Capítulo 1

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Troye caminhava distraidamente entre as calmas ruas residenciais, em direção à praia. Eram sete horas da noite quando seu celular vibrou. Pegou o aparelho do bolso e desbloqueou a tela para ler a nova mensagem que havia recebido. Era de seu amigo David, chamando-o para uma festa que ia acontecer daqui algumas horas. Não estava com vontade de inventar uma desculpa para não comparecer naquele momento, então apenas guardou o celular e continuou andando.

Como era verão, o sol ainda estava aparecendo, e o céu azul lentamente estava tornando-se um laranja fraco. Troye decidiu ficar na praia até escurecer. Caminhou até as pedras que sempre ia, onde ficava sentado olhando o mar.

Ao se sentar, pegou o celular e abriu o aplicativo de notas. Ele adorava compor músicas, então escrevia qualquer coisa que vinha à sua cabeça, e depois transformava isso em uma letra. Ele nunca mostrou para ninguém suas canções, por serem muito pessoais, carregadas de sentimentos. Mas ultimamente, não conseguia pensar em nada para criar. Então ficou alguns minutos olhando para a tela, sem digitar nenhuma palavra. Se aquilo fosse um pedaço de papel, iria amassar e jogar no mar.

Ele acabou mais uma vez desistindo de compor algo, e ficou apenas contemplando o mar à sua frente. Quando o sol mergulhou no oceano, voltou para casa. Ao chegar na rua em que mora, percebeu um movimento estranho nela. Mais precisamente em frente a sua casa. Chegou mais perto e então se lembrou do que sua mãe contou hoje mais cedo: Os novos vizinhos iam chegar. Troye não deu muita importância, só esperava que não fossem vizinhos barulhentos, que acabariam com a calma do lugar. Quando chegou na frente de casa, começou a procurar as chaves nos seus bolsos. Enquanto não achava elas, ouviu o barulho de algo caindo, e olhou para trás. Um garoto não muito novo, que aparentava ter sua idade, olhava de maneira irritada para a caixa que acabara de deixar cair, algumas coisas estavam caídas no chão ao lado dela.

Troye decidiu causar boa impressão nos novos vizinhos, então foi até o menino.

– Oi... Quer ajuda? – Perguntou de modo tímido.

O garoto, que estava agachado ajuntando as coisas do chão, olhou para cima e viu Troye parado a sua frente, com uma expressão amigável.

– Oi... claro, se não estiver ocupado.

Troye se abaixou e começou a ajuntar as coisas, colocando-as na caixa. Ouviu então uma voz feminina vindo de trás do caminhão de mudanças.

– Connor, as caixas da frente são do seu quarto, pode levá-las para o andar de cima. – Troye deduziu que era a mãe do garoto. E ele se chamava Connor.

A mulher apareceu e logo abriu um sorriu ao ver seu novo vizinho.

– Ei, você deve ser o filho da Laurelle Mellet, não é? – Perguntou enquanto se aproximava.

– Sim. Sejam bem vindos. – Respondeu Troye um pouco sem graça.

– Estamos felizes de se mudar para cá, é um lugar tão calmo e acolhedor. E sua mãe é uma mulher muito simpática, falei com ela quando vim ver a casa. É um prazer conhecê-los – Respondeu a mulher.

Troye logo simpatizou com ela, e pensava a mesma coisa sobre a rua em que morava. Não era um bairro com casas grandes e luxuosas, mas tinha seu charme.

Ela então completou:

– Tenho tanto trabalho a fazer, obrigada por estar ajudando! – E então voltou para o quintal da casa, onde tinham mais inúmeras caixas. Troye e Connor novamente ficaram sozinhos.

– Se quiser, eu levo com você as coisas para o seu quarto – Falou Troye para ele.

– É muita gentileza sua, mas tem bastante coisa, hein?

– Ótimo, pelo jeito vamos ficar um bom tempo levando caixas. Isso é uma boa desculpa para eu não ir na festa com meus amigos – Brincou Troye, mesmo que estivesse falando a verdade.

***

O tempo passou voando, e já eram quase dez horas quando os dois garotos chegaram no quarto com a última caixa, cansados. Connor sentou no chão, escorado na parede, e fez um gesto para que Troye se sentasse também.

– Nem perguntei seu nome, que falta de educação a minha. – Falou Connor.

– É Troye, Troye Sivan. – Respondeu, rindo.

– Prazer em conhecê-lo Troye, você já deve saber que meu nome é Connor, depois de ouvir minha mãe o berrando várias vezes só nesses últimos minutos. – Os dois riram.

Ambos ficaram quietos por alguns minutos, e Troye estava se sentindo tenso, sem saber o que falar.

– Então você tinha uma festa hoje? – Perguntou Connor, quebrando o silêncio.

– Sim, mas não sou muito de festas.

– Sério? É tão divertido!

– Se quiser pode ir então, te passo o endereço – Brincou Troye, mas pela cara que Connor fez, ele levou a sério.

– Vamos juntos, vai ser legal Troye! – Sugeriu Connor, se levantando em um salto.

– Você não tá cansado não? – Questionou Troye.

– Já fiz a minha parte na casa, e eu estou ansioso pra conhecer gente nova aqui, achei que você poderia me levar.

Troye acabou então concordando, sem entender muito a animação de Connor.


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