Troye voltou à realidade quando um raio surgiu no céu, anunciando outra chuva de verão. Os dois entraram no carro para não se molharem.
Ambos permaneciam quietos, e apenas o barulho das gotas de chuva caindo no teto do automóvel quebrava o silêncio.
– Desculpa Con, não sei se fiz a coisa certa. – Disse Troye enquanto olhava para frente, incapaz de se virar para Connor.
– Não diga isso, tá tudo bem, é só que...
– O que foi? – Perguntou Troye ansiosamente, já imaginando as inúmeras respostas que não queria ouvir.
– Nada, vamos para casa, foi um longo dia.
Troye concordou, pois estava cansado demais para ainda ter que aguentar seu coração ser partido. Então ligou o carro, e os dois ficaram o caminho todo em silêncio. Enquanto isso a mente de Troye estava a mil, cheia de novas memórias, perguntas, e medos.
***
Quando o garoto fechou seus olhos azuis e se deitou na cama, percebeu que apesar de estar cansado, não estava com sono. Não conseguia dormir, e repetia mentalmente a cena que havia acontecido pouco tempo atrás, quando beijou Connor. É como se ainda pudesse sentir o seus lábios nos dele. Troye queria que isso acontecesse novamente, pois não iria conseguir se contentar com apenas uma memória. Como Connor retribuiu o beijo, ele ainda tinha uma esperança.
5 dias depois
Com Connor distanciado de Troye, os dias voltaram a ser monótonos e longos para o garoto. Ele não queria ficar mandando mensagens e implorando a atenção de Franta, então simplesmente deixou o celular de lado. Por mais que a vontade dele era fazer o contrário.
Eram 18:30, e como ele estava cansado de ficar em seu quarto fazendo nada e ouvindo música, resolveu ocupar a mente e foi ajudar seu pai a cortar a grama na frente de casa.
Quando acabaram o trabalho, Shaun entrou, enquanto Troye resolveu sentar na pequena escada da varanda para descansar.
Após alguns minutos, um carro luxuoso parou em frente à casa de Connor, e uma garota bem vestida saiu dele junto com as pessoas que supostamente eram sua família. O pai de Connor abriu a porta de casa, sorrindo, e saiu junto com o filho para recebê-los.
Ao ver Connor, Troye sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo. Não via ele há dias, e para não ser notado, se encolheu atrás do corrimão da escada.
Então algo que ele já estava temendo aconteceu; Quando Connor se aproximou daquela garota, ela se jogou em seus braços e o beijou. Naquele momento, o mundo de Troye caiu, as lágrimas vieram rapidamente, e então não pararam de cair sobre seu colo. Connor olhava discretamente para a casa em frente à sua, então Troye aproveitou para levantar, sendo assim notado pelo garoto do lado da rua. Um olhar confuso surgiu em Franta, enquanto Sivan o olhava com raiva.
Troye voltou para dentro de casa, se segurando para não bater a porta e quebrar a primeira coisa que tivesse a seu alcance. Subiu as escadas esperando não esbarrar com ninguém da família.
Quando entrou em seu quarto, fechou a porta e se apoiou nela enquanto tentava engolir o que tinha acabado de ver. Troye pensava que ele estava errado por estar sentindo tudo aquilo, e ter beijado Connor. Seu amigo não estava errado por ter uma namorada.
E ele tinha que aceitar isso.
