O beijo foi algo completamente diferente para mim. Eu não sabia que podia ter feito isso, mas acho que não fui reprovado. Eu nem sabia o porquê de ter feito isso. Deve ter sido por impulso. Eu queria. Aquilo estava me consumindo, desde o dia que eu falei com ele no ponto de ônibus. Sim, confesso que foi imaturo da minha parte, ele é um cara mais velho que eu, e era apenas a segunda vez que eu o estava vendo, mas esse jeito misterioso e fechado dele, me dizia que eu poderia confiar nele, ou coisa assim.
Eu sentia uma sensação estranha crescer no meu corpo, algo completamente novo. Eu nunca tive nenhum contato sexual com ninguém, garota ou garoto, nada disso. Mas eu sabia o que era aquilo. Era desejo. Não o desejo apenas de ficar perto, mas sim o meu corpo adolescente querendo ser explorado, querendo ser alimentado, querendo ser consumido pelo prazer, porem ali não era local apropriado para nada disso. Não sou criança e conheço muito bem esse mundo, não é porque nunca tive contato, que eu não conheça. Esperarei o tempo certo para fazer isso.
— Desculpa. – Falei ao fim do beijo.
Voltei a sentar na parte da vista para a cidade. A noite começava a cair, eu sentia a temperatura baixar vagarosamente. Ele olhou para e depois direcionou os olhos para o céu. Eu direcionei o meu olhar para o mesmo lugar.
— O que ver? – Perguntei curioso.
— Júpiter. – Respondeu ele.
— Aham. – Me segurei para não rir.
Eu acho que ele percebeu minha descrença e olhou de canto do olho para mim. Ele acha o que? Que pode fugir do que tinha acabado de acontecer colocando no meio da história que estava vendo Júpiter? No máximo ele poderia sim estar vendo Júpiter, que no céu noturno não passa de uma pequena estrela a olho nu. Não estamos naqueles filmes não que no céu dá para ver perfeitamente os planetas.
— Você não acredita, não é? – Ele falou olhando direto nos meus olhos.
— Sinceramente? – Perguntei – Só acho que você está tentando arrumar um assunto para não falar nada sobre o que acabou de acontecer.
Sempre fui sincero, não seria agora que seria diferente.
— Irei te provar que estou vendo Júpiter. – Ele falou.
— Como? Não tem nem um telescópio aqui. E teria que ser um daqueles enormes que a NASA usa.
— Não preciso disso. – Falou ele pegando na minha mão. – Olhe para cima.
Quando eu olhei para o céu sentir meus pulmões perdendo o ar, as estrelas estavam ficando cada vez mais perto e depois de alguns segundo eu vi um mostro gigante rodeado de anéis na minha frente. Como se fosse um daqueles documentário de TV onde simulam realmente a existência de um planeta. Mas diferente dos documentários eu sentia que realmente estava vendo Júpiter.
— Quer ir mais além? – Ouvir a voz dele dizer ao meu ouvido, tentei girar a minha cabeça para o lado, mas não o vi, apenas vi outros planetas, vi o planeta vermelho, o famoso Marte.
— Sabe me dizer se existe vida em marte? – Não sei porque, mas quis retirar a pergunta logo em seguida.
— Não, mas sei um lugar onde existe vida sim. – Falou ele.
— Onde? - perguntei.
— Primeiro vou te mostrar tudo que está além do que não podemos ver, ou revelar.
Falou ele e minha visão começou a correr pelas estrelas, via apenas faíscas, como se eu fosse uma nave espacial a caminho do infinito e além, como diria Buzz Lightyear de Toy Story. E de repente comecei a enxergar uma estrela que logo foi se aproximando, ela, diferente do sol era meia branca, mas com um poder de luz exuberante.
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Rafael - O Ultimo Nefelim - Volume I
FantasíaO que esperar quando um Ceifador é designado a matar o Ultimo Nefilim vivo, que pode ser o mais forte já criado por um anjo? Seria uma missão normal para um ceifador, se ele não se apaixonasse pelo seu alvo. Ambos terão que fugir, pois quebrando sua...