Um Adeus Heroico - Capitulo XIV (Penúltimo)

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Eu tinha chegado ao meu limite, e isso eu sabia. Depois que a nave do Nick caiu, e ele foi morto, eu não sabia se conseguia seguir em frente, se conseguiria tudo isso sem ele. Ele era minha luz no fim do túnel, ele era a minha lanterna que me guiava para o caminho da luz, o caminho do bem, o caminho pelo qual eu deveria trilhar ao lado dele.

Eu sei que o Saulo e seus companheiros se sairiam bem e poderiam dar uma reviravolta nisso tudo. Eu queria pelo menos uma última vez ver minha avó antes de partir. Pois eu sabia tudo que o General seria capaz de fazer, pois o próprio filho dele, Ariel, tinha dito que ele não estava para brincadeira, e que se me pegasse, iria me matar.

Eu me sentia sendo arrastando para algum lugar, como se estivesse sendo levado para o abate, como um porco bem gordo. Era tudo silencioso, até chegar onde pareci uma grande porta que foi aberta e logo em seguida ouvir vários murmúrios dentro de um salão bem grande, foi então que eu percebi que estava de volta ao templo, mas agora próximo ao altar onde ficava o compartimento pelo qual lutamos tanto, o mesmo que eu deveria abrir e assumir o que é meu de verdade, ou o que todos que me ajudaram achavam que fosse,

Fui colocado de joelhos diante de uma grande multidão de anjos que estavam ali para algum tipo de cerimonia, e ao fundo eu via o Saulo juntamente com os outros, eu via pavor nos olhos deles e eu sabia que eles já estavam se lamentando por tudo ter dado errado.

— O que vocês irão fazer comigo? – Perguntei meio sem ânimo para falar.

— Morte ao impostor! – Gritou alguém da plateia.

— Calma meus queridos. – Falou o general.

Eu olhei para ele.

— Tudo seja explicado e o julgamento por traição será iniciado a partir de agora.

Ele então se aproximou de mim e começou a falar.

— Esse daqui é um anjo, sim, por mais que ele não queira mostrar suas asas, e ele, juntamente com meu filho, Ariel, que fugiu deixando seu comparsa para trás, arquitetaram um plano pelo qual acharam que conseguiriam tomar o trono do verdadeiro Rei, o verdadeiro destinado a criar a nova era desse universo.

— E esse seria você, correto? – Perguntei.

Ele então me deu um soco no rosto que me fez cair de queixo no chão, já que eu não podia me mexer devido estar amarrado pelas mãos, fiquei deitado sangrando pela boca enquanto ele continuava a falar.

— E todos nós sabemos qual o julgamento cabível para o crime de traição contra a nação. – Falou ele.

— Morte aos traidores. – Gritou mais um da multidão de anjos.

Eu ficava olhando para eles e tentando perceber o porquê eles achavam que tudo aquilo era verdade. Alguns me olhavam com olhos furiosos, outros com olhos penosos, mas alguns com olhos bondosos, como se soubessem que eu não era nenhum impostor, como se soubesse que eu realmente era o escolhido. Eu queria muito poder não morrer ali, e agora. Não por medo, mas devido ter alguns querubins no recinto, e não achava ser legal eles verem uma execução bem ali.

Eu percebi que um deles me olhava atentamente, e talvez poderia ser o querubim mais prefeito do local. Eu então dei um sorriso em direção a ele e ele me retribuiu do mesmo jeito. Foi então que logo em seguida ele falou algo no ouvido do pai que estava ao seu lado. O pai dele olhou atentamente para mim e de repente sentir uma pulsação na minha testa.

Não esboce nenhuma reação. – Ouvir uma voz ecoar pela minha mente.

— Como você está fazendo isso? - perguntei.

Rafael - O Ultimo Nefelim - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora