. Seu ápice está cada vez mais perto. – Respondeu ele.

— O engraçado é que eles não entendem que nunca desejei isso. – Falei para ele.

— Você vai ter que entender uma coisa. Você é o futuro rei de Nibiru, a oposição não quer saber se você quer ou não quer assumir o seu trono, o que eles querem e te eliminar e continuar com o governo anárquico que governa o nosso mundo.

— Então digamos que devido a tudo isso, o seu planeta, quer dizer, nunca vou me acostumar com isso, mas, o nosso planeta está uma completa desordem? – Perguntei para ele.

— Exatamente. Depois que perceberam que a profecia do último nefelim era verdadeira, o ultimo governo foi destronado por não pertencer a ele o trono, então está tudo um completo coas, por isso que preciso te proteger até a sua ascensão.

— Mas e se eu não quiser entrar para esse mundo, não quiser ser o governador desse mundo? E se eu quiser permanecer nesse, que de fato é minha verdadeira casa? Vivi 15 anos de minha vida aqui, porque eu iria querer sair daqui? – Perguntei para ele – Só não me venha com esse papo de um mundo só meus, de riquezas sem fim, por que isso não me importa sendo que não estarei verdadeiramente feliz.

— É de se admirar essa sua humildade. – Respondeu ele – Mas você pode intitular alguém para governar enquanto você ser vivo, aí depois será feita uma escolha entre todos, para assim puder haver um governador, isso se você não tiver descendentes que possam assumir seu lugar.

— Ou seja, filhos? – Perguntei.

— Sim. Filhos. Porem eles têm que estar a par de tudo desde que nascerem, quem você é e de onde você veio. – Respondeu ele.

— Eu quero filhos, mas minha situação atual não me deixará ter, não tenho útero, então o último recurso seria adoção.

— O meios da paternidade não é levado em conta, seria seu filho do mesmo jeito... então...

Ele iria falando algo mais quando de repente sentir ele pisar com tudo no freio. Eu não sabia o que estava acontecendo, porque enquanto conversava com ele eu estava o olhando e não olhando para a estrada a nossa frente. A estrada ainda chovia e os faróis estavam diretamente para um garoto. Ele era loiro, olhos escuros e estava com o corpo ensanguentado. Foi que então eu e o Gê saímos do carro.

— Você está bem? – Perguntei para ele.

— Você se chama Rafael? – Perguntou ele.

Eu confesso que fiquei assustado em ver um garoto coberto de sangue perguntando se meu nome era Rafael sendo que eu me chamava Rafael, o que constatei que ele me conhecia ou tinha que saber quem eu era para que eu fosse a próxima vítima dele.

Com seu instinto protetor o Gê se colocou na minha frente, entre eu e o garoto. Eu vi então o rosto do garoto se encher de esperança.

— Eu não quero machuca-lo. – Falou ele – Eu preciso apenas de ajuda.

Não sei como, mas depois que descobri que sou um nefelim, pareço estar desenvolvendo alguma espécie de superpoder. Quando ele falou que estava precisando apenas de ajuda eu sentir um clima calmo, como se tudo aquilo fosse verdade.

— Está tudo bem, ele parece estar falando a verdade, - falei para o Ge.

Eu fui em direção ao garoto para tentar ajuda-lo e leva-lo para o carro, mas quando tentei toca-lo, foi como se eu estivesse tentando pegar o vento, ele não era real.

— Eu não estou aqui, mas preciso que vocês vão direto para o Triangulo. - a voz dele falhou e a imagem também.

— Que triangulo? – Perguntou o Ge.

— Triangulo das Bermudas. – Falou o garoto cada vez mais pálido e sem voz.

— Essa batalha não nos pertence. – Respondeu o Gê para ele.

— Que batalha? – Perguntei para o Gê.

— Apenas vá, por favor. – Falou o garoto olhando para o Gê e em seguida desapareceu.

Eu fiquei durante alguns minutos debaixo da chuva tentando absorver tudo aquilo que tinha acabado de acontecer. Foi então que depois seguir para o carro.

— Que batalha é essa? – Perguntei para o Gê depois de entrar no carro.

Foi então que ele me contou tudo. Que ele sabia de uma profecia terrestre de um garoto que estava com a linhagem amaldiçoada a mais de mil anos e que agora ele seria usado para despertar um anjo-demônio que queria governar a terra e poder ser o novo Deus.

— Nós precisamos ir. – Falei para o Gê.

— Você este maluco? – Falou o Gê. – Você só pode estar querendo morrer.

— Eu não vou deixar uma pessoa morrer sendo que alguém veio me pedir ajuda e eu não quero ser forte suficiente para ajudá-lo. E se você quiser evitar uma briga, acho melhor começar a dirigir até a Florida, vamos para o Triangulo sim.

O Gê apenas me olhou e depois de alguns segundo me encarando, percebeu que eu não estava de brincadeira, foi então que começou a dirigir, sem mais nenhuma palavra.